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Fernando Duarte

Artigos

André Curvello
As câmeras corporais chegaram. É a Bahia pela paz
Foto: Divulgação

As câmeras corporais chegaram. É a Bahia pela paz

A Segurança Pública continua sendo um dos principais desafios dos estados brasileiros e na Bahia não é diferente. Diante desse cenário, o governo baiano tem feito investimentos volumosos em Inteligência, equipamentos e novas unidades, na capital e no interior, além de ações que valorizam os agentes de todas as forças de segurança. Agora, chegam as Câmeras Corporais Operacionais (CCO) para garantir ainda mais qualidade e segurança na atividade policial, protegendo agentes e a população.

Multimídia

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM
Alvo de críticas há anos, a qualidade da malha ferroviária do estado da Bahia voltou à tona nesta segunda-feira (29), quando o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, fez duras críticas às linhas, em especial à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a classificando como “decadente”.

Entrevistas

Os limites invisíveis da campanha eleitoral: o que você precisa saber

Os limites invisíveis da campanha eleitoral: o que você precisa saber
Foto: Caroline Pacheco/Famecos/PUCRS
Quem não é visto, não é lembrado. Esta é uma “receita” que se tornou infalível, antes com o rádio, a TV e a mídia off, como santinhos e outdoors e logo depois com a internet e todas as suas redes sociais e plataformas.  A menos de seis meses para as eleições municipais, partidos e pré-candidatos estão em constantes articulações e principalmente correndo contra o tempo.

Equipe

Fernando Duarte

Foto de Fernando Duarte

Jornalista formado pela Universidade Federal da Bahia. Trabalhou nos jornais Tribuna da Bahia e A Tarde, além do site Bahia Todo Dia e nas rádios Tudo FM e Vida FM. Apresentou ainda o programa "Isso é Bahia", uma parceria entre o Bahia Notícias e o Grupo A Tarde, na rádio A Tarde FM. É colunista político e comanda o podcast "Projeto Prisma".

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Últimas Notícias de Fernando Duarte

Opinião: União pode inviabilizar pequenos e grandes municípios ao questionar desoneração; entenda
Foto: Bruno Concha / Secom PMS

O governo federal focou na arrecadação da viúva quando questionou no Supremo Tribunal Federal a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. A medida, estendida pelo Congresso Nacional em 2023, tem como pano de fundo a manutenção de uma perspectiva de investimento nessas áreas, consideradas por deputados e senadores como essenciais para que a economia brasileira mantenha algum nível de pujança. Por trás, todavia, o debate envolve também a sobrevivência de outros entes federativos, especialmente os municípios. E isso impacta desde os pequenos com coeficientes baixos na tabela de habitantes, até os maiores como as capitais. Por isso os prefeitos permanecem tensos com o tema.

 

Nos pequenos, a reoneração de 8% para 20% da contribuição para a previdência já a partir de maio de 2024 preocupa o fechamento das contas até o final de 2024. Até a liminar concedida por Cristiano Zanin, os prefeitos remodelaram as próprias contas para, com essa alíquota mais baixa, usar os recursos para outros fins. Obviamente, quem é candidato à reeleição, colocou na ponta do lápis essa “sobra” orçamentária e fazia planos para fazer menos economia no último ano do mandato, numa espécie de legado ampliado. O mesmo vale, inclusive, para quem tem um nome para chamar de seu no próximo pleito, pois o uso da máquina é algo constante para a manutenção de um determinado grupo político no poder.

 

Já o caso dos grandes municípios, a situação é ligeiramente mais complexa, pois o impacto é indireto. Um exemplo foi o posicionamento da Integra, sindicato das concessionárias de ônibus de Salvador, que apontou a possibilidade de aumento da tarifa em até R$ 0,25 nos próximos meses. Obviamente, essa manifestação coloca uma espécie de “faca no pescoço” do prefeito Bruno Reis, que tem opções bem restritas para evitar o repasse desse reajuste para os usuários, dado que a capital baiana tem subsidiado parte da tarifa ao longo dos últimos anos. Publicamente, o gestor não deve falar claramente sobre o tema, mas não duvide que o assunto deve permear os pesadelos de quem é candidato à reeleição.

