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“Tocar pra quem tem o brilho da pele preta é um reencontro”, diz Passapusso sobre apresentação do BaianaSystem no Pelourinho

Por Eduarda Pinto / Thiago Teixeira

“Tocar pra quem tem o brilho da pele preta é um reencontro”, diz Passapusso sobre apresentação do BaianaSystem no Pelourinho
Foto: Juracy Feitosa / Ag. Fred Pontes

“Fazer a favela ser reconhecida pela produção de cultura”. Essa foi a missão que o vocalista do grupo BaianaSystem, Russo Passapusso, destacou possuir na abertura do Carnaval de Salvador deste ano. Nesta terça-feira (13), último dia de folia, o Baiana se apresenta no Pelourinho. Ao Bahia Notícias, Passapusso falou sobre respeito às origens e destacou a importância de tocar para os mais diversos públicos, sobretudo, a população mais vulnerável.

 

 

“A gente tem um evento chamado Mutirão Mete Mão, onde a gente entrava nos guetos, entrava na comunidade, fala com Dona Maria, com o Seu José. E o Pelourinho é um encontro de comunidades, né? O Pelourinho, a gente se arrepia por causa disso. Antes do carnaval mesmo, eu tenho essa memória agora, a gente tocou com várias referências, tomou aula com várias referências. Olodum, Cortejo Afro, e pra mim foi de muita importância poder tocar e fazer um ensaio aqui com os filhos de Gandhi. Foi uma coisa maravilhosa, sabe? O processo de tocar pra comunidade, o processo de tocar pra quem tem o brilho da pele preta também é um reencontro. A gente se vê porque eu tava do outro lado, eu olhava os outros cantores. Eu sei que outras pessoas ali vão ser estimuladas a fazer arte também”, destacou o vocalista do BaianaSystem.

 

O artista também frisou a importância da arte como instrumento de transformação social e disse acreditar profundamente que “a arte é uma das saídas para conseguir não se poluir com todas essas energias que às vezes fazem a gente querer desistir de um caminho digno”. "A gente vem em um processo chamado Mini Estéreo Público Sistema de Som Perambulante. Um nome até interessante, né? Que é mini, de pequeno; estéreo, de som; e público, da gente conseguir tocar nos lugares e ter essa comunicação com o público”, destacou o cantor.

 

Durante a conversa, Passapusso ainda destacou que é fundamental ter respeito pelo público acima de tudo e que, em cima do palco, sempre tenta lembrar que já esteve do outro lado. “Então é nossa cultura em primeiro lugar, a gente se vê no olhar dos outros. Sempre que eu tô em cima do palco [eu penso] “calma Russo, calma Russo. Você estava lá do outro lado. Respeita sempre quem tá na frente. Quem faz o nosso som é quem tá ouvindo nosso som”. Então acredito que cada pessoa que tá ouvindo, tem um maestro ou uma maestrina nos ouvindo”, disse o artista.