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Meu Diário da Copa: Portugal seria favorito se não fosse Portugal

Por Nuno Krause

Meu Diário da Copa: Portugal seria favorito se não fosse Portugal
Foto: Reprodução / Instagram - @portugal

Quando Cristiano Ronaldo disse, nesta semana, que Portugal tem time para ganhar a Copa do Mundo, ele estava certo. Em busca de seu primeiro título, os lusitanos reúnem, em 2022, uma geração impressionante, que poderia facilmente ser considerada favorita. Se não fosse Portugal.

 

Digo isso com a experiência de quem tem um pai português e viu, por anos, suas esperanças se esvaindo ao longo de jogos que poderiam ter sido vencidos, mas não foram. Como na final da Euro de 2004 - derrota em casa para a Grécia -, na semifinal da Copa de 2006 - derrota por 1 a 0 para a França -, nas oitavas de 2010 - derrota por 1 a 0 para a Espanha - e novamente nas oitavas de 2018 - derrota por 2 a 1 para o Uruguai. 

 

A maior glória de Portugal no século veio justamente quando o time não despertava grandes expectativas, em 2016. Cristiano Ronaldo conduziu o país à primeira taça de maior relevância em sua história, a Eurocopa. O gol do título foi marcado por Éder, que atualmente está sem clube. 

 

Quatro anos depois, na Euro 2020, os lusitanos entraram como um dos francos favoritos. Caíram nas oitavas de final, em derrota por 2 a 1 para a Bélgica. Mais um jogo que deixou meu pai com a sensação de que poderia ter sido (muito) melhor. 

 

Para a Copa do Mundo de 2022, Portugal tem, disparadamente, a melhor geração que já vi. Mesmo com CR7 em clara decadência técnica, o técnico Fernando Santos dispõe de uma série de jogadores que brilham em seus respectivos clubes. 

 

Rúben Dias, João Cancelo, Raphael Guerreiro, Vitinha, João Mário, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Mário, Gonçalo Ramos e Rafael Leão são alguns dos destaques. No gol, Rui Patrício, ídolo já consagrado, é o ponto de segurança dessa equipe. Motivos que fazem meu pai cravar: a final será Brasil x Portugal. 

 

Por outro lado, o ambiente interno não parece dos melhores. Recentemente, Cristiano Ronaldo deu declarações polêmicas acerca de seu período no Manchester United. O “gajo” só atuou em 10 partidas nesta temporada, e marcou apenas um gol. Ele fez duras críticas à estrutura do clube e deixou claro que sua relação com o técnico Erik Ten Hag não é boa. 

 

Vale lembrar que Bruno Fernandes é seu companheiro no clube, e tem sido uma das principais peças do treinador. Um vídeo publicado recentemente pela Federação Portuguesa mostrou um cumprimento no mínimo esquisito entre Bruno e Cristiano no vestiário da seleção. 

 

Para completar, Portugal caiu em um grupo difícil. Talvez o mais difícil de se prever na Copa. É claro que os europeus são favoritos, mas Uruguai, Coreia do Sul e Gana são adversários incômodos. 

 

A CELESTE

 

O Uruguai é sempre forte, independente dos jogadores que vão a campo. A seleção costuma se impor fisicamente, e tem destaques técnicos capazes de resolver uma partida, apesar de alguns deles estarem envelhecidos. 

Luis Suárez e Edinson Cavani, por exemplo, devem brigar por uma vaga no ataque, e não atuar juntos, como costumava ser. Na zaga, Giménez permanece no time titular, mas Godín deve ser banco, assim como o goleiro Muslera. 

 

As verdadeiras ameaças uruguaias estão na juventude. No meio, Federico Valverde, de 24 anos, faz temporada avassaladora pelo Real Madrid. Em 20 jogos, o uruguaio marcou oito gols e deu quatro assistências, e é titular incontestável no time de Carlo Ancelotti. Vecino e Bentancur completam o setor, que une intensidade e criatividade. 

 

Na frente, ao lado de Suárez - ou Cavani -, Darwin Núñez é o jovem sensação do Liverpool, com nove gols e duas assistências em 18 partidas. Ele deve jogar mais aberto pela esquerda na seleção. Na direita, Facundo Pellistri, de 20 anos, fecha a conta. 

 

Se fôssemos fazer uma análise há alguns meses, talvez a Celeste despertasse mais desconfiança. No entanto, o fim da era Oscar Tabárez e o início de Diego Alonso mudaram as expectativas uruguaias para a Copa. 

 

SON FUTEBOL CLUBE? 

 

Sob o comando de Paulo Bento, a seleção da Coreia do Sul tem, naturalmente, Son Heung-min como sua principal estrela. O atacante do Tottenham é o melhor jogador asiático já há algum tempo, e, para a seleção conseguir avançar na primeira fase, ele terá de marcar gols. Isso não quer dizer que o time se resume a ele. 

 

A Coreia do Sul vem de eliminatórias praticamente impecáveis, com sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota - no último jogo, para os Emirados Árabes Unidos, por 1 a 0. A defesa foi a melhor do qualificatório, com apenas três gols sofridos, e o ataque balançou as redes 13 vezes - só não foi melhor do que Irã e Austrália, que ficaram com 15. 

 

É uma seleção que gosta de ficar com a bola e praticar um futebol ofensivo. Talvez, diante de Portugal e Uruguai, tenha que mudar sua estratégia. Mas é, sem sombra de dúvidas, o país que ameaça a soberania dos dois principais integrantes do grupo. 

 

O QUE ESPERAR DE GANA? 

 

Não é, em 2022, a forte seleção de Gana que surpreendeu a todos em 2010 e chegou às quartas de final da Copa do Mundo. Na ocasião, o país africano esteve a um pênalti no final do jogo contra o Uruguai de avançar à semifinal. Asamoah Gyan mandou no travessão, e o resto é história. 

 

Dessa vez, a simples presença de Gana na Copa já é uma surpresa. A seleção fez uma campanha decepcionante na Copa Africana de Nações (CAN), somando apenas um ponto no Grupo C e caindo na primeira fase. 

 

Nas eliminatórias para o Catar, se classificou para a segunda fase por ter mais gols marcados do que a África do Sul no Grupo G, e só garantiu a vaga após dois empates com a Nigéria na segunda fase - 0 a 0 em casa e 1 a 1 fora. 

 

O técnico Milovan Rajevac não resistiu a queda na CAN e foi substituído por seu interino, Otto Addo, ainda no início de 2022. 

 

De qualquer forma, Gana não é uma seleção para ser subestimada. Nesta quinta-feira (17), por exemplo, venceu a Suíça, adversária do Brasil na Copa, por 2 a 0. É uma equipe jovem, que tem em suas referências Jordan Ayew e Andre Ayew, e que pode utilizar a Copa do Catar para começar a formar uma nova geração de sucesso - ou não. 

 

Palpite: 

 

1) Portugal 

2) Uruguai 

3) Coreia do Sul 

4) Gana