‘A prefeitura não vai participar porque considera ilegal a Entidade Metropolitana’, diz Neto
Por Marcos Russo
Fotos: Evilásio Júnior / Bahia Notícias
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), em entrevista à Rede Tudo FM 102,5, na manhã desta terça-feira (15), garantiu que não vai participar da Entidade Metropolitana, criada para, entre outras características, reger a mobilidade urbana da capital e cidades da RMS. O democrata declarou que está com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) pronta para ser ingressada pelo DEM contra a criação do órgão. O imbróglio com o governo do Estado foi alimentado após o governador Jaques Wagner (PT) oficializar posição contrária à licitação dos ônibus de Salvador. Mesmo com o ofício, o gestor não acredita que o governo irá recorrer à Procuradoria Geral do Estado para barrar a concorrência pública do transporte. “O governo do Estado aprovou essa Entidade Metropolitana sem consulta. Com relação à licitação do transporte público, se a PGE judicializar, o governador vai assinar que quer que o transporte continue como está. Não acredito que ele queira isso. Não acredito que vá ficar contra uma melhoria”, apostou. Neto explicou que há uma equipe técnica montada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte que estabeleceu uma série de critérios para o processo, cujos envelopes foram abertos nesta segunda-feira (14). “Não posso informar quais são as empresas. Primeiro [as propostas] devem ser avaliadas pela equipe técnica para só então depois ser divulgada. Nós esperamos redefinir o modelo do transporte público urbano. Um dos principais problemas da nossa cidade é a qualidade. As pessoas esperam no ponto, pegam ônibus lotado... O Ministério Público vem demandando essa concessão há muito tempo”, pontuou. O prefeito de Salvador ainda rebateu o discurso dos opositores de que a prefeitura quer fazer caixa com a licitação. “Essa concessão ainda vai trazer um grande benefício para Salvador. A outorga onerosa. A prefeitura não tem caráter ‘arrecadatório’. A prefeitura quer que o empresário de ônibus seja obrigado a dar dinheiro para a cidade também. E os R$ 180 milhões da contrapartida vão ser investidos em transporte e trânsito na nossa cidade. Isso está publicado no edital de licitação. Realmente é diferente do modelo adotado pelo governo do Estado. No caso da prefeitura, além de não colocar recursos, levanta recursos para que todos ganhem”, comparou.