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Entrevista

Baraúna projeta "resgate da credibilidade" com o sócio do Bahia e critica gestão Belllintani: "Omisso"

Por Ulisses Gama

Baraúna projeta "resgate da credibilidade" com o sócio do Bahia e critica gestão Belllintani: "Omisso"
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Radialista com grande experiência na cobertura do Bahia e conselheiro do clube, Jaílson Baraúna quer representar o torcedor do Esquadrão de Aço na função de presidente. Com Raimundo Nonato como vice, ele faz parte da chapa Um Novo Bahêa, de número 79. Com o sonho de ser escolhido pelo associado no próximo sábado (2), o candidato concedeu entrevista exclusiva ao Bahia Notícias e disse que um dos principais objetivos é cuidar da associação com responsabilidade e "resgatar a credibilidade" com o torcedor.

 

"O Bahia é do povo, feito pelo povo. Quem é o sócio do Bahia? É o povo. A gente tem que estar perto do povo. Eu não posso falar de cor se não a tenho. Como vou falar de pobreza se nunca fui pobre? Como vou falar de arquibancada se nunca estive lá? O que fez o sócio estar longe é justamente isso. Pessoas que sequer vão na arquibancada ou vão de três em três anos para fazer campanha, mas no dia a dia não estão nem aí para o povo", disse.

 

Crítico ferrenho do atual presidente, Guilherme Bellintani, Baraúna afirmou que a gestão "abandonou" o clube após a assinatura de contrato com o Grupo City, que assumiu o futebol do clube. 

 

"Pensam um Bahia e trabalham para um Bahia pequeno. Quando tiveram 210 milhões de orçamento, rebaixaram o clube. São pequenos, pensaram o Bahia pequeno, agiram o Bahia pequeno e prejudicaram o próximo presidente, independente de quem seja. Deveria ter um mínimo de estrutura e não tem. De 8h às 17h só tinham isso para fazer? Abertura de empresa o seu contador não faz? O contrato não estava assinado? Só dava para pensar no closing? É uma desculpa esfarrapada!, esbravejou.

 

Baraúna também foi questionado sobre busca de receitas para a associação, trabalho em parceria com o Grupo City, presença dos negros dentro do clube e a escolha por outras modalidades esportivas.

 


Por que você decidiu se candidatar à presidência do Bahia?
Por ver por dentro aquilo que você não queria que estivesse acontecendo. Um Bahia mal administrado, abandonado, um presidente omisso que se acha no direito de apresentar um candidato tendo errado tanto e feito mal desportivamente. Um cara que gerou prejuízos que estão contabilizados. Quem quiser, pode ver na prestação de contas. O passivo do Bahia quando Marcelo Sant'Ana saiu era de 87 milhões. Quando ele entregou para a SAF, estava acima de 270. São quase 200 milhões de prejuízo acumulados ao longo da gestão de alguém que era visto como Midas. De ver tudo isso no Conselho e ver o sistema dizer amém, a gente quis sair para mostrar que o povo tem voz, vez e capacidade de gerir o clube e impor uma gestão que tem que ser técnica e que pode ter pimenta com a paixão. Tudo aquilo que se faz com paixão, se dá algo mais e é esse "algo mais" que queremos dar ao Esporte Clube Bahia.

 

 

 

Na sua opinião, qual vai ser a principal missão do próximo presidente do Bahia?
Resgatar a credibilidade, a comunicação com o sócio. O Bahia tem 50 mil sócios transferidos para a SAF e só 7 mil para a associação. Por que tanta distância? Como essa distância aconteceu? Ela acontece pela falha de comunicação, pela ausência do presidente. Você já viu o presidente no setor Norte? Leste? Ladeira da Fonte? Você só vê o presidente em evento de marketing, cercado por seguranças. O Bahia é do povo, feito pelo povo. Quem é o sócio do Bahia? É o povo. A gente tem que estar perto do povo. Eu não posso falar de cor se não a tenho. Como vou falar de pobreza se nunca fui pobre? Como vou falar de arquibancada se nunca estive lá? O que fez o sócio estar longe é justamente isso. Pessoas que sequer vão na arquibancada ou vão de três em três anos para fazer campanha, mas no dia a dia não estão nem aí para o povo. Por ver tudo isso, a gente precisa fazer com que o sócio participe de fato da vida do clube. 

