Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Paulo Victor Nadal

Artigos

André Curvello
As câmeras corporais chegaram. É a Bahia pela paz
Foto: Divulgação

As câmeras corporais chegaram. É a Bahia pela paz

A Segurança Pública continua sendo um dos principais desafios dos estados brasileiros e na Bahia não é diferente. Diante desse cenário, o governo baiano tem feito investimentos volumosos em Inteligência, equipamentos e novas unidades, na capital e no interior, além de ações que valorizam os agentes de todas as forças de segurança. Agora, chegam as Câmeras Corporais Operacionais (CCO) para garantir ainda mais qualidade e segurança na atividade policial, protegendo agentes e a população.

Multimídia

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM
Alvo de críticas há anos, a qualidade da malha ferroviária do estado da Bahia voltou à tona nesta segunda-feira (29), quando o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, fez duras críticas às linhas, em especial à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a classificando como “decadente”.

Entrevistas

Os limites invisíveis da campanha eleitoral: o que você precisa saber

Os limites invisíveis da campanha eleitoral: o que você precisa saber
Foto: Caroline Pacheco/Famecos/PUCRS
Quem não é visto, não é lembrado. Esta é uma “receita” que se tornou infalível, antes com o rádio, a TV e a mídia off, como santinhos e outdoors e logo depois com a internet e todas as suas redes sociais e plataformas.  A menos de seis meses para as eleições municipais, partidos e pré-candidatos estão em constantes articulações e principalmente correndo contra o tempo.

Equipe

Paulo Victor Nadal

Foto de Paulo Victor Nadal

Publicitário formado pela Universidade Salvador (Unifacs). Fundador e criador do portal de entretenimento online Portal Pagodão e também já escreveu para a coluna holofote do Bahia Notícias.

Últimas Notícias de Paulo Victor Nadal

Confira galeria de imagens do ferry-boat Agenor Gordilho antes de submergir
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

Com 71 metros de comprimento e 19 metros de altura, o ferry-boat Agenor Gordilho fez a viagem inaugural do sistema no dia 5 de dezembro de 1972. A embarcação realizou a travessia Salvador-Itaparica durante 45 anos, até o final de 2017.

 

Por decisão do governo do estado, a embarcação será afundada para incentivar o turismo subaquático na Baía de Todos-os-Santos. O histórico ferry-boat Agenor Gordilho ficará a 36 metros de profundidade.

 

Confiram abaixo alguns registros do ferry antes de submergir feitos pelo nosso fotógrafo Max Haack, da Agência Haack:

 

Governo atrasa reforma nas gavetas do ferry e nova previsão se estende para junho
Foto: Alberto Coutinho/GOVBA

O governo da Bahia, através da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), atrasou a reforma e adequação das gavetas do ferryboat nos terminais de São Joaquim, em Salvador, e Bom Despacho, na Ilha de Itaparica.

Prometida para dezembro de 2018 (relembre aqui), a obra, segundo nova estimativa da pasta ao Bahia Notícias, deverá ser entregue na primeira quinzena do mês de junho.

O consórcio Beng-Beop, formado pelas empresas Belov Engenharia Ltda e Belov Obras Portuárias Ltda, ganhou a licitação no início do mês de abril de 2018, com a previsão para durar oito meses, conforme o contrato de R$ 9 milhões.

Procurada pelo BN, a Seinfra informou que “a empresa precisou realizar ajustes mecânicos nos equipamentos instalados tanto em Bom Despacho quanto em São Joaquim, para a atracação dos ferries nas gavetas”. Ainda de acordo a secretaria, “não houve aditivos no valor do contrato, apenas no prazo de conclusão da obra”. 

O objetivo da obra é permitir que as baias se adaptem aos diferentes tipos de embarcação disponíveis, o que irá otimizar o tempo de embarque e desembarque.

Captação de recursos externos será frequente no futuro de Salvador, diz secretário da Casa Civil - 05/02/2018

Recentemente a prefeitura de Salvador liderou operações de crédito com organismos nacionais e internacionais para investimentos na cidade, como o Prodetur e o BID. A iniciativa deverá ser mais frequente no futuro da capital baiana, de acordo com o secretário da Casa Civil, Luiz Carreira. Isso porque o município agora possui capacidade de endividamento capaz de beneficiar até futuros gestores. "No período passado, de 2013-2016, até em razão da retaliação e do cerco feito pelos governos do PT, todo investimento feito na cidade foi feito com recursos próprios - mais de 90%. Essa nova fase já vai ser diferente, porque isso nos permitiu também nos capacitar, nos preparar, organizar as finanças, de modo que a gente pudesse a partir de agora contar com financiamentos importantes junto aos organismos financeiros nacionais e internacionais de crédito", disse Carreira. Em entrevista ao Bahia Notícias, o chefe da Casa Civil municipal enumerou os projetos que estão sendo executados pela prefeitura e que certamente comporão o pacote de investimentos a serem anunciados em março, ocasião do aniversário da capital. Entre eles estão requalificação do Centro Histórico, obras na Cidade Baixa e obras na orla. Confira a entrevista completa!

O prefeito ACM Neto dá início neste ano ao segundo ano do seu segundo mandato. Quais são as diferenças desses dois períodos? São momentos diferentes que a cidade vive?
Sim, certamente. No primeiro mandato, de 2013 a 2016, todo o esforço foi feito no sentido de revitalizar a cidade, ampliar os investimentos nas áreas sociais e de infraestrutura, devolver os espaços que estavam perdidos praticamente em toda a cidade ao cidadão e iniciar todo o processo de construção de um novo momento para a prefeitura de Salvador. Naquela época, quando o prefeito assumiu em 2013, ele recebeu a cidade com todos os seus instrumentos de planejamento ou paralisados ou inexistentes. O PDDU e a Louos estavam judicializados, não existiam instrumentos de planejamento, de controle da dívida, dos gastos públicos. Tínhamos situação fiscal e financeira muito debilitada. O prefeito recebeu a cidade com dívida consolidada líquida na ordem de R$ 1,8 bilhão, ou seja, naquele momento a vida de curto prazo em torno de R$ 1,7 bilhão e o caixa negativo em torno de R$ 77 milhões. Essa situação hoje é completamente diferente. Salvador conseguiu reduzir drasticamente sua dívida, praticamente zerada a dívida consolidada líquida; saiu de um comprometimento da receita corrente líquida de 52,1% para praticamente zero agora em 2017. Também conseguiu naquele momento renegociar a dívida de curto prazo e restabelecer o equilíbrio fiscal. A regra de ouro hoje da administração é o equilíbrio fiscal e isso nós temos mantido rigorosamente. Tanto é verdade que nesse momento, essa é grande conquista que acho que ninguém mais vai conseguir tirar do município, reestruturamos a área financeira e fiscal do município e conseguimos hoje pagamentos fiscais e financeiros muito bons em relação a todas as cidades brasileiras. Recentemente vocês tiveram notícia que a própria STN [Secretaria do Tesouro Nacional] divulgou novos critérios da Portaria 501-2017, do Ministério da Fazenda, sobre capacidade de pagamento dos estados e municípios, e nós alcançamos nos três índices endividamento, poupança corrente e liquidez a nota A, sendo que tivemos uma nota B apenas no quesito poupança corrente, onde ficamos menos de 1% da nota A, ou seja, a prefeitura tem plenas condições de tomar financiamentos, realizar operações de crédito, porque tem capacidade de endividamento. Essa foi uma grande conquista do primeiro mandato do prefeito ACM Neto. Além de restabelecer a organização das finanças, estabelecer recuperação e requalificação de toda cidade - hoje não temos mais dificuldades para consertar um buraco, para repor uma iluminação, consertar alvenaria que cai na orla, passeio quebrado. A prefeitura está estruturada para esses serviços e realizou grandes investimentos.

