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Jogos Olímpicos em Salvador? Conheça arenas e demandas para natação, skate e esportes como vôlei e basquete

Por Bia Jesus / Eduarda Pinto

Jogos Olímpicos em Salvador? Conheça arenas e demandas para natação, skate e esportes como vôlei e basquete
Foto: Vitor Santos / Sempre - PMS

Você acha que a capital baiana está preparada para uma edição de Jogos Olimpícos? Além da beleza natural e simbolismo histórico, para receber um evento desta magnitude uma cidade precisa possuir - ou se comprometer com a construção de - uma estrutura esportiva “de ponta”. Para receber os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016, o Rio de Janeiro investiu R$ 39 bilhões na construção da Vila Olimpíca, que não apenas abrigou os atletas e comitês internacionais, como foi o palco das arenas que receberam os jogos e disputas de dezenas de categorias. 

 

Pensando no clima olímpico, ainda presente na chegada dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, com início nesta quarta-feira (28), o Bahia Notícias realizou um levantamento dos equipamentos esportivos da capital baiana em comparação aos “moldes olímpicos”. 

 

O levantamento do Bahia Notícias avaliou o desempenho da capital baiana em 14 esportes. Na reportagem desta quinta-feira (29), você vai conferir a estrutura de Salvador na natação, skate, ginástica, voleibol, basquete e handebol.

 

NATAÇÃO OLÍMPICA
Seguindo um padrão estabelecido pela Federação Internacional de Natação (FINA), os centros aquáticos que recebem as competições de natação nos jogos precisam respeitar uma série de critérios que impactam no desempenho dos atletas e manutenção das competições. 

 

Arena aquática. Foto: Jefferson Peixoto / PMS

 

Em termos de estrutura, a piscina olímpica é uma normal imprescindível para a realização de competições internacionais. Para ser enquadrada neste termo, a piscina deve possuir 50 metros de comprimento e 25 de largura (50x25) e ser dividida em, no mínimo, oito raias para os Jogos Olímpicos, chegando a até 10 com 2,5 metros cada. A profundidade sugerida pela Federação é de 3 metros, ainda que a regra da World Championship seja de 2,5 metros. A metragem é utilizada para garantir a segurança dos nadadores, evitando que eles colidam entre si ou se machuquem nas “entradas”.

 

Salvador dispõe dedois equipamentos aquáticos: o primeiro é a Arena Aquática Salvador, localizada na Av. Octávio Mangabeira, na região da Pituba, possui 1 piscina olímpica - herança do Rio 2016 - e outra semi-olímpica (25x20), geridas pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza. O segundo é o Centro Olímpico de Natação, conhecido como Parque Aquático Desportivo da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), localizado no Av. Mário Leal Ferreira, na região do Engenho Velho de Brotas, que também segue o mesmo padrão. 

 

Parque Aquático Desportivo. Foto: Antonio Queirós / GOV-BA

 

No entanto, o que falta para os centros aquáticos soteropolitanos se equipararem a estrutura olímpica é cobertura e isolamento dos espaços, compondo assim uma “arena” propriamente dita, juntamente com o sistema de ventilação do espaço e controle de temperatura das piscinas. Essas necessidades também não são banais, segundo o regulamento da FINA, e a temperatura da água deverá ser de 25º a 28°C.

 

SKATE OLÍMPICO 
O skate, por sua vez, possui duas categorias olímpicas que necessitam de estruturas específicas de pista. A categoria park, possui uma pista com desníveis e rampas que permitem manobras aéreas e mais velocidade. Especialistas apontam que este estilo de pista foi pensado para manobras mais criativas, o que inclusive influencia a pontuação dos atletas. 

 

Já a categoria street, se assemelha a um cenário urbano. Os obstáculos se assemelham a bancos, corrimões e desníveis menos rebuscados. Em termos de prática, esta modalidade exige mais técnica e planejamento dos atletas. 

 

Pista olímpica de skate park, em Stella Maris. Foto: Jefferson Peixoto / Secom - PMS

 

Com relação ao regulamento das pistas, a Confederação Brasileira de Skate (CBSK) informou ao Bahia Notícias que “não existem medidas ‘padrão’ ou uma pista ‘básica’”. Segundo a organização, os parâmetros mínimos para que uma pista possa ser aprovada para um evento oficial da Confederação é possuir, no mínimo, 700m², e o uso de concreto usinado com Fck=30Mpa e no mínimo 10cm de espessura.

 

A organização explica que “considerando este panorama de complexidade principalmente nos detalhes mínimos e específicos como: graus de elevações e raios das transições das rampas que irão formar a pista, elevados, 'gaps', 'canyons', 'spines', 'fun box', corrimão, escadarias, colocação de coping (canos nas bordas) enfim, detalhes técnicos [...] recomendamos contatar uma empresa especializada e experiente portadora do Atestado de Capacidade Técnica Operativa emitida pela nossa entidade para assessorá-lo desde a concepção do projeto até a realização da obra”, escreveu a CBSK, em nota.  

