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Temperos baianos em Paris: Guilherme Caribé aposta em "tranquilidade" para representar a Bahia nas Olimpíadas

Por Thiago Tolentino

Guilherme Caribé celebrando conquista pela natação
Foto: Sátiro Sodré

Guilherme Caribé, atleta de natação da Bahia, é tido por muitos como a mais nova sensação da modalidade. Apelidado de "Novo César Cielo" após bater o recorde mundial do ex-nadador nos 100m livres, o baiano foca em técnica e evolução constante para realizar um feito inédito nos Jogos Olímpicos de Paris 2024: conquistar o tão sonhado ouro olímpico.

 

 

“Cesão estabeleceu o recorde antes de ganhar suas primeiras medalhas olímpicas em 2008. Se pensar no lado da superstição, é um ótimo sinal, né?! Só que eu prefiro pensar no lado técnico, focando na ideia que tive uma grande evolução técnica, que me levou a esse excelente resultado e mostra que tenho que seguir acreditando no processo para buscar dar o meu melhor nas águas de Paris”, comentou em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias.

 

TRAJETÓRIA E RELAÇÃO COM O PAI

Nascido em Salvador, Caribé aprendeu a nadar aos dois anos de idade, quando seu pai, Matheus Caribé, apenas o ensinava a se manter seguro. O esportista faz questão de enaltecer o sacrifício do pai durante a trajetória. Além de educador físico e atualmente preparador, Matheus era taxista e largou tudo para se dedicar ao desenvolvimento da carreira do seu filho, que o vê como seu maior ídolo durante todo o processo.

 

Guilherme Caribé ao lado do seu preparador e pai, Matheus Caribé | Foto: Reprodução / Instagram / @guicaribe_

 

“Meu pai é meu ídolo. Sempre ao meu lado e sempre me orientando. Devo muito a ele e a toda minha família tudo o que venho conquistando. Nunca houve pressão, só carinho, apoio e muita torcida”, salientou. 

 

Mesmo com pouca idade, Guilherme é conhecido por ser um exímio recordista - com quatro atualmente - desde que passou a morar nos EUA aos 18 anos de idade. Entre alguns dos seus feitos durante as temporadas universitárias estão os 100m com 47s82, assumindo o quarto lugar do ranking nacional adulto de todos os tempos no Campeonato Brasileiro Júnior de Verão; os 50m com 21s87 na mesma competição, superando Bruno Fratus e as 100 jardas livres com 41s44, superando Cielo na Liga Universitária dos Estados Unidos. 

 

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O atleta do Clube de Regatas do Flamengo vai à Paris com onze conquistas entre 2021 e 2024, sendo a última nesta temporada, quando foi primeiro colocado no Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação, com 21 anos de idade, no dia 11 de maio.

 

Caribé atuando pelo Time Flamengo | Foto: Sátiro Sodré


REPRESENTAÇÃO AO POVO BAIANO E DIFICULDADES EM PARIS

Morando nos Estados Unidos há algum tempo, o nadador mantém um grande carinho pela Bahia e revela sempre ser questionado sobre o nível da sua representatividade no estado. Mesmo com pouca idade, Guilherme afirma que não cede à pressão da torcida e do seu povo, apostando em uma mentalidade tranquila para focar nos seus próximos objetivos. Independentemente da relevância das suas competições, o baiano prefere seguir passo a passo até a sua meta final.

 

“Me perguntam bastante sobre isso e tento entender qual seria esse peso. É uma honra representar o Brasil e, consequentemente, a Bahia. Acho que no Brasil as pessoas geram muitas expectativas sobre resultados, principalmente na época das Olimpíadas e pode ser que isso pese para alguns atletas. Eu procuro me manter tranquilo, focar no que preciso fazer diariamente para chegar bem preparado em Paris e a partir disso buscar me classificar primeiro para uma semifinal e depois para a final em cada uma das provas que nadarei. Conseguindo chegar na final, aí sim posso pensar em buscar uma medalha para deixar feliz todos os brasileiros. Recebo sim muito carinho do povo baiano. É muito legal essa troca que existe e  fico muito feliz em ver que todos entendem porque vim morar nos EUA”, revelou o soteropolitano.


Estreando nos Jogos Olímpicos de Paris, Caribé projeta uma competição difícil, tendo em vista que disputará ao lado de nadadores mais experientes. Com altas expectativas para sua participação, o foco do atleta já está traçado: constância positiva em todas as exibições para garantir o ouro para o Brasil e para a Bahia na modalidade.


“Minhas provas (50 e 100 livre) são as mais rápidas do programa da natação e terei como adversários nadadores muito experientes, que já possuem medalhas olímpicas e em mundiais, enquanto farei minha estreia em Jogos Olímpicos. Além disso, em cada uma das provas, terei que nadar bem uma vez para ficar entre os 16 primeiros e assim passar para a semifinal. Depois nadar novamente bem pela segunda vez para ficar entre os 08 melhores da semifinal para passar para a final. E aí, estando na final, terei que fazer a prova da minha vida para conquistar uma medalha. Resumindo, precisarei nadar bem a mesma prova 03 vezes para conseguir uma medalha”, concluiu.

 

A estreia de Guilherme Caribé poderá acontecer no dia 27 de julho, na abertura das Olimpíadas de Paris, às 6h (horário de Brasília), quando o Brasil dará a largada no revezamento 4x100m livre masculino.