 

Recentemente foram contratados alguns empréstimos para investir em projetos aqui na capital. Para o futuro, existe algum outro tipo de captação previsto, algum projeto que vocês precisam de investimento externo para realizar?
Diante da situação de equilíbrio fiscal e financeiro da prefeitura, essa será uma questão rotineira daqui pra frente, nos próximos governos, porque dada a organização das finanças, você tem capacidade de anualmente ir fazendo novos investimentos. O que nós fizemos com esses empréstimos externos, a captação desses empréstimos em negociação - o Prodetur, que já contratamos; o Salvador Social, que está em fase final de contratação junto ao governo federal; e também o Mané Dendê, outro investimento importante que vai ser feito no Subúrbio Ferroviário, em termo de saneamento ambiental, envolvendo recursos da ordem de US$ 130 milhões; e mais o ProQuali… Esses investimentos somados a alguns investimentos que já contratamos a nível nacional, como o BRT e o empréstimo junto à Caixa Econômica Federal para o terminar as obras e equipar o Hospital Municipal, vão assegurar nos próximos anos elevação da capacidade de investimento da prefeitura.E anualmente vão surgir novos projetos, já que esses projetos normalmente são para o período de quatro a cinco anos. O prefeito ACM Neto está olhando para o futuro da cidade e esses programas se estenderão além do seu mandato atual. O fato mais importante do ajuste fiscal que permitiu a contratação desses investimentos foi antecipar em sete a oito anos os investimentos que a cidade ia realizar se contasse apenas com seus recursos próprios. No período passado, de 2013-2016, até em razão da retaliação e do cerco feito pelos governos do PT, todo investimento feito na cidade foi feito com recursos próprios - mais de 90%. Essa nova fase já vai ser diferente, porque isso nos permitiu também nos capacitar, nos preparar, organizar as finanças, de modo que a gente pudesse a partir de agora contar com financiamentos importantes junto aos organismos financeiros nacionais e internacionais de crédito.

 

Tem algum projeto que a Casa Civil está tocando e que não veio a público ainda?
São públicos de alguma maneira. Não são projetos que a Casa Civil toca sozinha. Ela tem uma função de planejamento e coordenação geral dentro do governo, articula e apóia os diversos órgãos e entidades da prefeitura. Com isso, nesse momento estamos finalizando com iniciativa da Semop a PPP de iluminação, que vamos lançar edital nos próximos dias. Isso vai permitir praticamente renovar todo parque de iluminação da cidade em cinco anos, investimento da ordem de mais ou menos R$ 600 milhões nos dois ciclos de investimentos para o período de 20 anos de concessão. Vai ter a segunda fase do BRT, que está sendo conduzido pela Semob. Estamos concluindo o projeto da segunda etapa do BRT, que vai dali do trecho do Parque da Cidade até a Estação da Lapa. Deverá estar concluído o projeto para apresentação à Caixa agora no final de março. Em seguida, após análise da Caixa, vai ser licitado também. Esse novo período governamental vai ser muito marcado por grandes investimentos. O primeiro período cuidou da zeladoria, da infraestrutura, de organizar a manutenção da cidade, que atinge diretamente as pessoas; questões de Defesa Civil, que nos afligia muito, hoje a gente tem os órgãos bem estruturados e prontos para qualquer alerta. Naquela chuva de 2015 nós criamos vários instrumentos, o aluguel social e auxílio-emergência, que beneficiaram milhares de pessoas. Um fato inédito, nunca ocorreu isso na cidade de Salvador. Normalmente, quando ocorriam esses desastres, os prefeitos recorriam ao governo federal e ficavam esperando ajuda federal que às vezes nem vinha. O prefeito ACM Neto recorreu aos seus próprios esforços, seus próprios recursos, fruto de todo trabalho que realizou nesse período anterior. 

 

O planejamento estratégico dessa gestão foca muito em desenvolvimento. São sete eixos e a maioria cita o desenvolvimento de alguma área. O que a população deve esperar, na prática, para os próximos anos? Como perceber essa ação da prefeitura no dia a dia?
São quatro objetivos. O primeiro deles é continuar priorizando os investimentos nas áreas mais carentes da cidade. A gente divulgou que no período passado, 76% dos recursos foram aplicados nas áreas mais carentes da cidade, principalmente nas áreas de educação e saúde. Aliás, quero fazer um parênteses nessas áreas, porque essa também é uma das metas do governo ACM Neto para esse período. Nós evoluímos crescimento na educação de menos do limite constitucional, na última gestão do prefeito que antecedeu ACM Neto, em 2012 se aplicou 22,8% dos recursos destinados à educação, menos do percentual obrigatório, que acabou levando à rejeição de contas naquela oportunidade. A partir de 2013, viemos evoluindo nossas aplicações e chegamos agora em 2017 com cerca de 29,7%, ou seja, salto qualitativo em termos da educação e quantitativo em termos de recursos aplicados. Praticamente reformamos mais de 70% de toda a rede, construímos 47 novas escolas e 39 creches Primeiro Passo; recentemente entregamos à população do Subúrbio um dos maiores investimentos que fizemos na educação esse ano, que foi o Subúrbio 360, e que deveremos reaplicar esse investimento nos próximos três anos. Vamos ter mais um ou dois desse porte. Foi uma experiência muito bem sucedida e com resultados que tenho certeza que vão se apresentar durante as atividades que vão ser desenvolvidas lá e vão validar a construção de mais outros desse porte. Evoluímos na educação, com recursos aplicados, e também na saúde. Saímos de 15%, limite constitucional exigido, para hoje quase 20%. E devemos avançar mais ainda, quando estiver em funcionamento o Hospital Municipal. Modernizamos praticamente toda a rede saúde, foi requalificada. Os postos de saúde, quando ACM Neto chegou em 2013, se encontravam praticamente fechados, outros com funcionamento deficitário e sem médico, com estrutura bastante danificada, enfim, foi preciso fazer toda reconstrução praticamente dessa rede. Também construímos mais oito UPAs e colocamos em funcionamento uma que estava desativada; quatro multicentros e agora um grande hospital, pela primeira vez, o município não tinha hospital municipal e vai passar a ter a partir do dia da sua inauguração, dia 29 de março. Quase R$ 100 milhões a mais foram colocados anualmente nessas áreas. Outro ponto importante do plano estratégico é acelerar economia e gerar empregos por meio do aumento de investimentos e redução da burocracia, e aí são os oito eixos do Salvador 360, com grandes programas de infraestrutura, atração de empresas, geração de emprego e renda, incentivos fiscais que estão sendo colocados em áreas estratégicas para atração de investimentos na cidade, enfim. O 360 é um instrumento importante de dinamização da economia e geração de emprego e renda pra cidade. Outro objetivo que vamos perseguir nos próximos anos é facilitar o dia a dia do cidadão, entregando serviços públicos com qualidade e rapidez. Isso praticamente estamos fazendo em todas as áreas da administração, melhorando atendimento, agilizando processos, inovando. Uma série de medidas administrativas e antiburocracia, como o Simplifica, que está no conjunto do Salvador 360 e visa melhorar o ambiente de negócios, atendimento à população dos serviços básicos prestados pela prefeitura. Além disso, através das Prefeituras-bairro temos avançado muito na descentralização administrativa e na prestação de serviço no próprio local de moradia das pessoas.

