Toma lá, dá cá: Acordo faz Louos e Mobilidade Urbana passarem pela Câmara
Por Felipe Campos
Oposição e governo chegaram a consenso | Foto: Tiago Melo/ Bahia Notícias
Após todo o incêndio da manhã desta quinta-feira (29) provocado pela bancada do PMDB e dissidentes da bancada governista, os dois projetos mais polêmicos do ano passaram com facilidade pela Câmara Municipal, após acordo entre as lideranças dos dois blocos teoricamente antagônicos da Casa. A sessão extraordinária não foi interrompida nem para o almoço, enquanto as emendas apresentadas de última hora, que incluíam pontos polêmicos relacionados ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), foram aprovadas sem nenhum tipo de debate em plenário. Primeiro, a Lei de Ordenamento de Uso do Solo (Louos) recebeu a surpreendente inclusão de dez emendas de vereadores. Como a “oposição diferenciada” tinha a responsabilidade de aprovar o projeto da mobilidade, tema de urgência para o governo estadual, teve que ceder, conforme o próprio líder Henrique Carballal admitiu, e fez vistas grossas ao pacote de remendos apresentados no projeto. Em contrapartida, a bancada governista não se opôs em nada ao projeto da mobilidade, e, após a inclusão de dois aditivos dos vereadores Jorge Jambeiro (PP) e Carballal (PT), foi aprovada pelas duas bases, o que deixou apenas os edis peemedebistas como únicos contrários aos projetos de autoria do Executivo municipal. Ao final, o líder da maioria,Téo Senna (PTC), ainda tentou incluir duas matérias de menor relevância na pauta, o que foi negado pela chefe dos contrários, Vânia Galvão. "Isso não faz parte do acordo, vereador", bradou Vânia, ao deixar claro o clima de consenso que permitiu as duas aprovações. Com o fim de sessão bastante comemorado pelos legisladores, fica para 2012 uma série de perguntas, como, por exemplo, quem se beneficiou das mudanças de última hora em propostas que levaram um ano todo para serem elaboradas, algumas horas para serem remendadas e poucos minutos para serem debatidas, contestadas e aprovadas.