O CNJ tira poderes das elites estaduais, diz ministro do STF

Em entrevista à revista Época, o ministro José Antônio Dias Toffoli, o mais jovem integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou a crise instaurada no Judiciário e a polêmica em torno da atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sem desvios, se colocou como um defensor dos poderes de investigação do órgão e disse que a entidade pode evitar os desmandos dos Judiciários locais, capazes de interromper as investigações de irregularidades e omissões. “Penso que o CNJ subtrai das elites judiciais locais a decisão final sobre a administração, a gestão e a correição do Poder Judiciário. O CNJ pode atuar se houver, por exemplo, suspeita de venda de voto. A outra decisão diz respeito a acesso a informações de caráter sigiloso: se podem ser transferidas de uma instância pública para outra instância pública ou se elas só podem ser transferidas com a mediação de um juiz”, diz o ministro em um trecho da entrevista. Aos 44 anos, Tofolli também afirmou sentir-se à vontade para debater o assunto sem parecer que antecipa o seu voto, já que tomou uma decisão sobre o tema em um julgamento de um mandado de segurança.