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‘Pecado original’ do Senado foi não ter discutido caso Aécio no Conselho de Ética

Por Fernando Duarte

Foto: Pedro França / Agência Senado

O ocaso do senador Aécio Neves (PSDB), intensificado pelo afastamento do cargo determinado pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), parece estar cada vez mais próximo. Ainda assim, o Senado pode dar uma sobrevida ao parlamentar que, em 2014, por pouco mais de 3,4 milhões não foi eleito presidente da República. Nesta quinta-feira (28), o baixo quórum de senadores postergou para a próxima semana a votação que acata ou não o afastamento de Aécio. Segundo os prognósticos corporativistas, há a tendência de que o cargo do tucano seja mantido. Em um momento em que poucos partidos e políticos estão distantes do lamaçal criado pelas relações promíscuas entre o Poder Público e o setor privado, parece existir uma coalizão para salvar a pele dos arrolados com a Operação Lava Jato. E o descrédito da política se intensifica. Aécio pode ser considerado um dos responsáveis por isso. Na última eleição presidencial, o tucano levantou a bandeira de combate à corrupção. Acabou ele mesmo envolto na própria língua. Foi pego em uma ação controlada pela Justiça pedindo R$ 2 milhões para o empresário Joesley Batista, do Grupo J&F. Teve a irmã e um primo presos e tinha tudo para ser enterrado politicamente. Sobreviveu abraçado ao lado do presidente da República, Michel Temer (PMDB), cujo grupo foi responsável por salvá-lo no Senado em troca de um fôlego a mais para o peemedebista quando chegasse a primeira denúncia contra ele na Câmara dos Deputados. No final de junho, Aécio teve arquivada uma representação contra ele no Conselho de Ética por “falta de provas”. À época, os autores do processo, PSOL e Rede, recorreram, porém, duas semanas depois, foi confirmado que passaria ileso pelo colegiado. Sem punição pela própria Casa, coube ao STF determinar algum tipo de restrição para o tucano. Não poderiam esperar os ministros da Suprema Corte que não houvesse reação dos senadores. A expectativa inicial era colocar a lápide favorável a Aécio ainda esta semana. O adiamento postergou a crise, deu mais tempo para o tucano e na próxima semana teremos uma definição sobre a permanência dele no mandato ou não. Se o Senado tivesse discutido no Conselho de Ética aquela primeira representação contra Aécio, talvez a realidade momentânea fosse hoje. Como disse um senador a este articulista, o “pecado original” não foi ser subjugado pelo Supremo Tribunal Federal. Foi ter deixado passar em branco qualquer medida contra um senador flagrado em relações pouco republicanas.

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