Dirigente diz que crise financeira das santas casas é culpa da falta de investimentos
Por Bruno Luiz
Maurício Dias, presidente da Fesfba | Foto: Reprodução/Fesfba
Em estado de misericórdia por causa de dívidas que somam R$ 954,4 milhões, as santas casas baianas vivem uma grave crise financeira, que, segundo o deputado federal Antônio Brito (PTB-BA), presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas, só será sanada com a aplicação de recursos no setor. O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas da Bahia (Fesfba), Maurício Dias, concorda com a posição do parlamentar. Em entrevista ao Bahia Notícias, Dias afirmou que o revés financeiro vivenciado pelo setor é motivado pela “sub-remuneração” por parte do estado e do Sistema Único de Saúde (SUS) dos serviços prestados pelas instituições filantrópicas. “O estado desembolsa, para 20 hospitais deles, R$ 110 milhões, além de mais 60 milhões para mais uns 20 hospitais conveniados, um total de 170 milhões. Para as 60 santas casas, eles desembolsam R$ 60 milhões. Desde que o SUS foi criado, há 25 anos, a inflação subiu 413,4%, segundo o INPC. Dentro destes 25 anos, as santas casas receberam de aumento, em média, apenas 93,6%”, explicou o presidente da Fesfba. Dias também afirmou que a tentativa do secretário estadual de Saúde, Fábio Villas Boas, de buscar junto à Caixa Econômica Federal um socorro financeiro de R$ 200 milhões para as Santas Casas de Misericórdia baianas, será, provavelmente, insuficiente. Para ele, o dinheiro só será bem-vindo se trouxer junto com ele taxas de juros menores do que as praticadas pelo mercado, além de reajuste no preço dos serviços prestados pelas instituições.
Em Valença, comunidade fez abraço simbólico da Santa Casa | Foto: Divulgação