 

Foto: Reprodução / Google Maps

 

Considerada um dos maiores pontos de encontro entre os jovens da capital baiana, a pista de skate dos Barris, inaugurada em 2007, mescla elementos de skate park e street. Quando procurada, a Secretaria Municipal de Promoção Social, Lazer e Esportes não forneceu informações sobre as dimensões do equipamento esportivo ou sua manutenção, até o momento desta publicação. Além do skate, a pista ainda é utilizada por atletas e entusiastas no bicicross/BMX. 

 

Em Salvador, foi inaugurada em outubro de 2022, a Praça José Augusto Saraiva, juntamente com uma pista olímpica de skate, em Stella Maris. Em abril de 2023, a pista, que possui 1,2 mil m² e se enquadra na categoria de skate park, recebeu o Seletiva Nacional de Skate Park Amador 2023, organizada pela CBSK. 

 

Seletiva Nacional de Skate Park Amador 2023 em Salvador. Foto: Divulgação / CBSK

 

GINÁSTICA, VOLEIBOL, BASQUETE E HANDEBOL DE ALTO RENDIMENTO
A ginástica de alto rendimento, em si, não necessita de uma estrutura específica além dos aparelhos utilizados. No entanto, para a realização de torneios internacionais, os estádios escolhidos para sediar os eventos necessitam de uma estrutura robusta o suficiente para comportar aparelhos e bancas julgadoras.

 

Estádios como a Arena Bercy, a última a receber o esporte nas Olimpíadas e Paralimpíadas de 2024, acomoda de sete - na arquibancada - a 20 mil pessoas - já no formato de shows - e possui área totalmente coberta. Este tipo de ginásios ou estádios são conhecidos como “arenas multiuso”. 

 

Em Salvador, a construção de um espaço como este foi anunciada pela Prefeitura de Salvador em outubro de 2023. As obras tiveram início em abril deste ano. Com investimento de R$ 163 milhões, o espaço terá capacidade para abrigar mais de 12 mil espectadores. No entanto, se a capital baiana viesse a receber eventos internacionais de ginástica ainda este ano, a opção disponível seria o Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras, gerido pela Sudesb.

 

Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras. Foto: Divulgação / GOV-BA

 

Inaugurado em 2014, o Ginásio de Cajazeiras é um dos mais importantes equipamentos esportivos do estado, localizado no coração de um dos maiores conjuntos habitacionais da América Latina. Com capacidade para 2 mil pessoas, a quadra do ginásio possui 40 metros de largura por 20 de comprimento (40x20), medida que permite a realização de outros três esportes olímpicos: o handebol, o basquete e o vôlei de quadra. 

 

Foto: Divulgação / GOV-BA 

 

No caso do handebol, o regulamento internacional do esporte, regido pela Federação Internacional de Handebol (FIH), além do retângulo de quadra, o espaço que recebe o esporte “deveria possuir uma zona de segurança ao redor da quadra de jogo, com largura mínima de 1 metro ao longo das linhas laterais e 2 metros atrás das linhas de fundo”.  No caso das balizas (o gol), centralizadas no limite das quadras, a FIH delimita que ela devem possuir  2 metros de altura e de 3 metros de largura (3x2). No Ginásio de Cajazeiras, as balizas seriam “removíveis”, já que o local também abarca outros esportes. 

 

Quadra de handebol. Foto: Reprodução / Regulamento Confederação Brasileira de Handebol (CBHb)

 

O basquete, por sua vez, foi introduzido no programa olímpico nos Jogos de Berlim em 1936. Segundo regulamentação da Federação Internacional de Basquete (FIBA), em Olimpíadas, as dimensões oficiais de uma quadra de jogo devem ser de 28 metros de comprimento por 15 metros de largura. Além disso, a FIBA exige que a linha de três pontos esteja a uma distância de 6,75 metros da cesta.

 

Foto: Time Vitória em partida da NBB em Cajazeiras. Foto: Raul Spinassé / LNB

 

Em Salvador, atualmente, temos apenas o Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras como espaço público atendendo essas exigências, que conta com uma quadra com medidas oficiais 40m x 20m, de forma que comportaria a realização de uma partida de basquete FIBA.

 

Arena sede Liga das Nações 2021. Jogo Brasil x Rússia. Foto: Francisco Medeiros / Ministério da Cidadania

 

Já no vôlei, o regulamento da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) aponta que a quadra utilizada em competições internacionais de voleibol, ou vôlei de quadra, exige características específicas que envolvem as dimensões e linhas de quadra, além de temperatura e iluminação. 

 

No caso das medidas, a quadra deve possuir 18 metros x 9 metros (18x9), com uma zona livre de, no mínimo, 3 metros de largura em todos os lados. A altura da área de jogo deve possuir, no mínimo, 7 metros. “Para as Competições Mundiais e Oficiais da FIVB, a zona livre deve medir 5 metros a partir das linhas laterais e 6,5 metros a partir das linhas de fundo. O espaço livre de jogo deve medir, no mínimo, 12,5 metros de altura a partir da superfície da quadra”, aponta o regulamento disponibilizado pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). 

 

Com relação à superfície da quadra, a FIVB aponta que somente superfícies de madeira ou sintéticas são permitidas. A temperatura do ginásio ou arena deve flutuar entre 25° e 16°C e a iluminação da área do jogo não deve ser inferior a 2000 luxes medida a 1 metro acima da superfície da área de jogo - ou seja, a mais de 13,5 metros de altura da superfície.