 

E de que forma as pessoas podem sentir isso na prática? O senhor deu exemplo do Simplifica, mas teria alguma outra ação que o senhor destacaria?
No caso da saúde, vamos ampliar em 20% a cobertura da atenção básica. A gente saiu de 18% pra 45,5% nessa administração e vamos avançar agora em mais 20% nesse período de quatro anos, ou seja, uma cobertura razoável dentro da cidade, cobertura que nos permite atender os diversos setores. No Subúrbio Ferroviário, que é uma das áreas mais carentes, nós alcançamos nesse período passado índice superior a 70% de cobertura, o maior índice de cobertura de atenção básica na cidade.

 

O senhor falou do Salvador 360. Uma das estratégias é conceder benefícios fiscais para que as empresas se instalem na cidade, gerem emprego e movimentem a economia. Um ano depois dessa iniciativa ter sido lançada, mais empresas se interessaram em vir pra cá?
Já. De fato, já houve algum avanço e como consequência do Salvador 360, cerca de 14 mil empregos foram gerados na cidade nesse período de menos de um ano de Salvador 360. Nesse ano de 2017, foi R$ 1,8 bilhão de investimentos privados já realizados, com 14,5 mil novos empregos gerados, um aumento de 48% na concessão de alvarás e crescimento na arrecadação da prefeitura. O lançamento do Salvador 360 foi muito oportuno, porque veio no momento de retomada da economia brasileira. Isso vai permitir que haja, inclusive, uma melhor alavancagem desses investimentos. Era necessário melhorar o ambiente de negócios em Salvador. Tínhamos uma burocracia exagerada na liberação de alvarás, licenciamento, realmente não tinha mínima necessidade de existir ainda, mas persistia ao longo do tempo nas legislações do município, e isso foi possível agora de uma a uma revisando essas leis, decretos e normas, de modo a simplificar os processos administrativos e diminuir a burocracia na cidade. Tenho certeza que daqui pra frente a gente vai ter um período ainda melhor. Se foi possível se fazer tanto no período de três anos de recessão, abrir novas avenidas, fazer novas orlas, mais de 400 praças, escadarias, melhorias dos espaços públicos, pavimentação, iluminação; agora vai ser possível fazer muito mais. Primeiro, tem as contas organizadas; depois há perspectiva de melhora da economia nos próximos anos. A arrecadação deve melhorar. No período passado a prefeitura não teve nenhuma ajuda nem do governo federal nem do governo estadual. Agora, tem ambiente melhor de trabalho, tanto a prefeitura está mais organizada e mais fortalecida nos seus recursos próprios, como também ela tem condição de captar mais recursos de outras fontes, como os bancos nacionais e internacionais, também em transferências voluntárias da União. Exemplo disso é que a gente já conseguiu alguns recursos. A primeira obra que vai ser realizada com recursos do governo federal na orla é o trecho Barra-Ondina, que acabamos de licitar. Dentro em breve vamos licitar outra obra importante, que é a Avenida Sete e a Praça Castro Alves, com recursos do Prodetur. Começa uma nova fase. Há mudança substantiva do patamar de investimentos na prefeitura. Se no período passado foi concentrado basicamente em investimentos com recursos próprios, a partir de agora essa equação vai ficar mais equilibrada, onde vai haver tantos recursos próprios, mas também por ter alavancado recursos significativos para investimentos futuros. Acredito que a gente vai quase que dobrar a capacidade de investimento da prefeitura nos próximos quatro a cinco anos.

 

Não é descartada a possibilidade de ACM Neto renunciar em abril para concorrer ao governo do estado nas eleições deste ano. Esse planejamento estratégico vai ser um norte para que os projetos do prefeito sejam executados ou existe a possibilidade de alguma mudança conforme interesse ou perspectiva do seu sucessor?
O planejamento está feito. Não trabalhamos com essa perspectiva de eleição. O prefeito tem trabalhado sempre com perspectiva de organização da administração e de estabelecer os parâmetros de crescimento e investimentos que vão ser realizados no período. Isso foi feito no primeiro ano. O que fizemos em 2017 de novo foi sentar, passar o ano praticamente arrumando a casa, preparando os projetos, elaborando conjunto de projetos que agora começam a ter viabilidade não só porque as finanças do município nos permitem fazer isso, mas porque estamos alavancando recursos novos para financiamento. Vamos iniciar obras do BRT, com recursos da Caixa Econômica; vamos iniciar obras do Centro de Convenções, por outro lado, com recursos próprios da prefeitura; vamos iniciar as obras da Av. Sete e Praça Castro Alves com recursos do Prodetur, que já está contratado. Ainda nesse semestre imagino que vamos contratar dois novos investimentos: Salvador Social e Mané Dendê, para garantir recursos para as áreas de educação, saúde e assistência social. Esse novo período vai ser caracterizado por um planejamento que já está feito, apresentado à sociedade, mas sobretudo já define os parâmetros de trabalho, das metas do governo ACM Neto pra esse período de quatro anos.

