Defesa compara acusado de matar mestre Môa a Katia Vargas: 'Condenada pela mídia'
Por Maurício Leiro / Lucas Arraz
A defesa de Paulo Sergio Ferreira de Sant’ana, acusado de assassinar o mestre de capoeira Môa do Katendê a facadas em outubro de 2018 (lembre aqui), comparou o caso ao de Kátia Vargas ao sustentar que o réu foi condenado pela mídia. O barbeiro é levado a júri popular na tarde desta quinta-feira (21) no Fórum Ruy Barbosa.
“Vamos apagar os holofotes da imprensa e vamos aos fatos. Como o caso Kátia Vargas, que entrou aqui condenada pela mídia. Tomem como exemplo o júri do caso dela”, disse a defesa.
Os advogados buscam desqualificar a tese da promotoria de premeditação do crime e da impossibilidade de defesa. Como maneira de ilustrar, o advogado trouxe um vídeo com um depoimento de uma testemunha.
“Quem garante o momento de que ele premeditou? Quem garante o momento que a chave mudou? Quero que vocês votem com a certeza! O In dúbio é pro réu [em dúvida se vota favorável ao réu]”, a defesa ao júri.
A acusação alega que Paulo Sergio saiu calmamente do bar após cometer o crime, o que indicaria predição do assassinato. A defesa, discorda. “Houve a morte, mas não da forma que a acusação quer fazer parecer. O irmão de Moa disse que houve uma discussão, que foi olho no olho, algo que não estava acostumado. Uma discussão acalorada”, declarou o advogado.
A médica Kátia Vargas, acusada de duplo homicídio dos irmãos Emanuel e Emanuelle, foi considerada inocente pelo júri poular. Os jurados consideraram que a médica não cometeu crime no momento em que aconteceu o incidente que culminou com a morte dos irmãos, no bairro de Ondina (saiba mais aqui).
O CRIME
O capoeirista de 63 anos foi assassinado com 12 golpes de faca, na madrugada do dia 8 de outubro de 2018, horas após a realização do primeiro turno das eleições. Diante disso, o inquérito concluído pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou que o assassinato foi motivado por uma discussão política-partidária — Santana e Moa brigaram em um bar, na comunidade do Dique Pequeno, em Salvador, antes do primeiro cometer o crime (saiba mais aqui).