 

O exemplo de Salvador é apenas o mais próximo da realidade dos baianos. Porém o mesmo acontece em diversos outros municípios, tanto pela perspectiva do transporte público e pela contribuição com a previdência, quanto pelo impacto indireto, já que a movimentação da economia tende a diminuir e, consequentemente, a arrecadação dos municípios seguindo o mesmo caminho. E olha que, por aqui, só tratamos dos impactos no setor público, sem debater as consequências dessa senha arrecadatória da União contra o setor privado - a mobilização do governo contra o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) é outro caso sui generis disso.

 

A viúva sempre tem fome. E a União sempre concentrou recursos para si, especialmente após a reorganização do Estado brasileiro pós-ditadura. Por isso a reforma tributária tem sido tratada como prioritária há tanto tempo. A repactuação federativa também é urgente, mas é uma pauta que tem sido colocada em segundo plano há bastante tempo também.

Justiça Eleitoral suspende propaganda eleitoral do MDB com Geraldo Jr.
Foto: Reprodução/ MDB

O desembargador Danilo Costa Luiz suspendeu a veiculação da propaganda eleitoral do MDB de Salvador que tem o vice-governador Geraldo Jr. como protagonista. Na decisão, o magistrado reconhece o argumento do Partido Novo de que “a publicidade demonstra que o foco foi a divulgação da pré-candidatura de Geraldo Júnior, em aparente desrespeito ao disposto na legislação de regência, uma vez que a propaganda partidária possui finalidade específica e delimitada”.

 

Nas veiculações, o MDB não promove os ideais partidários ou incentivo à participação de mulheres, jovens ou negros, por exemplo, itens que estão preconizados na legislação para a propaganda partidária. “Nessa linha de intelecção, aos perscrutar os documentos probatórios carreados aos autos, vislumbro que a divulgação da propaganda refutada pouco difunde programas partidários ou atividades congressuais do partido, transmitindo ao telespectador, numa análise perfunctória, crítica aos adversários políticos, trazendo em seu bojo, inclusive, fotos desses”.

 

O vice-governador aparece na propaganda partidária - com comportamento eleitoral - com manchetes e conteúdos críticos ao atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), potencial adversário do pré-candidato declarado Geraldo Jr., e também ao ex-prefeito ACM Neto (União). Ambos os gestores eram aliados do vice-governador até março de 2022, quando o então presidente da Câmara de Salvador emigrou para a base aliada do governo baiano e foi alçado à condição de candidato à vice de Jerônimo Rodrigues.

 

O desembargador determina ainda para que sejam juntadas as mídias “de todas as inserções partidárias regionais veiculadas até a respectiva data, com planilha informando o número de exibições de cada peça publicitária em cada emissora de televisão”, bem como a abertura de vista para a Procuradoria Regional Eleitoral.

 

Em caso de descumprimento das determinações, inclusive da suspensão da veiculação da publicidade, o MDB deve pagar multa de R$ 1 mil por dia.

Opinião: Geraldo Jr. e a versão ambientalista que não sobrevive à história do ex-presidente da Câmara
Foto: Antonio Queirós/ CMS

Memória curta é uma aposta muito comum entre os membros da classe política. Principalmente quando há mudanças bruscas no “método” de fazer política. O exemplo mais recente disso é o comportamento contraditório - para não chamar de ambíguo - do vice-governador Geraldo Jr. (MDB) que, após conduzir sucessivas tentativas de desmontes a proteções ambientais enquanto presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, agora tenta se passar por paladino da moralidade ambiental na capital baiana.

 

Em propaganda recente do MDB, para, em tese, promover a filiação de novos membros ao partido, Geraldo Jr. assumiu a função de candidato a prefeito de Salvador e, de repente, tentou passar uma borracha em todos os esforços para, por meio de “jabutis”, alterar a legislação soteropolitana a fim de flexibilizar diversos instrumentos legais da cidade. A forma começou ainda no primeiro mandato dele à frente da Câmara, quando o prefeito era ACM Neto (União), e foi intensificado já com Bruno Reis (União) no Palácio Thomé de Souza - com direitos a sucessivos vetos do Executivo, que mitigou os efeitos tentados por ele.