 

Tem algo mais que o senhor que o senhor queira falar sobre os projetos da Casa Civil?
A gente tem um conjunto de obras que vão ser iniciadas a partir de agora. Estamos preparando programação para o aniversário da cidade e vão constar nessa programação conjunto de investimentos. No Centro Histórico vai ter a requalificação do Terreiro de Jesus, a Praça Castro Alves e Avenida Sete; na Cidade Baixa tem a Praça Cairu, que vai retomar obras; vamos fazer a reconfiguração da Rua Miguel Calmon, no projeto Nossa Rua; vamos ter a Praça Marechal Deodoro mais adiante, Praça da Inglaterra. Já anunciamos recentemente a requalificação da Igreja do Bonfim, o Corredor da Fé que vamos licitar brevemente; na Ponta do Humaitá, que vai ser requalificada. Aqui na orla vamos inaugurar o trecho do Farol de Itapuã; já demos ordem de serviço pra início da obra no trecho Barra-Ondina, isso vai permitir andar do Porto até Amaralina com trecho requalificado. Vamos licitar esse ano ainda o trecho Stella Maris-Praia do Flamengo-Ipitanga, outro trecho que está na sua fase final agora. Estamos trabalhando diversos mercados, como Jardim Cruzeiro, São Miguel, de São Cristóvão. Tem a requalificação também da Av. Urban Duarte, o canal de São Cristóvão, enfim, um conjunto de projetos entre os grandes que já citei - Centro de Convenções e BRT, que são obras de maior porte, e conclusão do hospital. Conjunto de obras que fazem parte desse planejamento que vem sendo feito desde 2013. 

‘Sine Bahia esse ano não recebeu um centavo do governo federal’, denuncia Olívia Santana - 25/12/2017

O primeiro ano de Olívia Santana na Secretaria Estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte foi marcado por um desafio orçamentário. O governo federal suspendeu o repasse de recursos para a Rede Sine, serviço de intermediação de mão de obra, sem qualquer aviso prévio. “A experiência política nos ajuda a não ficar na expectativa de que o recurso vai chegar e tomar providências rápidas. Renegociei a situação do orçamento pra manutenção da Rede Sine. Nós reorganizamos o nosso orçamento, as nossas concessões, no sentido de garantir e alimentar com recursos próprios da secretaria, mas também buscando socorro na fonte 128, do Fundo de Combate à Pobreza”, contou, em entrevista ao Bahia Notícias. Olívia Santana é a primeira pessoa negra a assumir a Setre desde que a pasta foi criada, há 50 anos. Para seu segundo ano na secretaria, a tendência é manter o foco em projetos sociais e de estímulo à geração de renda por meio da economia solidária. Por outro lado, concorrer a um cargo eletivo em 2018 não é algo que já está decidido. “Só serei candidata dentro de condições mais objetivas de apoios que possam garantir o melhor desempenho. Esse é um desafio importante não só pra mim, mas pras mulheres”, afirmou. Confira aqui a entrevista completa!

Pra começar, quero perguntar sobre esse novo trabalho. A senhora ainda não havia trabalhado em uma secretaria que lida diretamente com trabalho, renda e esportes. Quais as principais dificuldades que você encontrou, principalmente na sua adaptação a esse novo cargo?
Pra mim foi um desafio que muito me honra. Tudo que faço eu procuro colocar o melhor de mim. A gente vinha fazendo um trabalho que foi muito positivo - pelo menos as avaliações das pessoas em relação à Secretaria de Políticas para as Mulheres -, e de repente tive que trocar o pneu com o carro andando pra Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, que é outro universo, uma pasta de uma secretaria de porte médio. Saí de uma secretaria pequena pra uma secretaria de porte médio e que na verdade com três grandes desafios: política de esportes desenvolvida pela Sudesb; política de desenvolvimento do trabalho, onde fica toda a rede Sine Bahia e política de intermediação de mão de obra no estado; e as políticas de geração de renda, que são emanadas da Superintendência de Economia Solidária. Temos uma experiência que é nova no estado, implantada desde o governo Jaques Wagner e é uma experiência extremamente positiva porque é de políticas de fomento à geração de renda, empreendimentos que geram renda. Não é o emprego formal, é o estímulo ao empreendedorismo. Apoiamos cerca de 2,1 mil projetos de economia solidária com centros públicos de economia solidária - temos hoje 10 centros públicos que dão assistência técnica e acompanhamento desses projetos. Concatenar essas três dimensões foi o desafio inicial importante, entretanto, já tinha passado pela secretaria. Já fui chefe de gabinete da Setre em 2013, fiquei um ano e dois meses, portanto já tinha uma experiência anterior que com certeza me ajudou nesse momento agora. Muitos dos projetos que estão sendo desenvolvidos na Setre eu também tive algum grau de participação ainda em 2013, a exemplo do edital de matriz africana, edital de cerca de R$ 10 milhões que acabou apoiando cerca de 54 projetos e agora está em fase de encerramento das experiências. Tive oportunidade de estar na Setre quando iniciou e agora, quando finaliza essa experiência que tem atividades super destacadas. Acho que a gente tem conseguido dar conta do que é a Setre, da condução da Setre, harmonizando equipe e fazendo trabalho de valorização dos servidores e pensar projeto não verticalizado, mas algo que tenha participação mais coletiva do conjunto dos dirigentes da secretaria. Isso tem me ajudado muito. A confiança do governador Rui Costa também é importante para o exercício do meu trabalho e eu considero que a gente conseguiu atravessar esse ano com resultados muito positivos na Setre. O mais difícil desse desafio foi a manutenção da rede Sine, justo no momento que me torno secretária, como efeito da mudança política na conjuntura nacional, tivemos impacto importante, que é a suspensão dos recursos federais para o Sine Bahia. O Sine Bahia esse ano não recebeu um centavo do governo federal. Como o estado da Bahia, outros estados também sofreram com a situação, mas a gente teve na iminência de ver a rede quebrar. Nosso trabalho foi com muito afinco, de redefinição rápida dos investimentos, garantindo chegar até o final do ano com êxitos importantes na nossa política de intermediação de mão de obra.

 

