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"O Rio do Desejo": Em Salvador, Sérgio Machado e Sophie Charlotte relatam complexidade do "filme construído em silêncios"

Por Erem Carla / Ana Clara Pires

"O Rio do Desejo": Em Salvador, Sérgio Machado e Sophie Charlotte relatam complexidade do "filme construído em silêncios"
Foto: Milena Palladino

A pré-estreia do filme "O Rio do Desejo", que aconteceu nesta quarta-feira (22) em Salvador, atraiu os olhares dos soteropolitanos para uma obra diferente. O longa, dirigido por Sérgio Machado, é estrelado por Sophie Charlotte, Daniel de Oliveira, Gabriel Leone e Rômulo Braga.

 

A obra é uma adaptação do conto "O Adeus do Comandante", do amazonense Milton Hatoum, e acompanha a história de Dalberto, um comandante de barco que transporta um passageiro em uma viagem longa e arriscada pelo Rio Negro. Durante esse período de ausência, sua parceira Anaíra acaba se aproximando dos seus irmãos Armando e Dalmo. A aproximação faz com que os irmãos de Dalberto se apaixonem por sua mulher.

 

Questionado pelo BN sobre de onde surgiu a vontade de adaptar a obra de Milton Hatoum, Sérgio confidenciou que já havia lido todos os livros do autor e que se impressionava com o quanto eles eram cinematográficos. O diretor explicou que ficou impressionado “com os silêncios e a atmosfera misteriosa do conto”: "Eu acho que na literatura do Milton, e acho que no filme de certa maneira, o que é mais importante não é o que é dito, é o que não é dito, é o que as pessoas, os personagens pensam, o que eles escondem, né? O que está passando na cabeça deles. E a gente dá um tempo para o espectador refletir sobre isso".


Foto: Ana Clara Pires / Bahia Notícias

 

"Na verdade, a literatura dele é toda cheia de mistérios, porque é como se o que há de mais interessante na história é o que não é dito. Assim, é uma atmosfera que é como se o passado de alguma maneira se misturasse com o presente", confidenciou durante o evento, que aconteceu no Cine Metha Glauber Rocha.

 

Machado também comentou sobre o processo de pós-produção e montagem do filme. "Os atores têm um tempo ali que dá conta desse mistério, e a gente manteve isso na montagem que às vezes você quer acelerar, mas nesse filme não. Existe um silêncio que você fica pensando: ‘nossa, o que está por trás disso daí?", alertou Sérgio.

 

Protagonista, Sophie Charlotte sentiu na pele a complexidade de construir os silêncios do filme. "É verdade isso, a questão do silêncio que faz parte da narrativa, e a construção da tensão. Eu acho que tem um outro elemento interessante, que é a dificuldade de expressar, de colocar em palavras sensações tão profundas. Às vezes, você não tem nem linguagem para falar de certos desejos, né? Então esse filme também consegue, o Sérgio conseguiu manter isso de uma forma muito preciosa", comentou Sophie.

 


Foto: Ana Clara Pires / Bahia Notícias

 

A atriz também exaltou o posicionamento do diretor em proteger esses momentos no longa-metragem. "O Sérgio conseguiu manter isso de uma forma muito preciosa, ele até contou que, num corte assim, tentaram tirar um pouco desses silêncios, mas que ele fincou ali a bandeira autoral dele como diretor. Porque realmente nesses silêncios acho que é onde se coloca quase um espelho, né? Pra quem está assistindo também. A gente consegue, dentro da experiência do cinema, do filme, ainda respirar e se conectar e refletir também", avaliou.

 

O filme estreia oficialmente nesta quinta-feira (23), em cinemas de todo o Brasil. Em Salvador, ele pode ser visto no Cine Metha Glauber Rocha, em três sessões