 

A estratégia foi usada repetidas vezes: a prefeitura mandava um projeto para a Câmara e, desde a Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, já eram feitas emendas diversas para atender aos interesses defendidos até então por Geraldo Jr. Hoje aliados, os opositores chegavam a criticar a postura, mas esqueceram rapidamente todas as críticas quando o então presidente da Câmara mudou de lado e passou a ser um “representante” da esquerda na capital baiana. A anuência, em algumas vezes, não era restrita aos governistas, como era esperado. Boa parte da oposição também ficava silente a cada novo “jabuti” inserido nos textos. Era um acordo que beneficiava Geraldo Jr. e, muitas vezes, prejudicava a cidade.

 

Agora, na versão soft e esquerdista do candidato da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em Salvador, Geraldo Jr. tenta manter em alta a falta de memória da população, como se, num passe de mágica, fosse possível esquecer de todos os intentos realizados por ele durante quatro anos como presidente da Câmara de Salvador, em movimentos por vezes contrários ao Palácio Thomé de Souza, mas também com uma articulação para “obrigar” a articulação de Bruno Reis a ceder para as demandas apresentadas por um dirigente que se dizia defensor da independência do Legislativo - quando, por vezes, atuava como um representante sindical dos mais diversos segmentos. Talvez daí tenha vindo a verve da “esquerda” pregada como uma realidade para figurar ao lado de nomes históricos da esquerda baiana como Lídice da Mata e o próprio Jaques Wagner e Rui Costa - se bem que, esse conceito anda tão fluído que até Igor Kannário se tornou socialista.

 

Entre o novo posto de ambientalista de propaganda eleitoral e a realidade dos fatos, Geraldo Jr. se comporta como a caricatura daquilo que há tempos os próprios políticos tentam afastar do protagonismo, ao mesmo tempo em que retroalimentam para que nenhum deles perca o status quo. Ter problemas de memória é uma aposta alta, mas que não afeta todo mundo. Se os novos aliados agora preferem fingir que tudo não passou de um devaneio, é provável que os novos adversários não o façam. Ou seja, na campanha tudo pode vir à tona não como uma vaga lembrança...

Opinião: Carletto e Avante "brilham", mas Rui e Wagner roubam a cena sobre 2026
Foto: Divulgação

Mais uma vez, o Avante de Ronaldo Carletto mostrou força ao realizar um encontro nacional no último sábado (4) em Salvador e reunir os figurões da base aliada do governo baiano -leia-se os caciques petistas - nesse evento. Serviu como mais um aviso que o partido reorganizado sob a tutela de Carletto não caminha para aceitar ser um mero coadjuvante de luxo, como tantas outras siglas satélites ao PT na Bahia. O ex-deputado, que emigrou do Progressistas com articulação e apoio de Rui Costa e Jaques Wagner, demarcou bem o aviso para adversários e também aliados.

 

Porém não foi necessariamente Carletto quem mais chamou atenção no encontro. Sempre discreto e quase que arredio com a imprensa, as falas de Rui e Wagner se tornaram bem emblemáticas sobre o que está em jogo para 2026 e como essa equação será resolvida em um ambiente cuja a insaciável fome petista tem preponderância na cena local. Carletto busca o protagonismo - e tem condições de conquistá-lo -, mas as concessões a serem feitas pelo cardeais petistas é que colocam em dúvida até onde ele pode avançar.

 

Wagner foi bem direto ao garantir que deve estar na chapa em 2026 como candidato ao Senado mais uma vez. O Galego entende o papel que desempenha no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e já teria conquistado a liberação de Fátima Mendonça para se manter nesse posto - caso contrário, ele não falaria publicamente sobre o tema. O pioneiro petista no governo baiano, tal qual em 2018, não teria problemas em construir essa candidatura à reeleição, dado o histórico de quem conhece bem o reequilíbrio das forças locais. Além, claro, de ter uma espécie de "lugar cativo" nessa chapa.