 

Como atrair os sócios para a associação?
Já tivemos um tempo atrás o plano de descontos. Esse plano foi transferido e depois vou entender melhor essa situação. Vamos imaginar que você tem um menino e que você pague de mensalidade 800 reais. Se a gente consegue ter uma parceria com essa escola, ela oferece um desconto de 10%. Estamos falando de 800, então 80 reais, que equivale a quatro mensalidades do sócio. É vantajoso para o sócio pagar os 20 do sócio? É, porque ele ganha quatro todo mês. E no final de um ano, ele tem 48 mensalidades economizadas e pagou 12. É buscar parcerias para reestabelecer. Não é uma ideia minha, mas é uma reedição do que já teve, mas foi abandonado. É uma reedição de parcerias com bares, restaurantes, escolas, faculdades e dar corpo a isso. Além de me comunicar com o sócio, ele vai ter benefício no bolso. Quando você economiza no bolso, sobra 20 para pagar a associação e colaborar com o projeto.

 

Baraúna, você é o único candidato negro dessas eleições. Como vê a inserção dos pretos dentro do Bahia?
Zero. O Bahia tem um núcleo de ações afirmativas onde o diretor do núcleo fala de discriminação, mas ele, com todo respeito, é branco de olhos azuis. Me diga um diretor negro do Bahia. Não tem nenhum! Não posso falar de inserção, acolhimento, cuidado com o povo negro, se não tenho nenhum negro na minha gestão. É acolhimento para ganhar curtida? Para ganhar voto na eleição? É só para isso que o negro serve? Mas quantos negros teriam capacidade? Eu conheço vários e não tem nenhum. Temos baianos com história fantástica que poderiam ser coordenadores da divisão de base do Bahia. Mas não são. E a maior representatividade de base no Brasil é um baiano. Tirando os dois que estão comandando o clube, não temos ninguém representando os baianos. Estamos nesse pleito para isso. Nós somos a cor dessa cidade. Não a cor da pele, mas sim a cor de quem constrói o Bahia. Quem construiu o Bahia é o negro, branco, pobre, trabalhador, assalariado. Nós representamos tudo isso. O Bahia não tem cor específica, mas falando do povo preto, não tem ninguém em cargo de comando. Talvez você encontre o motorista, o mecânico, o faxineiro, mas o gerente, supervisor e diretor, esqueça.

 

 

Como será o seu trabalho com as embaixadas?
A nossa facilidade é falar do que a gente vive. Vocês acompanham. As embaixadas, para eles, servem como massa de manobra. Eles aparecem pontualmente, como você disse, em um jogo do Campeonato Baiano. Não é todo ano que o Bahia joga em Alagoinhas, Feira ou Juazeiro, depende de um sorteio. É só isso? O novo estatuto do Bahia diz que a embaixada é um braço da associação, mas eles só usam isso para pegar voto. Todo mundo procura as embaixadas de três em três anos. O que você pergunta para o cara da embaixada? Pergunta a dor, as dificuldades... Oferecemos isso como projeto na nossa chapa de conselho no ano passado. Fingiram que acataram e não implementaram. Sendo presidente, vamos buscar fazer a caravana tricolor, que é levar o clube onde o torcedor está. Qual a regularidade disso? Vai depender de orçamento, estudo. Se depender da gente, uma vez por mês estaremos em algum lugar. Vamos conversar, entender e perceber aquele espaço. Propor, falar, é simples, mas eles não têm boa vontade. A relação tem que ser permanente e contínua.

 

Como trabalhar junto ao Grupo City e fiscalizar o cumprimento do contrato?
Criaram essa fantasia. Não é função do presidente ser fiscal. Para isso, existe o conselho fiscal da SAF. Cabe ao presidente fiscalizar? Cabe ao presidente ter conhecimento. Criaram a fantasia de que é só isso. O presidente faz parte do conselho de administração. Eu sou dono de uma empresa. 'Ah, mas você só tem 10%'. E daí? Deixei de ser dono? Porque tenho 10%, tenho que chegar lá de bermuda e camiseta, colocando o pé em cima da mesa? Qual a função do presidente? Ele faz parte do conselho de administração, com três do grupo City. A função é propor, dialogar, debater, conversar, entender o funcionamento da sua empresa. O fato de ser minoritário não lhe dá o direito de ser omisso. O City entrou com 1 bilhão e entramos com as outras coisas. Quanto demandaria fazer um CT como Dias D'Ávila? Quanto tempo levaria o City criando um time para subir até a primeira divisão? Quanto demandaria para o City disputar competições nacionais? Quanto tempo levaria para ter a sala de troféus que temos? A torcida que temos? Qual o valor disso? Tem um bem material que não tem como ser calculado de forma taxativa, mas somos nós que cuidamos disso. É um valor maior que 1 bilhão. Todo esse valor está lá colocado. O Bahia não entrou com o dinheiro, mas entrou com tudo isso que representa muito mais e eles têm que fazer valer. Como a gente faz? Acompanhando, opinando, propondo, estando presente não omisso, permissivo. E observando através do conselho fiscal. A função não é pedir relatório no ar condicionado. Também temos direito. Temos que entrar com ordem, respeito, coerência.

 

Você vai participar do futebol do clube?
Você não tem essa prerrogativa de comando, é do Grupo City. Mas a prerrogativa de saber das coisas. É perguntar como estão as coisas, entender o planejamento do futebol. Ele vai acatar a sua sugestão se ele quiser, mas são quatro. Três vão votar contra você, mas o não você já tem. É convencer com bons argumentos que a sua opinião é válida.

 

Como tem visto o trabalho para a entrada do Bahia em outros esportes?
Ele só tem pedido voto para o candidato dele. Só. Para a associação, não fez nada. Por que nada? A associação está no zero. Não cabia ao presidente atual ter alguns estudos de viabilidade para facilitar a vida do próximo presidente. Ele tem a associação para virar SAF em dezembro. Não poderia ter destacado alguém para começar a pensar a associação, já que era um caminho sem volta? Se eu sei que é um rito burocrático, porque não destacou pessoas para pensar o próximo momento? O presidente que vai entrar não sabe para que lado o Bahia vai. O Bahia sequer se inscreveu nos conselhos de ações sociais. Um movimento bobo, tolo, um ofício enviado. Nada! O presidente chegou e disse que era opção dele não fazer nada. Vou dizer que isso é bom? Eu quero implementar a natação. Como será isso? Qual será a viabilidade? Não tem planejamento. Não tem uma folha de papel dando norte para nada. Os estudos de viabilidade deveriam ter sido feitos, já que ficaram um ano coçando e cheirando, desfilando simpatia. Eu o apoiei para a reeleição porque entendi que era a melhor condição para tocar o clube. Mas quando você acessa as contas desse pós momentos, você olha que fez errado. Ele descansou de uma imensa maioria no Conselho para fazer bobagens e bobagens. O próximo presidente vai ter que pensar tudo do zero e isso não é certo.

 

Você tem preferência pelo basquete. Como fazer isso viável?
A gente pensa do ponto de vista de participação e econômico e financeiro. Quando a gente fala do basquete, é a maior liga do país. O futebol é comandado pela casa da Mãe Joana. Você sabe quando será a última rodada do Bahia? Casa da Mãe Joana. Você não sabe nada. No basquete, você sabe o primeiro e o último jogo, com dia, horário e local. A liga é organizada, com parceria da NBA, que desenvolve ações bilaterais, com participação de 87 milhões de brasileiros, com vários participando nas redes sociais do NBB e os que assistem regularmente. Temos transmissão no canal aberto, fechado e streaming. Todos os jogos transmitindo, com parceiros diretos e participação na montagens dos times. Temos patrocinadores que dão nome á liga. Quando você vê esse universo, lhe interessa. É um esporte de massa. Teremos em breve uma Arena com 12, 15 mil pessoas. Imagine você indo para um jogo de basquete e ver um Bahia competitivo, com 15 mil pessoas vibrando? Já vinha conversando antes de ser candidato por ser um caminho viável, economicamente falando.

 

Qual vai ser o trabalho para tornar a associação rentável?
Deixa eu parafrasear uma letra do Ilê Ayiê: 'Cada pedaço de chão, cada pedra fincada, um pedaço de mim'. Não é Baraúna sozinho. São várias pedrinhas que vão calçar essa via, pavimentar essa via para buscar novos parceiros. Temos pessoas que militam no mais alto nível de construção e captação de recursos, tanto no recurso do mercado formal como através das leis de incentivo ao esporte. Temos um grupo de pessoas do mais alto nível, com militância em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, que já vivenciam isso no seu dia a dia, captando recursos para projetos. Já temos apoio dessas pessoas. O que não posso é pedindo algo sem ser nada. Porque você não vai dar nada a alguém que pleiteia, mas vai confiar em quem está lá. O mandato existindo, temos pessoas capacitadas para fazer a busca.