Como foi esse trabalho para evitar que o Sine quebrasse?
Ao diagnosticar que o governo federal não iria fazer os repasses, embora houvesse muitas promessas, muitas idas a Brasília. Nós tivemos uma série de negociações. Eu faço parte do Ffórum Nacional de Secretários do Trabalho e nós debatemos esse tema exaustivamente. Cerca de 17 estados estão sem receber nenhum centavo do governo federal para alimentação da Rede Sine. Os recursos cada vez mais minguando e no nosso caso nós não recebemos nada. Então, de imediato, a experiência política nos ajuda a não ficar na expectativa de que o recurso vai chegar e tomar providências rápidas. Renegociei a situação do orçamento pra manutenção da Rede Sine. Nós reorganizamos o nosso orçamento, as nossas concessões, no sentido de garantir e alimentar com recursos próprios da secretaria, mas também buscando socorro na fonte 128, do Fundo de Combate à Pobreza. Contei com o apoio não só do secretário Manoel Vitório, da Fazenda, que entendeu a gravidade da situação, mas também da própria PGE [Procuradoria-Geral do Estado], do Paulo Moreno, que também respondeu rapidamente à nossa solicitação de avaliação dessa reestruturação do nosso orçamento para garantir a sustentação da Rede Sine e a gente conseguiu trazer recursos próprios e novos do orçamento do estado - novos no sentido de que não estavam previstos para a Secretaria do Trabalho - e a gente conseguiu suprir essa falta do apoio do governo federal e garantir que a rede chegasse até o final do ano, apesar de ter sido muito difícil nos bastidores. Mas foi muito importante não ter tido nenhuma crise de perda de qualidade no atendimento da rede Sine Bahia, muito pelo contrário. Nós, inclusive, colocamos um projeto novo, que é o projeto Conexão Trabalho, que tem girado e diversos municípios. Elegemos dez grandes municípios-polos pra levar os serviços do Sine Bahia, entendendo que no momento de descenso de emprego formal, de crise econômica, é óbvio que a Rede Sine seria mais procurada pelos trabalhadores na expectativa de encontrar uma solução para sua situação de desespero. Nós conseguimos garantir com eficiência que essa situação não impactasse negativamente à Rede Sine. É uma pena que tenha acontecido assim, porque a Rede Sine é um projeto atuante na política de emprego no Brasil. Ter hoje 17 estados que não são atendidos pelo governo federal é muito ruim, e subitamente. Nós não tivemos a possibilidade de nos programar no ano passado na definição do orçamento de 2017. A notícia chegou esse ano e a gente teve que tomar medidas extraordinárias pra não deixar cair essa política pública importante para o desenvolvimento do trabalho.

 

Queria saber sobre projetos de fomento ao esporte que a secretaria planeja. Esse ano, por exemplo, o governador Rui Costa inaugurou centros de canoagem no interior do estado. Existe expectativa de construir algo parecido voltado para outras modalidades no interior?
Considero que foi um ano muito positivo para o esporte na Bahia, porque o governador Rui Costa manteve seu compromisso de garantir equipamentos esportivos para além daqueles que foram definidos, construídos no calor dos Jogos Olímpicos, da Copa do Mundo. Houve de fato compromisso com legados, que vem sendo realizado não só no que diz respeito à construção de equipamentos, mas também no que diz respeito a apoio a atletas, ao desenvolvimento do esporte de base. Esse ano a gente teve a felicidade de implantar o PELC, investimento de mais de R$ 18 milhões, uma parceria com o governo federal. Esses recursos vieram desde a época do governo Dilma Rousseff, portanto muito importante ter assegurado esse projeto e agora implantado esse projeto, que vai beneficiar 78 municípios. É uma política de investimento no esporte de participação, porque tivemos a construção da Fonte Nova, do Centro Panamericano de Judô, que continua ativo, não virou elefante branco depois das Olimpíadas; temos centro panamericano com série de projetos sociais; temos as piscinas olímpicas que estão funcionando na região do Bonocô. É uma conquista do povo baiano. A construção dos três centros de canoagem o governador assumiu o compromisso com Isaquias Queiroz e Erlon de construir um centro e hoje nós temos três sendo construídos. A ideia foi exatamente simplificar o projeto, não fazer algo megalomaníaco, mas fazer algo que possa atender com qualidade a canoagem e ao mesmo tempo democratizar, já que Ubatã, Ubaitaba e Itacaré são municípios com vocação para canoagem. Temos hoje programas sociais sendo realizados naqueles municípios, com investimentos de mais de R$ 3 milhões, e os equipamentos sendo construídos para dar amparo a essa ação de iniciação esportiva, mas que se conjuga com esporte de alto rendimento. Os atletas poderão treinar nesses centros de canoagem. Por outro lado, estádio estão sendo reformados. O governador assinou convênios com prefeituras e vem desenvolvendo reformas de estádios que estavam abandonados, precários ou que não estavam com boa qualidade na sua estrutura. A gente já tem inclusive estádios licitados. Em Jequié mesmo estamos reformando o Valdomirão, até porque o Jequié vai jogar em janeiro e é importante essa reestruturação, mas não só. São outros estádios também reformados, outros 11 estádios. Temos também as pistas de atletismo, aproveitamento de equipamentos de espaços do Batalhão da Polícia Militar em diversos municípios, que passarão a ter uma vocação para o esporte. Não só para os policiais, mas abrindo para a comunidade. Então é construção de 11 pistas de atletismo nesses batalhões, com compromisso de que ficarão a serviço da população local, não apenas da corporação. Considero que essas são iniciativas importantes que nós estamos tendo de fomento ao esporte na Bahia. Inclusive, terminamos de assinar também convênios no montante de R$ 9 milhões com 24 instituições, com recursos próprios, para fomento de projetos esportivos. São instituições que têm escolinhas de futebol, escolinhas de karatê, de judô, que vão receber esses recursos do governo do estado, em torno de R$ 300 mil, R$ 400 mil, para sustentação dessas escolinhas e outros projetos de colaboração que serão realizados nos nossos equipamentos esportivos - na FLEM, Centro Panamericano de Judô. São projetos nossos, desenvolvidos pela Sudesb, mas que foram disponibilizados para que organizações sociais pudessem participar da licitação e serem gestoras dessas experiências. 

 

Apesar de apresentar melhora nos índices nos últimos meses, o desemprego no estado ainda aparece bem acima da média nacional. Na sua avaliação, por qual motivo a Bahia não consegue ao menos ficar na média e o que pode ser feito para reverter esse cenário?
Considero que essa é uma situação que persiste. Nós estamos tendo melhoras. Estávamos com taxa superior a 18% de desemprego, hoje estamos com 16,7%, portanto houve uma queda. O governo do estado tem trabalhado diuturnamente no sentido de enfrentar esse quadro. Inclusive, é importante destacar que o governo do estado da Bahia é o que mais investe no Brasil. É o segundo, melhor dizendo, estado que mais investe. É importante porque apesar do quadro de crise, temos obras no estado, as obras “tamanho G”, porque acabam tomando conta também do enfrentamento desse grave quadro de desemprego. Quando você constrói policlínicas, quando não deixa parar as obras do metrô - pelo contrário, se ampliou -, é uma grande obra da construção pesada que vem gerando emprego no estado. As unidades hospitalares, estradas, tudo isso vem contribuindo para o crescimento de trabalho no nosso estado, entretanto, não pode ser somente o poder público a investir. É preciso que a iniciativa privada também invista e geralmente no momento de crise econômica, a iniciativa privada se retrai e também o poder público se retrai. A gente está vendo o quadro nacional, como vem acontecendo: muitos estados quebrados, o próprio governo federal não tem feito grandes investimentos. É caótico. O que precisamos valorizar é o fato de que a Bahia está resistindo, porque infelizmente embora tenhamos um quadro anda de 16,7% de indicador de desemprego, temos uma tendência de queda e isso é importante, fruto de todo esse esforço que o governo vem fazendo. A liderança do governador Rui Costa tem sido muito positiva, porque ele não é somente um quadro político, é um quadro que conhece tecnicamente cada projeto. Agora entendo que infelizmente essas disputas políticas prejudicam muito a Bahia. E agora tivemos uma vitória, que foi essa decisão judicial da liberação dos R$ 600 milhões [do Banco do Brasil]. Injetar esses recursos na economia baiana é fundamental. Nos ajudará e muito não só no que diz respeito ao quadro de desemprego, mas também no que diz respeito a prover os baianos de melhores equipamentos, com melhor qualidade, ter serviços públicos. É a garantia de expansão de serviços e equipamentos públicos para atender nossa população. Nós temos uma situação orçamentária que é a metade do que tem o Rio de Janeiro, por exemplo. Se a gente for comparar o Rio de Janeiro, mais de R$ 80 bilhões, a Bahia com R$ 43 bilhões, então a gente tem a metade. De fato é situação difícil que não será resolvida apenas pelo esforço estatal. É preciso ação que incorpore todos os agentes ativos da área econômica que possam investir pra tirar nosso estado dessa situação de grande dificuldade. Tenho fé que a gente vai continuar nessa batida de equilíbrio fiscal e investimentos em áreas sociais importantes, como o que tem sido a mobilidade urbana, pra que a gente consiga no ano de 2018 - isso claro que não é em curto prazo -, mas a Bahia precisa efetivamente encontrar caminho de garantir esse rebaixamento das altas taxas de desemprego. Sempre digo que não é política pública que reduz o desemprego. O que reduz o desemprego é a macroeconomia, mudança macroeconômica no país que possa criar ambiente confortável de geração de emprego e renda. Inclusive com essa reforma trabalhista você tem mais informalidade, precarização e nós precisamos de emprego de qualidade e projeto maior para o Brasil.

 

Então, resumindo, seriam diferença orçamentária e falta de investimento do setor privado e as disputas políticas que fazem a Bahia ficar acima da média nacional, na avaliação da senhora?
O Nordeste como um todo tem indicador de desemprego acima da média nacional. A taxa de desemprego no Nordeste é superior a 14%. No Sul, Sudeste, cai pra 7,9%. Há desequilíbrio regional que é crônico, persistente nesse país. Nós precisamos de maior distribuição de renda, que enfrente situação do Nordeste e Norte do país, para que nossos estados possam ter também um desempenho individualmente maior e melhor. E eu repito: a política macroeconômica impacta a política local.

 

Chegando 2018, a senhora pensa em se candidatar para algum cargo eletivo? Como estão as intenções da senhora?
Então, eu considero que 2018 será um grande desafio. O desafio maior é resgate da democracia no país, e pra mim não há democracia sem negros, sem mulheres participando das disputas eleitorais e com alguma capacidade de ganhar cargos, espaços nas estruturas de poder. Tenho entendimento de que é importante que as forças políticas se preparem para a demanda maior, que é a necessidade de uma virada no nosso país. Não podemos continuar com presidente que só tem 6% de aprovação. Nesse quadro de enfrentamentos aos impactos do golpe na democracia brasileira, temos e defendo que tenhamos participação de mais mulheres e mais negros nessa disputa eleitoral. Entretanto, no que diz  respeito a mim, sempre tem possibilidades, mas não há ainda uma definição de que eu serei candidata, até porque não estou mais disposta a ser candidata para encher e ajudar o cesto de votos mais geral. Só serei candidata dentro de condições mais objetivas de apoios que possam garantir o melhor desempenho. Esse é um desafio importante não só pra mim, mas pras mulheres. Temos situação de muita desigualdade de gênero e étnico-racial nas disputas eleitorais e na configuração do poder - tanto no nosso país quanto no nosso estado, especificamente. Meu nome é sempre considerado nas análises feitas pelo PCdoB, que é o meu partido, entretanto isso não é um fato consumado. Prefiro agora ter foco e conseguir resultados positivos que eu sei o que significa uma mulher como eu, depois de 50 anos de criada essa secretaria, ser a primeira pessoa negra que assumiu essa pasta. Pra mim é um desafio enorme, mas tem me encantado. Procurei mergulhar nele e estou procurando fazer meu melhor. Acho que a gente conseguiu, sim, desempenho muito positivo à frente dessa secretaria, pelos dados, pelos resultados que a gente tem conseguido apresentar. 

Hub de tecnologia será instalado no Comércio; previsão é para fevereiro de 2018 - 18/12/2017
Foto: Paulo Victor Nadal

O hub de tecnologia que integra o eixo de Inovação do programa Salvador 360, deve começar a funcionar em fevereiro do próximo ano. A perspectiva é de Sérgio Guanabara, atual secretário de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur). "Diversas empresas se interessaram pelo projeto, nós estamos lançando a manifestação de interesse público, e a gente espera que até o mês de fevereiro, estourando no mês de março, nós já demos partida lá no hub de tecnologia do Comércio”, afirmou. Assumindo desta vez como titular, Guanabara já acompanhava o cotidiano da pasta como subsecretário, desde a gestão de Sílvio Pinheiro. Agora substitui o empresário Guilherme Bellintani, que assumiu a presidência do Esporte Clube Bahia. “Eu tenho uma satisfação enorme de trabalhar com o prefeito ACM Neto em qualquer posição. Essa questão de ser secretário, ou não, eu já sublimei isso”, disse, ao ser questionado sobre um eventual desconforto em ser sempre convocado do banco de reservas. Entre os desafios, além da coordenação do 360, menina dos olhos do segundo mandato do prefeito ACM Neto, o economista tem outras questões para lidar, como a disputa territorial entre Salvador e Lauro de Freitas, acirrada após a capital fazer a nova delimitação de bairros. “Isso não tem discussão. O limite entre Salvador e Lauro de Freitas é o consignado em lei, limite claro. O que existe na prática é uma discussão de invasão do território de Salvador por parte de pessoas que residem em Lauro de Freitas”, argumenta.

 

O programa Salvador 360 é encabeçado pela Sedur, mas ainda não foram lançados todos os eixos. Porque houve esse atraso, existe previsão de lançar ainda esse ano?

Não houve atraso. Esse programa tem oito eixos, já lançamos seis e os dois últimos, economia criativa e inclusão econômica, serão lançados nos próximos dias. O primeiro nesta terça-feira e o outro no começo próximo ano.

 

Eles se relacionam de alguma maneira, tem pautas comuns aos dois, ou são independentes?

Eles se comunicam entre si, são vasos comunicantes. O de economia criativa tem muita identidade com a questão da inclusão econômica. No inclusão econômica, a gente trabalha com a base da pirâmide, que são os ambulantes, o vendedor de picolé, o pessoal que vende cachorro-quente. Então a gente está trazendo essa massa de mão-de-obra, qualificada para o que eles fazem, para poder trabalhar melhor com eles com a figura de empreendedor, dentro do conceito de empreendedorismo. Com financiamento, concedendo linha de crédito... E o Banco do Nordeste vai ser o nosso grande braço parceiro nesse projeto, com linha de crédito já disponibilizada no valor de R$ 300 milhões para o pessoal de baixa renda. Mas isso o prefeito vai lançar e eu não posso antecipar.

 

A prefeitura já tem mapeado os vendedores ambulantes que vão participar dessa linha de crédito?

Isso vai ser feito pelo próprio banco, que vai disponibilizar recursos humanos, e nós da prefeitura vamos dar suporte e logística – nem tanto logística – para viabilizar essa comunicação entre o empreendedor e o banco.

 

Salvador tem tentado se apresentar como um ecossistema favorável à instalação de startups. Um dos focos é o hub de tecnologia, já proposto pelo Salvador 360. Já existe alguma ação nesse sentido que tem dado frutos?

Um segmento que a gente buscou identificar é o de tecnologia, da geração de novos produtos, aplicativos... Nós descobrimos que na cidade existiam pessoas credenciadas, inteligências voltadas para esse tipo de conhecimento tecnológico e que desenvolviam diversas ferramentas aqui, ferramentas essas que nós denominamos as famosas startups, empresários com suas startups. Mas todos eles ficaram em um ambiente separado, de forma isolada, sem nenhum tipo de estímulo, e muitas vezes pessoas que precisavam de R$ 1,5 mil, R$ 2 mil, R$ 3 mil, para comprar um computador sentiam-se prejudicadas em relação a isso. O hub de tecnologia veio exatamente para ocupar esse espaço, dar densidade, trazer todas essas pessoas, para trabalhar em um ambiente único, que é ali na região do Comércio, no terminal marítimo. Ali eles vão funcionar com um braço financiador, em coworking: ali é uma startup, ali é outra. Em conjunto, com o mesmo nível de conhecimento e de dificuldades. E você agrega mais valor ao produto final e determinados produtos específicos.

 

Já tem um dia para começar a funcionar? Tem empresas que já se interessaram no projeto?

Já, diversas empresas se interessaram pelo projeto, nós estamos lançando a manifestação de interesse público, e a gente espera que até o mês de fevereiro, estourando no mês de março, nós já demos partida lá no hub de tecnologia do Comércio.

 

Quando o senhor fala de dar partida é começar a funcionar?

É começar a funcionar.

 

E a arquitetura já está pronta, como está o andamento?

O local físico já está identificado, nós já fizemos a locação da área, do espaço. Agora é identificar, escolher, na verdade, aquele que vai aportar mais recursos para esse tipo de investimento, que é investimento privado. Observe que em todo modelo o município está funcionando como um tutor; ele não vai gerenciar a atividade, mas vai induzir o setor privado da forma que a gente deseja que o produto aconteça em nossa cidade. No fundo, o baiano, o soteropolitano, tem vocação natural para tecnologia, gosta de tecnologia, de transferir esse tipo de conhecimento em algo efetivo. Tem diversos produtos que o baiano já produziu e talvez até o baiano não conheça. Nós temos uma grande startup aqui que talvez seja uma das maiores do mundo no segmento de ambiência de internet com conteúdo jurídico. A empresa é baiana, daqui de Salvador, fica na Tancredo Neves.

 

Qual é a empresa?

A JusPodivm [criada tendo como sócio o seu antecessor imediato, Guilherme Bellintani, que saiu da Sedur em novembro para concorrer à presidência do Esporte Clube Bahia, cargo que atualmente ocupa]. É referência nessa área. São baianos. E existem muitos baianos trabalhando com tecnologia e produzindo para fora do estado, trabalhando fora do estado. O que a gente quer, na verdade, é que essas inteligências fiquem retidas aqui no estado, em nosso município. Fazer a pessoa usar sua inteligência, produzir bem produtos, serviços, não precisa sair da nossa cidade. Então a gente está querendo criar um ambiente harmônico, favorável a sinergia dessas inteligências para a elaboração desses produtos em nossa cidade.

 

Depois de um ano, com o lançamento do Salvador 360 em 2017, o que a Sedur espera para 2018? Quais são as perspectivas?

O 360 é um plano transversal, a Sedur tem a coordenação desse programa, mas vai ser o maior plano de desenvolvimento social já vivido na história de Salvador. Salvador nunca teve um plano de desenvolvimento econômico estruturado na forma que é o 360. Isso foi um pedido que o prefeito nos fez, que elaborássemos esse plano, mas veja que não tem uma secretaria com toda a atribuição do programa. A Sedur coordena, coordena ações que são de forma transversal, que muitas vezes são atribuições da própria Sedur, de conceber e efetivar aquela ação. As outras não. Observe que a Cidade Sustentável você tem a responsabilidade quase que direta da Secretaria da Cidade Sustentável, o de Inovação também. Temos outras que atribuição da Secretaria de Mobilidade Urbana, envolvendo a própria Semob, a Transalvador. Isso torna o projeto ainda maior, dada a sua transversalidade e a capacidade que a gente tem de fazer com que todo o Município, com toda sua estrutura pública, seus secretários, diretores, trabalhem em prol dele, das suas próprias ações. O desafio nosso é gerir, orquestrar essas ações e fazer com que todos possam de fato efetivá-la, no tempo que a gente deseja. O plano é até o ano de 2020, não é um plano de um, dois, três meses. Todo plano tem um fim e a gente espera que até 2020 ele esteja de fato efetivado, quando muda a gestão.

 

Então esse é, de certa forma, o único projeto da Sedur para 2018, coordenar o 360? Ou existem outros?

Nós vamos fechar o planejamento estratégico daqui a duas semanas. Então, por enquanto, o nosso plano estratégico é o 360. Ele foi concebido para transformar a cidade daqui até o ano de 2020, então de fato o 360 é o nosso plano maior, que nos cabe fazer a coordenação. Mas temos o plano Salvador 500, que também é responsabilidade da Sedur e diretamente da Fundação Mário Leal Ferreira, mas outros planos, com certeza, a gente vai ter para o ano 2018.

 

O que o senhor pode adiantar?

Ainda não. A gente ainda vai sentar, vai ter reunião com prefeito e vai definir novas estratégias, novas ações para o ano de 2018, mas sem perder de foco o Salvador 360, que hoje é o nosso principal desafio.

 

O senhor está na Sedur há pouco mais de um mês como titular mesmo, mas desde o início da gestão o senhor está na secretaria...

Estou há cinco anos já.

 

O senhor passou por essas transformações da secretaria. Que balanço o senhor faz desse ano? Da antiga Sucom como uma nova secretaria e os trabalhos que a Sedur tem feito quando assumiu esse novo papel na máquina pública?