 

Rui e o evasivo "depois, depois, depois" quando questionado sobre como estará presente nas urnas em 2026 mostra que ele mantém as pretensões de 2022, quando até tentou articular ser candidato ao Senado e acabou frustrado pela não viabilidade de manter a base coesa em torno desse projeto. Como ministro da Casa Civil e homem forte do governo Lula, ele tem a tinta da caneta para reivindicar o espaço que desejar e, a não ser que migre de partido, vai "obrigar" os aliados a engolirem uma chapa cujas três principais funções tendem a ser ocupadas por petistas - já que ninguém duvida que Jerônimo Rodrigues será candidato a reeleição ao governo e muito menos sacrificado para que Rui alcance seu intento.

 

Carletto entra ainda de maneira tangencial nessa disputa que deve ainda "empurrar" Angelo Coronel (PSD) para um limbo político, pois defender o direito à reeleição entra em conflito direto com as pretensões dos aliados petistas. Ou seja, sobram incógnitas nessa equação e o Avante com a realização de grandes eventos e com a perspectiva de emergir das urnas em outubro como uma potência política na Bahia é apenas uma delas. Os recados foram dados e agora é saber como devem se comportar os aliados. Ou aceitam serem figuras ligeiramente menores para que o PT mantenha seu projeto de poder na Bahia ou lutam com mais afinco para mostrar que não estão apenas como mero espectadores da história a ser contada a partir de 2026.

Opinião: Lupi usa Ana Paula Matos como "menina dos olhos" e Bruno Reis terá desafio de reduzir tensão com PDT
Foto: Mauricio Leiro/ Bahia Notícias

A vice-prefeita Ana Paula Matos segue em alta conta no PDT. Depois de ser alocada no partido e ter conquistado uma vaga como candidata a vice de Ciro Gomes na corrida presidencial de 2022, a vice de Bruno Reis em Salvador tem um papel crucial no processo político envolvendo o futuro do PDT na Bahia e os rumos que a legenda deve tomar após 2024. Principalmente após o estranhamento entre o presidente estadual da sigla, Félix Mendonça Jr., e o grupo ao qual Bruno integra, mas ainda se mantém sob a batuta do ex-prefeito ACM Neto.

 

Apesar da história de proximidade entre os Mendonça e os Magalhães ser de outrora, há muito tempo o PDT na Bahia permaneceu na zona de influência do PT, especialmente nos anos "dourados" do lulismo, encerrados abruptamente com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Os pededistas, então, tentaram alçar voos sem a sombra do petismo e o exemplo mais explícito desse movimento nem chegou perto da Bahia. Foi as duas disputas entre Ciro Gomes e os petistas Fernando Haddad, em 2018, e o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. Ciro e seu temperamento peculiar, dispararam sucessivos petardos que, inclusive, alimentaram a máquina antipetista que levou a extrema direita ao poder por quatro anos. Agora, já em Lula III, o dirigente maior do partido, Carlos Lupi, protagonizou a reaproximação e ganhou direito até a um ministério.

 

E o que Ana Paula Matos tem a ver com tudo isso? Pedetistas e ex-pedetistas fizeram e fazem um movimento constante para que Félix Jr. siga o adesismo típico dos "governos de colisão" e abandone o barco a que se juntou oficialmente em 2020 para retornar ao seio petista na Bahia. Em resumo: anseiam e externam o tempo inteiro que o mais correto é que o PDT marche em 2026 ao lado do projeto do PT na Bahia - e até mesmo no Brasil, a depender do desempenho de Lula e os desdobramentos do próximo xadrez majoritáro nacional. A vice-prefeita se torna, portanto, um dos bastiões do PDT a manter vínculos fincados com o grupo de ACM Neto e Bruno Reis, algo muito maior, por exemplo, que o próprio Leo Prates, deputado federal e que flerta com a esquerda ao mesmo tempo em que se declara fiel escudeiro do amigo e ex-prefeito de Salvador.

 

Para além de manter Ana Paula na vice, Bruno terá que movimentar as peças muito bem para que, reeleito, consiga deixar saciados os apetites do PDT e dos filiados que controlam a legenda e que, por enquanto, ainda pendem mais para o lado não petista da balança política baiana. A vinda de Lupi, na última sexta-feira, para mais uma vez reafirmar que Ana Paula é o nome do partido nessa concertação eleitoral é um detalhe nesse grande teatro político em que há o interesse maior em ser governo, independente de qual esfera e de quanto contraditório posssa parecer. Isso passa até por promessas para que, em 2026, os pededistas ganham uma das quatro cadeiras majoritárias que entrarão em disputa. Em um universo com possibilidades menos restritas do que no último pleito, Félix Jr., pode se tornar uma peça nessas disputas por poder e Bruno Reis terá que usar a lábia desde agora para distender o relacionamento que não vive em céu de brigadeiro.

 

Aos olhares menos atentos, talvez a vice fosse apenas uma figura sem tanta expressividade política, dado o fato de nunca ter sido testada sozinha nas urnas. Porém a ascensão de Ana Paula e a forma como ela conseguiu atrair a atenção dos caciques partidários de uma sigla na qual ela se filiou aos 45 minutos do segundo tempo em 2020 mostram que ela não é desprezível na construção das alianças. Em Salvador, ela já está em uma situação confortável. No plano estadual, pode partir dela a manutenção do PDT no arco de alianças do grupo político de ACM Neto. Estão nas mãos dela e também de Bruno Reis as ferramentas para controlar arroubos pró-PT entre os pededistas. E, convenhamos, não houve motivação racional que justifique uma ruptura entre as legendas na capital baiana e até mesmo na Bahia.

Opinião: Oposição usa “cidade de papel” para atacar Bruno Reis, mas prefeito sobrevive às primeiras chuvas
Foto: Divulgação

Fechada a primeira quinzena de abril, quando historicamente Salvador lida com fortes chuvas, o prefeito Bruno Reis ganhou o direito de respirar ligeiramente aliviado. Afinal, mesmo com diversos percalços e a cidade acumulando muita chuva em um curto espaço de tempo, não houve mortes e grandes desastres. É certo que a oposição tentou se aproveitar da situação, como era natural de acontecer, porém a imagem do prefeito não chegou a ficar desgastada excessivamente. E olha que as chuvas ainda não cessaram.

 

O impacto das águas dos céus como as registradas na capital baiana seria um calcanhar de Aquiles para o prefeito em um ano eleitoral. No entanto, a Defesa Civil passou no teste e com certo nível de louvor. O sistema de monitoramento das zonas de risco emitiu alertas e a população não ficou exposta como em anos anteriores. Dentro da perspectiva histórica das construções irregulares e dos acidentes geográficos que compõem a cidade, é algo a se comemorar.

 

Entretanto, não deixou de ser interessante ver que, ao tratar do assunto, Bruno Reis não escondeu a tensão que envolvia o tema. Tanto que os adversários martelaram que a cidade não teria preparo para a chuva em mais de uma oportunidade - e com múltiplas vozes. De alguma forma, pareceu um esforço concentrado e orquestrado para tentar fazer com que a versão “cidade de papel” vingasse e o prefeito tivesse que lidar com o ônus de uma capital que enfrenta dificuldades quando chove muito em pouco tempo.

 

Para o azar desses adversários, as águas de março que emendaram abril não provocaram nenhuma grande tragédia até aqui, o que diminuiu os riscos dessa temática impactar negativamente na gestão do prefeito. Isso não quer dizer que não existam riscos até outubro, mas pelo menos o período que é considerado mais complicado tradicionalmente não houve um arranhão muito forte na imagem de Bruno Reis. O virtual “caos” foi momentâneo e, ainda que seja algo que atinja diretamente a população, há tempo suficiente para que eventuais ranhuras sejam corrigidas.

 

Problemas com as chuvas são o tipo de tema mais simples de serem comunicados, tal qual outros calos da gestão pública, como a segurança pública, por exemplo. Só que esse segundo assunto é transferido tradicionalmente para o governo e as forças de segurança, então dificilmente estará em debate no pleito de outubro. Já outros temas, como desafetação de terrenos para venda e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) sem debate, apesar de serem relevantes, não são palatáveis para o grande eleitorado, o que dificulta a atuação da oposição.

 

Ainda assim, é possível identificar digitais de adversários políticos no processo de manter acesas as desafetações e a revisão não feita do PDDU na esfera pública. É um esforço especialmente para atingir as camadas que anteriormente eram conhecidas como “formadoras de opinião”. Trata-se de uma estratégia conhecida e que, em outras oportunidades, funcionou para pressionar o gestor que prefere não arriscar a própria imagem numa corrida eleitoral. Vencendo as fortes chuvas, talvez esses assuntos sejam um chuvisco para Bruno Reis.

Focado em alçar suplentes para cadeiras na Câmara, PT teria descartado nome de Vilma Reis para vice de Geraldo Jr
Foto: Bahia Notícias

Entre os altos e baixos da bolsa de apostas sobre quem será o candidato - ou candidata - a vice na chapa encabeçada por Geraldo Júnior (MDB) para a prefeitura de Salvador, o nome da socióloga e ativista de direitos humanos Vilma Reis passou a ser cogitado de forma mais frequente nos bastidores da política baiana nas últimas semanas.

 

Apesar de o próprio vice-governador Geraldo Júnior já ter citado Vilma como potencial nome para ocupar o posto em sua caminhada soteropolitana, informações apuradas pelo Bahia Notícias dão conta que o movimento não deve prosperar. Em 2022, Vilma Reis foi a candidata do PT mais votada em Salvador com pouco mais de 35 mil votos. Ao todo, a militante recebeu 60.949 votos da população baiana.

 

Fontes ligadas ao PT baiano revelaram que o foco do partido é fazer duas suplentes assumirem temporariamente mandatos em Brasília, inclusive Vilma Reis. A movimentação seria feita com as licenças dos deputados petistas Zé Neto e Waldenor Pereira que devem disputar as prefeituras de Feira de Santana e Vitória da Conquista, respectivamente.

 

Os parlamentares não precisam, obrigatoriamente, se licenciar dos gabinetes na Câmara dos Deputados, mas internamente é do interesse do partido que os suplentes tenham um "gostinho" do mandato, além da formação de uma "bancada feminina". Dentro da federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), os três primeiros suplentes são do PT: Josias Gomes, Elisangela Araújo e Vilma Reis.

 

O primeiro foi beneficiado com o mandato em Brasília já que o titular da cadeira é Afonso Florence, atual secretário da Casa Civil de Jerônimo Rodrigues na Bahia. Assim, com a licença dupla dos federais, a atual secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Elisangela Araújo, e a militante petista Vilma Reis assumiriam os cargos na capital federal.

 

Caso o cenário seja concretizado, Elisangela e Vilma se juntam a Ivoneide Caetano, deputada eleita pelo PT em 2022, ampliando a bancada feminina do partido. Entre as mulheres a federação tem, ainda, a deputada Alice Portugal, eleita pelo PCdoB.

 

PT AGUARDA JERÔNIMO PARA INDICAÇÃO

Com o nome de Vilma praticamente descartado, a indefinição está sob compasso de espera do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Fontes que acompanham a negociação confirmaram ao Bahia Notícias que a vaga será ocupada pelo PT e que, até o momento, Jerônimo já teria descartado entre cinco e seis nomes.

 

Durante as últimas semanas, o movimento para que o PT completasse a chapa foi intensificado especialmente pelo entorno do MDB e do próprio Geraldo Jr., que entende a necessidade de engajamento da militância petista para conseguir criar corpo na candidatura. A mobilização é tanta que já não são analisados nomes de outros partidos, pois foi transferido o ônus final da escolha a Jerônimo, tal qual aconteceu com a indicação do próprio vice-governador para encabeçar a chapa na capital baiana.

 

Houve uma espécie de namoro entre Geraldo Jr. e o PSB para que a deputada Lídice da Mata viesse a ocupar a cadeira de vice. A ex-prefeita de Salvador, todavia, teria descartado completamente a hipótese e, então, aceitado assumir como uma das coordenadoras da campanha do emedebista na corrida pelo Palácio Thomé de Souza.

PT aguarda “parecer” de Jerônimo para indicar vice de Geraldo Jr. em Salvador
Foto: Joá Souza/ GOVBA

A indefinição sobre a vaga de vice na chapa a ser liderada pelo vice-governador Geraldo Jr. (MDB) na disputa pela prefeitura de Salvador em 2024 está sob compasso de espera do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Fontes que acompanham a negociação confirmaram ao Bahia Notícias que a vaga será ocupada pelo PT e que, até o momento, Jerônimo já teria descartado entre cinco e seis nomes.

 

Durante as últimas semanas, o movimento para que o PT completasse a chapa foi intensificado especialmente pelo entorno do MDB e do próprio Geraldo Jr., que entende a necessidade de engajamento da militância petista para conseguir criar corpo na candidatura. A mobilização é tanta que já não são analisados nomes de outros partidos, pois foi transferido o ônus final da escolha a Jerônimo, tal qual aconteceu com a indicação do próprio vice-governador para encabeçar a chapa na capital baiana.

 

Houve uma espécie de namoro entre Geraldo Jr. e o PSB para que a deputada Lídice da Mata viesse a ocupar a cadeira de vice. A ex-prefeita de Salvador, todavia, teria descartado completamente a hipótese e, então, aceitado assumir como uma das coordenadoras da campanha do emedebista na corrida pelo Palácio Thomé de Souza.

 

O PSB chegou a tentar emplacar o vereador Silvio Humberto no posto, mas o próprio Geraldo Jr. e o MDB teriam optado por não prosseguir com as negociações. O edil, inclusive, é tido como um dos pivôs do entrave interno à filiação do ex-deputado Igor Kannário, cujo destino político não está integralmente selado após a executiva municipal do PSB entrar em rota de colisão com os interesses do vice-presidente estadual da legenda, Rodrigo Hita.

 

Questionados sobre um prazo para a definição de quem será o vice de Geraldo Jr., os interlocutores têm tangenciado, deixando a responsabilidade para o governador, que ainda não se manifestou publicamente sobre o tema - e, internamente, segue na busca de um nome de consenso e que não traga complicações no quebra-cabeças estadual e até federal.

Queda de braços com Bruno Monteiro teria motivado saída de Luciana Mandelli do IPAC; entenda
Foto: Reprodução / YouTube / Salvador FM

A exoneração de Luciana Mandelli da diretoria geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) nesta quarta-feira (17) não foi uma mera formalidade ou mudança de rumos da instituição. A saída dela teria como pano de fundo uma queda de braço travada contra o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, em que Mandelli acabou perdendo no duelo de forças internas do governo e do próprio PT.

 

O "embate" já se arrastava há meses dentro da gestão Jerônimo Rodrigues (PT) e, conforme apurado pelo Bahia Notícias, nos bastidores a ala política da gestão avaliou não ser possível continuar com os dois no "mesmo local", ja que o IPAC é um órgão subordinado à Secult.

 

Uma fonte ligada a Jerônimo revelou que teria pesado a favor do secretário a boa relação construída com o governador, além de sua proximidade com o senador Jaques Wagner (PT). De acordo com o interlocutor, Luciana Mandelli teria criado um "clima de tensão" para tentar desestabilizar politicamente a força de Monteiro - em diversas oportunidades, o chefe da Secult foi alvo de fogo amigo, dentro da própria pasta, e, há algum tempo, bastidores apontavam uma ascendência de então diretora do IPAC no processo.

 

Antes da exoneração desta quarta, a reportagem já havia apurado que a ex-diretora tentou articular uma troca de cadeiras para ser alçada ao posto de secretária de Cultura com uma eventual ida de Bruno Monteiro para a Secretaria de Comunicação do Governo. A hipótese chegou a circular em tom de "fofoca", mas não houve avanço no processo. Ainda asim, ela teria continuado com as investidas.

 

Apesar da saída do IPAC, Mandelli deve ser realocada na estrutura estadual e pode passar a ocupar uma diretoria na Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), atualmente comandada por Elisangela Araújo.

Opinião: Precisa-se de um vice petista para dar algum impulso a Geraldo Jr. em Salvador
Foto: Thuane Maria/GOVBA

Era janeiro quando as últimas insurgências petistas ainda questionavam a escolha única de Geraldo Jr. para representar a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues em Salvador. Já naquele momento, destacávamos a necessidade quase imperativa do vice do vice-governador ser alguém do PT. Agora, com o afunilamento após o fim do período de filiações, o movimento para que haja um petista na chapa parte também do entorno de Geraldo Jr. - ainda que de maneira bem discreta.