 

Baraúna, você é conhecido pelo seu trabalho como repórter e conselheiro, mas também passou uma imagem polêmica após a discussão com o técnico Renato Paiva. Como você pretende mudar essa imagem?
Nada melhor do que o meu entrevistador falar do que sou fora desse cenário. Eu não ligo a câmera e começo a gritar, pular no pescoço de ninguém... Eu brigo pelos ideais que tenho. E uma coisa é certa: ninguém vai pisar no Bahia. Ninguém vai tratar o Bahia como ele não mereça ser tratado. A mesma vontade que acham que briguei com Paiva, tenho para brigar com qualquer um pelo Bahia. O que a gente tem que adequar é o meio de fazer. Não sou Hebert Conceição para sair na mão. Vou brigar nas ideias, no argumento, juridicamente, com ideias, essa é a forma. Por trás da câmera, existe o pai, filho, companheiro... Mas gosto de receber o que entrego. Sou bem falado por meus companheiros de Conselho porque meu trabalho é esse. Naquele momento, ainda que subindo o tom de forma equivocada, pedia aquele tipo de atuação. Na busca pelo melhor para o Bahia, vocês vão ver aquele Leão, com vontade de buscar o melhor para o Bahia.

 

Como será o trabalho do presidente para ser o elo de ligação do Bahia com as entidades FBF e CBF?
É tentando fazer esse elo de ligação. Conheço Ednaldo Rodrigues, Ricardo Lima... A convivência como repórter faz a gente saber da trajetória de Ednaldo, desde diretor do interior até vice-presidente, presidente... A gente sabe a trajetória das pessoas. A gente pode auxiliar, caso necessário. Não vamos nos enxerir em nada. A gente entende que, por conhecer as pessoas, a gente pode auxiliar.

 

É possível entregar uma associação fortalecida em 2026?
É possível. Sendo diferente, praticando tudo que falei. Não adianta prometer e não fazer, essa é a pior parte. Pega o plano de gestão da atual administração e veja o que foi feito. Estamos falando de gestão. O que é que foi feito? Não estou prometendo nada, estou falando de coisas que posso realizar. Posso fazer a aproximação com o sócio, posso implementar uma ou duas modalidades, posso colaborar com o City... Não adianta apresentar 20 pilares e fazer três. Prefiro fazer três e ser parabenizado por cumprir esses três pilares. Estou aqui para quebrar paradigmas, furar essa bolha. Muitos estão pela vaidade de ser presidente do Bahia. Estou por ser torcedor. Eu quero ser de fato a expressão de quem represento, que é o torcedor e sócio. Garanto a você que a gente colocando em prática o plano de descontos, não teremos só sete mil sócios, mas 14, 15, 20, 30... O torcedor vai entender que é benéfico ser sócio, que o bolso agradece, que o filho dele agradece por ter um clube social para estar no final de semana. Estamos conversando, mas tem que ter um segundo momento, que é a realidade. 

 

Como você avalia o trabalho do Grupo City no Bahia?
São três avaliações distintas de um só momento. Não posso imputar ao Ferran Soriano responsabilidade se ele colocou pessoas que para ele eram competentes para fazer as coisas acontecerem e não fizeram. Posso questionar a escolha, dizer que ele escolheu mal, mas a culpa não é dele. No planejamento estratégico ele pensou em Raul Aguirre e Cadu Santoro, pessoas que trabalham a anos e tem a confiança. Não fizeram. Ele avaliou bem, mas execução mal. Raul Aguirre veio para ser o CEO. Ele tem pertinência no futebol? Tem. Mas está ali para cuidar do clubem estrutura, departamentos, das contas, finanças, parceiros, muito mais que só futebol. Cadu Santoro faltou perspicácia na escolha do treinador. Ele se deixou ouvir por pequenino e pequenez, fez uma escolha ruim, se deixou ouvir quando queimam Gilberto, que teria sido útil, na não manutenção de Davó, Ignácio e outros, que são melhores do que os que estão aí. Davó daria mais dor de cabeça a Everaldo. Gilberto? Muito melhor que Everaldo, com uma história. Um estaria forçando o outro a estar em alto nível. Ignácio fez uma Libertadores de alto nível, enquanto Kanu deixa de subir em uma bola para reclamar de uma falta e a gente toma um gol. Atuações que poderiam ter sido diferentes por questão de escolha. Quem fez essas escolhas? Cadu e o cidadão que saiu. Esses dois prejudicaram o Bahia. O primeiro por gastar mal e o segundo por indicar mal quem vir. A indicação por trazer Chávez por R$ 16 milhões. Não seria melhor trazer Reinaldo de graça? 'Ah, mas Reinaldo é velho'. E o Grêmio disputando título gastando um terço do que gastamos. E aí? Levo vocês ao debate. Estou apresentando situações de times com resultado gastando menos que o Bahia. Futebol é feito de escolhas e as dele não deram certo. Pra mim, ele escolheu mal.

