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Luiza Brunet descarta retorno às passarelas após desfile na SPFW: “Minha bandeira é o enfrentamento da violência”

Por Camila São José / Bianca Andrade

Luiza Brunet em entrevista
Foto: Camila São José

Ver Luiza Brunet, 61 anos, nas passarelas 16 anos após a despedida da modelo dos desfiles animou os amantes do universo da moda com a possibilidade de um retorno da veterana aos trabalhos na área. Porém, para a empresária e ativista, o caminho feito desde a saída do “mundo fashion” é outro completamente diferente.


Em Salvador para uma participação no 25º Congresso Nacional do Ministério Público, a mato grossense, que na última quinta-feira (9) participou do São Paulo Fashion Week, explicou o motivo que a fez aceitar o convite para desfilar pela ‘The Paradise’ e revelou que o retorno às passarelas não é algo do desejo dela.


“O etarismo, a inclusão das mulheres de todas as raças, de todas as cores, é uma nova bandeira da sociedade como um todo. Isso não é só no Brasil, é no mundo inteiro. Então eu acho que é o momento que a mulher pode se colocar na profissão que ela escolher, na idade que ela viver. Basta que ela tenha conhecimento, que ela tenha vontade, que ela seja dedicada, que ela seja aplicada, porque a gente precisa de uma inclusão em todas as áreas, para a gente poder aproveitar e ter a nossa visibilidade, espaço para a gente poder trabalhar tranquila. Mas eu participei do desfile falando justamente disso, porque era um desfile super inclusivo, com uma diversidade enorme desfilando, são os autores, e o consumidor é essa mulher real, essa mulher que tem deficiência, é a mulher trans, é a mulher negra, é a mulher mais gordinha, é a mulher que tem o que a mulher mais magra, ou seja, as mulheres são diferentes.”


Para a modelo, apesar de ter sido uma boa experiência, o foco dela como ativista agora é outro. “A moda precisa mostrar essa realidade, porque elas são os consumidores. Por essa razão, eu participei do desfile, mas eu não vou voltar a ser modelo. A minha bandeira agora é realmente trabalhar com o enfrentamento da violência doméstica, que é o lugar que eu me sinto mais confortável e feliz”.


Brunet, que desde o episódio de agressão vivido em 2017, se tornou uma voz ainda mais ativa na luta de combate a violência contra a mulher, ressaltou a importância de aç?es de conscientização e acolhimento às mulheres nos casos de violência e o papel do Ministério Público em ter pessoas capacitadas para atender e dar continuidade ao processo.


“Hoje eu falei que o Ministério Público foi muito importante. Quando eu fiz a minha denúncia eu senti que foi muito acolhida e eu não tive nenhum medo de seguir com o processo adiante. Justamente por esse acolhimento que eu recebi lá. E é fundamental, eu falei. É fundamental que eles entendam, que o Ministério Público entenda que essa mulher está tão fragilizada que se ela for julgada ou tiver alguma dúvida, ela vai desistir de fazer a denúncia e ela vai se tornar uma vítima de feminicídio. Tem mais de 2.500 pessoas que fazem parte da justiça, que estão aqui ouvindo uma visma como eu, depoimentos de outras mulheres que trabalham também com essa pauta, e dizer o quanto é importante para nós como vistas termos esse apoio do Ministério Público.”