 

O nome da vez é do ex-vereador Moisés Rocha. Militante antigo e que há algum tempo não teve votos suficientes para se manter na Câmara, ele é uma opção para tentar mobilizar o chão de fábrica do PT, algo imprescindível em uma campanha que tende a não ter tanto brilho. Antes dele já circularam outros nomes, a exemplo da secretária Fabya Reis, que se manteve no primeiro escalão e caiu na bolsa de apostas, mas que não foi descartada tecnicamente por não ter se desincompatilizado, pois o prazo seria junho.

 

O PT tem um número grande de opções para além desses citados. O problema é tornar esse nome palatável para Geraldo Jr. e para os eleitores sem parecer forçado. Quanto mais houver demora nesse processo, maior a chance da aliança camarão se concretizar, com a cúpula petista garantindo o apoio público e o "corpo" migrando para outra alternativa. Naturalmente seria o PSOL e Kleber Rosa, mas depende muito da condução da campanha, visto que é a primeira vez que esse grupo tem uma janela de oportunidade tão escancarada. Fazer os ajustes para evitar uma maior desidratação da candidatura do vice-governador desde agora é algo que deveria ser prioridade. No entanto, não é isso que se vê com a ausência de movimentos palpáveis da base aliada em Salvador.

 

Lógico que há um esforço de comunicação para transformar Jerônimo no grande eleitor de Geraldo Jr. na eleição de outubro. Tanto que a aprovação do chefe do Executivo estadual ganhou manchetes e foi usava pelos aliados para contrapor o favoritismo de Bruno Reis na busca pela reeleição. Entretanto, aprovação não significa transferência de votos, vide as boas avaliações de Rui Costa e os resultados em 2016 e 2020 na capital baiana. Se em 2022 Geraldo Jr. foi uma tentativa de transformar Jerônimo competitivo em Salvador, agora tentam o caminho contrário, numa equação complexa demais até para os mais experientes analistas políticos.

 

Achar um vice ou uma vice para Geraldo Jr. é um desafio extra a ser vencido pela base aliada do governo em Salvador. O fato de Bruno Reis já estar encaminhado com a manutenção de Ana Paula Matos também contribui para pressionar o entorno da candidatura governista para agilizar a indicação da composição da chapa do emedebista. Se for um quadro do PT, menos chance de fragorosa derrota na capital baiana. Caso contrário, não vai adiantar apostar apenas em Jerônimo como transferidor de votos ou no fato do vice-governador ser papagaio de pirata nos atos estaduais.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Sugiro que Guerrinha contrate Fernando Guerreiro urgente pra ajudar Rolando Lero. Pra sobreviver à campanha, ele vai precisar derramar pelo menos uma lágrima quando se disser emocionado. Mas Ferragamo também não está tão bem assim. No encontro com os bolsonaristas, ele não conseguiu nem sorrir, que é bem mais fácil que chorar. E olha que até com o Maluco do Pão ele conseguiu convencer mais. Na tal onda de TBT, tem gente lembrando de coisas que podia esquecer. Mas o título de maior biscoiteiro eu preciso entregar pra Zoião. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Felipe Freitas

Felipe Freitas
Foto: Mauricio Leiro / Bahia Notícias

"Eu acho que esse tempo [de discussão] foi muito bem gasto pelas equipes técnicas para nos oferecer as saídas desde o processo de licitação, que foi, eu acho, um aspecto importante, já que todo o processo de licitação foi acompanhado".

 

Disse o secretário de Justiça(SJDH), Felipe Freitas ao comentar sobre a implementação das câmeras nas fardas dos policiais da Bahia. 

Podcast

Terceiro Turno: Com parcerias pavimentadas, Bruno Reis garante apoio de ministro de Lula a Bolsonaristas

Terceiro Turno: Com parcerias pavimentadas, Bruno Reis garante apoio de ministro de Lula a Bolsonaristas
Arte: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias
O fechamento da janela partidária passou, e com isso os apoios partidários começaram a ser apresentados para as eleições municipais deste ano.  Em Salvador, o prefeito Bruno Reis segue acumulando os endossos para sua reeleição, com os últimos, tendo somente a manutenção desde 2020, com o PDT e o PL. Agora, com 12 partidos no arco de apoio, Bruno parece estar “pronto” para confirmar, de maneira oficial, sua pré-candidatura.

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