Operação Prometheus: Candidato do PV, presidente da Pierre Bourdieu está entre presos
Por Evilásio Júnior
Dênis Gama é apontado como chefe do esquema | Foto: Divulgação/ Uneb
O presidente da ONG Pierre Bourdieu – apontada por promover convênios irregulares com a Secretaria de Educação da Prefeitura de Salvador –, Dênis de Carvalho Silva Gama, é um dos cinco detidos entre os sete mandados de prisão expedidos para a Operação Prometheus, deflagrada nesta sexta-feira (2). De acordo com a investigação realizada pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) e o Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele seria o responsável pelo comando de toda a atividade delituosa, que consistia na emissão de notas fiscais falsas em três contratos, entre 2011 e 2012 (Era João Henrique), com a pasta municipal, no valor de R$ 100 milhões, na gestão do recém-exonerado secretário João Carlos Bacelar (PTN), para cessão de terceirizados, qualificação de funcionários e treinamento de professores das creches administradas pela rede de ensino do Município. A partir da denúncia de falsificação do seu documento feita pelo chefe da Procuradoria Fiscal do Estado, Elder dos Santos Verçosa, foram detectados pagamentos em cheques nominais de terceiros para funcionários da própria ONG e desvio de finalidade, uma vez que empresas de informática foram conveniadas para fornecer de material de escritório até alimentação. De acordo com a titular da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), Susy Ane Brandão, que conduziu a apresentação dos dados à imprensa com o promotor Ariomar José Figueiredo da Silva, coordenador do Gaeco, houve ainda 19 mandados de busca e apreensão, que resultaram na captura de computadores e outros equipamentos eletrônicos, bem como documentos fiscais e de crédito, em diversos locais, entre eles a sede da ONG, próxima ao Largo dos Aflitos. Segundo ela, a ação busca comprovar a autoria e materialidade de fatos relacionados aos crimes de falsidade ideológica, fraude a licitações, desvio de dinheiro público e outras infrações praticadas contra a Administração Pública. "Foram encontrados indícios de superfaturamento e desvio de recursos públicos. Os convênios sob investigação eram destinados à qualificação de funcionários de creches e escolas, mas ficou constatado que houve terceirização irregular para prestação do serviço”, detalhou a delegada.