 

 

Qual a sua avaliação da gestão Bellintani? Por que você define Bellintani e Ferraz como "pequenino e pequenez"?
Péssima. Defino por pequenino e pequenez porque traduzem esse pensamento. Você acha que ele ouviu de quem que a briga era contra o rebaixamento? Você acha que Cadu Santoro diria isso? Ele ouviu de quem? Fui eu que botei no vestiário de Pituaçu que a meta era de cinco pontos em seis jogos? Fui eu que quando questionado sobre a posição do Bahia sempre se falava em orçamento? Quando se pensa dessa forma, se pensa pequeno. Pelo outro estar junto e apoiar em tudo, é pequenez. Pensam um Bahia e trabalham para um Bahia pequeno. Quando tiveram 210 milhões de orçamento, rebaixaram o clube. São pequenos, pensaram o Bahia pequeno, agiram o Bahia pequeno e prejudicaram o próximo presidente, independente de quem seja. Deveria ter um mínimo de estrutura e não tem. De 8h às 17h só tinham isso para fazer? Abertura de empresa o seu contador não faz? O contrato não estava assinado? Só dava para pensar no closing? É uma desculpa esfarrapada! Que ajuste é esse? Tem algo fora do contrato que não foi dito para a gente? Você passa sete meses fazendo nada? Não posso deixar de chamá-los de pequenino e pequenez. Um cara que disputa três finais do Nordeste e ganhou uma. E a que ganhou foi fora. Em casa não soube o que fazer, não tinha expressão facial para isso, ficava que nem barata tonta. Liberou Anderson, Tiago Pagnussat para trazer Wanderson por R$ 2 milhões, que deu um prejuízo recente de R$ 10 milhões em ações trabalhistas... Lucas Fonseca, Rossi, Mano Menezes, Elias... Posso avaliar isso bem? Eu tô trazendo dados, gente. Não tenho nada contra a pessoa, gosto da pessoa dele, mas estou falando do meu clube que ele geriu mal. Não consigo gostar de quem trata mal o meu clube. Não tenho esse cinismo. Nunca me chamou para a casa dele. Aliás, me chamou quando queria que eu o apoiasse para reeleição. Ele estabeleceu tudo que estava no plano de gestão deles e não cumpriu. São pessoas que não merecem minha credibilidade e meu respeito enquanto gestores.

 

Muitos criticam a busca intensa pela presidência do Bahia. Dizem que os candidatos procuram somente o salário de R$ 30 mil. Como vê essa opinião?
Discordo. É um trabalho que está lá posto. Cabe ao próximo presidente que não é só pelos R$ 30 mil. Se fosse menos, para mim dá no mesmo. Tenho meus ganhos como radialista e profissional de educação física. No Bahia, existe o retorno da dedicação exclusiva pelo seu trabalho. Não é por causa disso, e sim pelo Bahia. Mostrar que o Bahia vai além do futebol, além desse descaso atual. Desde a era democrática estabelecida, o Bahia é comandado pelos mesmos grupos. Nos últimos seis, esses estado deplorável que estão deixando o grupo. Não estou falando do meu amigo Marcelo Sant'Ana, estou falando do contexto político. A Revolução Tricolor e o Simplesmente Bahia estão há dez anos no clube. É esse modelo que você quer? Porque não sair desse sistema? Só esses dois comandaram. Pode ser diferente? Cabe ser diferente? Eu acho que cabe.

 

Faça suas considerações finais.
A gente fala a nossa verdade, olhando no olho e falamos do que podemos efetivamente fazer. Não vim vender sonhos e impossibilidades. Vim vender a fala de uma pessoa que tem capacidade de cumprir o que está falando e fazendo valer o dinheiro que é posto na associação. O primeiro compromisso é comigo. Tenho que me reconhecer e ao me reconhecer, reconheço o torcedor. Eu farei valer cada centavo administrado por nós e em cada passo que dermos como Esporte Clube Bahia.

 

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias