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Opinião: o maior erro de Paiva foi não compreender o sentimento do torcedor do Bahia

Por Ulisses Gama

Opinião: o maior erro de Paiva foi não compreender o sentimento do torcedor do Bahia
Foto: Maurícia da Matta / Bahia Notícias

Um treinador de futebol, antes de tudo, é um gestor de pessoas.

 

Não só as pessoas que estão dentro do dia a dia no centro de treinamento ou no vestiário, mas as que estão nas arquibancadas.

 

O que move o meu trabalho como repórter, o que move o trabalho de um jogador, preparador físico ou roupeiro, é o que o torcedor sente. Isso é inegociável. Não entender esse sentimento foi o maior erro de Renato Paiva.

 

No comando do Bahia, o português teve 51 partidas e um aproveitamento de 49%. Nos triunfos e nas derrotas, ele não compreendeu o sentimento do torcedor, o que desgastou muito a relação. Em alguns momentos, ele até tentou pequenos gestos de aproximação, mas a descortesia sempre voltava à tona com declarações desconexas da realidade e cobertas de desprezo em relação a quem vive deste clube e lota a Arena Fonte Nova nos domingos.

 

A relação se tornou hostil. Em diversos momentos, vi torcedores com olhos esbugalhados de raiva em relação ao treinador, coisa que nunca tinha visto. Sem buscar um contorno, Paiva foi até resistente nos momentos mais difíceis. No entanto, o desejo do torcedor sempre pesa.

 

Sou adepto da continuidade dos trabalhos, mas não dava mais para Paiva. Era trabalhador, dedicado ao ponto de estudar os jogos em meio aos voos e queria ver o melhor do seu time, mas em campo, uma equipe ineficiente para finalizar e cheia de erros defensivos minaram ainda mais a relação com um torcedor magoado e àvido por bons resultados neste "ano zero" do Grupo City.

 

Essa ruptura tem que servir de lição para a SAF do Bahia, que precisa caminhar junto ao seu torcedor para que boas energias voltem a fluir na sequência do Campeonato Brasileiro.

 

É entender a cultura e sentir o que o povo sente.