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Da quase aposentadoria à final do Baianão: Kanu retomou carreira motivado pelo nascimento do 5º filho

Por Leandro Aragão

Kanu entra em campo com o filho bebê
Foto: Lucas Pena / EC Jacuipense

A temporada de 2023 marca a retomada da carreira do experiente zagueiro Kanu. No ano passado, o jogador decidiu dar uma pausa no futebol para cuidar da família e acompanhar a gravidez da esposa, algo que não havia feito até então, mesmo já sendo pai de quatro filhos. E foi justamente o nascimento do quinto rebento que o veterano encontrou motivação para voltar aos gramados e dar o último gás para deixar lembranças para a posteridade e o pequeno Anthony pode ver quando crescer.

 

"O que me fez dar uma pausa foi minha família e precisava desse tempo. Cuidar da minha família e dos meus filhos. Foi um ano muito bom para mim. Aproveitei muito, coisas básicas e simples que não aproveitava, que não curtia. Mas esse ano foi muito fantástico para mim, foi extraordinário, na verdade. Meu filho veio para me dar força de trabalhar, de estar jogando. Agora ele está pequeno, mas quero que ele veja, acompanhe o pai dele jogando. Não queria encerrar a carreira sem meu filho ver o pai dele atuando dentro de campo", afirmou em entrevista ao Bahia Notícias. "Por isso que eu parei, cuidar da gravidez da minha esposa e acompanhar, porque todos os meus outros filhos não tive a oportunidade de acompanhar, por causa do meu trabalho", continuou.

 

Kanu relembrou que havia tomado a decisão de interromper a carreira de jogador junto com a família.

 

"Tenho mais de 20 anos de carreira profissional de futebol e na minha cabeça já tinha dado para mim. Queria cuidar da minha família e naquela ocasião a gente descobriu que minha esposa estava grávida e eu precisava cuidar dela", contou. "Sabe que quando a mulher fica grávida, fica muito sensível, então precisa de um cuidado especial e nossa vida, viajando para lá e para cá, acaba não tendo tempo de cuidar da família. Mas foi isso o que a gente escolheu. Existem os prós e os contras. Sentamos juntos e resolvi parar e não jogar em 2022 e cuidar da minha família e das minhas coisas. Mas não deixei de trabalhar, de treinar, jogar futevôlei. Sempre fui profissional ao longo da minha carreira", continuou.

 

Foto: Lucas Pena / EC Jacuipense

 

Enquanto o filho crescia na barriga da esposa, Kanu colocava em xeque a sequência da carreira. Ele não sabia se retornava aos gramados ou se pendurava as chuteiras de vez. Em paralelo, ele também usou o tempo livre para cuidar de uma lesão no joelho. Mas a chegada de Anthony, há sete meses, fez o defensor acabar com todas as dúvidas.

 

"No nascimento de Antony, eu já estava quase há três meses pensando se ia voltar ou não. Resolvi voltar a treinar em outubro, me preparar, cuidar de uma lesão no joelho que eu estava, fortalecer. Graças a Deus voltei a jogar e estou muito feliz fazendo o que mais gosto", falou.

 

Kanu voltou jogando bem e a liderança em campo ajudou o Jacuipense a chegar na decisão estadual pela segunda vez consecutiva. No primeiro jogo, ele foi importante na marcação em cima de Biel, atacante do Bahia.

 

"Sabia que Deus tinha um propósito na minha vida. Mas na minha cabeça já era o fim, eu estava velho. Velho é a cabeça como você age e pensa. Hoje me sinto muito bem, muito focado, determinado, bem com minha família e comigo mesmo. Feliz por estar fazendo a coisa que mais gosto. Isso me deixa feliz em acordar todos os dias para trabalhar com as pessoas que eu gosto de estar junto e representando uma instituição, um clube como o Jacuipense. Isso para mim é muito gratificante", disse.

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

 

Após empate em 1 a 1 no primeiro jogo da decisão, Bahia e Jacuipense voltam a se enfrentar no próximo domingo (2), às 16h, na Arena Fonte Nova. Quem vencer o jogo conquista o título do Baianão 2023, enquanto uma nova igualdade leva para a disputa de pênaltis. Junto com Kanu, o Leão do Sisal luta pela sua primeira taça na elite do estadual.

 

"ESTREIA" DE ANTHONY
O pequeno Anthony "estreou" no futebol no dia 12 de fevereiro, numa tarde ensolarada de domingo. Ele entrou em campo no colo do pai, Kanu, na partida do Jacuipense contra o Vitória, no Barradão, pela oitava rodada da primeira fase do Baianão. O duelo entre as duas equipes terminou com o empate em 1 a 1.

 

Na carreira, Kanu teve duas passagens pelo Leão. A primeira em 2015, enquanto a segunda foi um pouco mais longa, durando entre 2016 e 2018. Tempo suficiente para fazer parte das boas lembranças do torcedor rubro-negro.

 

APOSENTADORIA SÓ AOS 42
Após a pausa na carreira, chegando quase a pensar em pendurar as chuteiras, Kanu recuperou a alegria e a vontade de jogar. Vivendo bom momento profissionalmente e pessoalmente, ele não pensa em aposentadoria tão cedo.

 

"Não vou parar, não, vou jogar até os 42. Pode ter certeza disso. Comecei a fazer os treinamentos com método CIS com Paulo Vieira, a família Febrassis. Isso me fortaleceu e me ajudou bastante. Do jeito que estou indo, com poucas lesões, vou até 42", avisou.

 

Kanu começou na Cabofriense e passou por o Alecrim-RN, Teotônio-AL, Estrela do Norte-ES, Águia Negra-MS e Jaguaré-ES até chegar no futebol português contratado pelo Beira-Mar. De lá, foi jogar na Bélgica atuando com a camisa do Standard Liège e depois voltar para Portugal pelo Vitória de Guimarães, sendo emprestado pouco depois para o Leão. Após curta experiência no também belga OH Leuven, voltou para a Toca do Leão, desta vez contratado em definitivo. O defensor ainda defendeu o Oeste, antes de retornar ao futebol baiano para vestir as cores da Juazeirense em 2020 e no segundo semestre ser contratado pela primeira vez pelo Leão do Sisal. Antes da pausa na carreira, ele ainda atuou no Sampaio Corrêa.

Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias