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'Homem da motosserra' faz ameaça a Poder Judiciário no Acre de dentro da prisão

'Homem da motosserra' faz ameaça a Poder Judiciário no Acre de dentro da prisão
Hildebrando diz que vai revelar fatos do Judiciário para o CNJ
O ex-deputado federal e ex-coronel da Polícia Militar, Hildebrando Pascoal, preso há 12 anos e condenado a mais de 110 de prisão (e também conhecido como o “homem da motosserra), conseguiu mandar duas cartas de ameaças e extorsões a autoridades do Judiciário do Acre. Ele conseguiu enviar as correspondências de dentro da penitenciária de segurança máxima do local. Além de exigir dinheiro, Hildebrando afirma ter fatos a revelar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). As cartas integram um inquérito que tramita no Ministério Público do Acre em sigilo.

As cartas foram postadas no dia 23 de novembro de 2011 em uma agência dos Correios em Rio Branco. A destinatária das postagens era a desembargadora Eva Evangelista, do Tribunal de Justiça do Acre, e a procuradora de Justiça, Vanda Milani Nogueira, ex-cunhada de Hildebrando. O ex-militar mostra-se disposto a vingar-se de quem o teria "abandonado". Ele pede R$ 6 mil para manter a si e a sua família e ameaça que, caso a quantia não seja concedida, encaminhará e apresentará esclarecimentos para os órgãos competentes e comprovará alguns “fatos”.

Para o Ministério Público, as ameaças são decorrentes da cassação da patente de coronel da PM, que foi efetivada em 2011, quando não cabia mais recurso de decisão da Justiça. O órgão acredita em um ressentimento do ex-deputado contra Vanda, que, segundo o ameaçador, conseguiu tirar a patente e o salário com ajuda da “turma” dela no Judiciário. Hildebrando afirma que presenciou Vanda entregar a Eva o gabarito das provas do concurso para o MP, em que a filha dela, Gilcely, foi aprovada. Vanda também é acusada de sabotar uma reunião em que ele tentaria encerrar desavenças com o desembargador Gercino da Silva Filho, mediada pelo então governador Orleir Cameli.

As desavenças eram em decorrência de uma sequência de denúncias de Gercino contra ele, que desencadeou a CPI do Narcotráfico, a cassação de seu mandato e a sua prisão, em 1999. O ex-deputado foi acusado de homicídio, formação de quadrilha, tráfico de drogas e compra de votos. Nas cartas, também foram mencionados o governador do Acre, Tião Viana, e o irmão dele, o senador Jorge Viana, que eram seus adversários políticos. Em 2009, ele foi julgado e condenado pela morte de Agilson Santos, o Baiano, que teve os olhos perfurados, braços, pernas e pênis amputados com uso de uma motosserra, por não ter revelado o paradeiro de José Hugo Alves Júnior, suspeito de matar Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando. As informações são do Estado de São Paulo.