O programa é indutor do desenvolvimento. A Sedur é fruto daquela antiga Sucom. A Sucom era uma autarquia, quando nós chegamos no governo, que cuidava unicamente da ocupação do solo. Então era uma superintendência que trabalhava com controle. Era uma visão muito mais de controle do que desenvolvimentista. Esse papel se desloca quando a Sedur deixa de ser uma superintendência para ser uma secretaria de Urbanismo; deixa de ser uma autarquia para ser um órgão da administração direta. O que é que modifica aí? Ela passa a atuar no urbanismo; ela passa a planejar e conceber programas voltados para desenvolver a cidade, a parte urbana, não necessariamente o desenvolvimento econômico. Esse papel não era da Sucom antiga – estou falando de 2015 e 2016. E absorve também o licenciamento e fiscalização de caráter ambiental e anteriormente nós só trabalhávamos com licenciamento de empreendimentos, de atividades e de publicidade. Então a Sucom, como secretaria, passa a ficar mais encorpada com relação a atribuições, às atividades. Daí surge um diagnóstico nosso, em reuniões com o prefeito, em 2016, da necessidade de alavancar a economia do município. Então Salvador estava vivendo um momento de equilíbrio de suas contas públicas, mas sendo ali alcançado pela questão da retração econômica, fruto da própria política macroeconômica vivida pelo próprio país. E reflexo também da perda do Centro de Convenções que afetou drasticamente a nossa economia, porque alterou o turismo de negócios, afetou e gerou uma insegurança enorme nos investidores que ficavam no entorno do Centro de Convenções e foram para aquele lugar porque aquele equipamento existia. Para se ter uma ideia do mapeamento que nós fizemos dos investimentos privados que ali orbitam onde tinha o Centro de Convenções, são investimentos na ordem de R$ 5 bilhões. São investimentos privados, fruto de uma confiança que se tem no governo de que aquele equipamento que se tem ali. Isso nos fez tomar uma decisão, houve um espaço aberto, o Município decidiu instalar um centro de convenções naquela região ali, esse novo equipamento público com investimento público também, e em parte privado, para poder deixar consignado, dar sentido aquele investimento que já existia naquela região e também como elemento dinamizador daquela economia. Então essa atual Sedur ela tem como compromisso a atividade desenvolvimentista. Observe que se vem em um crescente daquilo da autarquia: era só de controle, depois de urbanismo, e licenciamento e fiscalização ambiental, e agora essa nova secretaria – que não é uma supersecretaria, é uma secretaria como outra qualquer, com suas atribuições próprias, e no município somos todos importantes. Não tem um secretário mais importante que o outro. O que é importante para nós é justamente fazer parte da equipe do prefeito ACM Neto, seguir as suas diretrizes, suas orientações, e fazer valer a confiança que ele deposita em todos nós. No fundo, o que nos dá uma satisfação enorme é que nós nos apoiamos em nossas dificuldades e necessidades.

 

Então Bellintani deixou a casa arrumada para o senhor dar continuidade?

Eu sempre digo que ele era um verdadeiro craque e agora optou por isso, do Bahia. A saída dele não foi programada, mas é fruto de um desejo dele, desejo de infância de presidir o clube do coração dele. Mas eu admiro enormemente Bellintani, o conheço há muitos anos; a história de Bellintani, é um cara admirável. Foi uma experiência enorma ter trabalhado com ele. Eu, como secretário, da mesma forma que fui conheço o trabalho do Silvio [Pinheiro, antecessor de Bellintani] quando ele saiu da secretaria, com Bellintani a mesma coisa. É dar sequência ao trabalho dele que era um trabalho da própria prefeitura: as diretrizes, todas as orientações,  todo o planejamento, foi do próprio prefeito.

 

O senhor sempre tem sido a primeira opção quando o titular precisa ser desligado do cargo. Isso lhe deixa desconfortável de alguma maneira ou o senhor vê como se fosse o reconhecimento de trabalho?

Em hipótese alguma. Eu tenho uma satisfação enorme de trabalhar com o prefeito ACM Neto em qualquer posição. Essa questão de ser secretário, ou não, eu já sublimei isso.

 

A prefeitura encaminhou para a Câmara o reordenamento dos bairros, mas ainda ficaram algumas discussões para o próximo ano, depois que a Sedur fizesse alguns estudos. Já existe algum resultado disso, os estudos continuam, tem prazo para terminar? Como é que está também a demanda dos vereadores?

São seis meses. A lei foi sancionada e tem seis meses para opções, para que demandas surjam. Nós já recebemos cinco demandas originadas de entes diversos.

 

Quais são essas demandas?

Duas, eu posso citar. Uma é para redefinição de uma poligonal do bairro Dois de Julho e a outra é de uma poligonal da Ilha Amarela, no subúrbio. Na Ilha Amarela, a comunidade apresentou a demanda para que seja reconhecida como bairro e eu tenho quase certeza que vai ser aceita pelos vereadores. Na demanda do Dois de Julho, eu tenho quase certeza também que a demanda deve ser aceita.

 

Em relação a Lauro de Freitas, ultimamente tem sido uma briga com Salvador para definir o limite entre as cidades. Isso está neste estudo?

Não. Isso não tem discussão. O limite entre Salvador e Lauro de Freitas é o consignado em lei, limite claro. O que existe na prática é uma discussão de invasão do território de Salvador por parte de pessoas que residem em Lauro de Freitas. Desde 2015, o Município vinha tratando disso com a prefeitura de Lauro de Freitas em um ambiente que era aceito em conjunto com o IBGE. Então, a equipe técnica da antiga Sucom foi in loco em diversos lugares, onde há esse tipo de conflito, de ocupação irregulares, e fez pesquisas. Até para identificar o sentimento de pertencimento daquele cidadão. A pergunta era bem objetiva: “você se sente de Lauro ou de Salvador?” O cidadão também dava uma resposta objetiva. Em paralelo, se analisava que tipo de investimento público havia naquela região e por qual município. E identificamos em algumas áreas que tinham de fato investimentos por parte do município de Lauro de Freitas. Dessas discussões resultou um relatório que foi encaminhado pela SEI para a Assembleia Legislativa, acho que em 2016, na gestão do atual secretário de meio ambiente do Estado, Geraldo Reis. Ele foi quem encaminhou o relatório e que está na comissão sendo objeto de discussão. Como estava se discutindo normalmente com Lauro de Freitas, sem nenhum aumento de temperatura. A discussão acontecia de forma civilizada, sem nenhuma deformação no argumento. Por isso, fico meio surpreso com algumas colocações feitas, que são para mim absolutamente inconsistentes. Não é que Salvador não reconheça alguns ajustes. Nossa preocupação maior é com pessoas que residem ali que tem dificuldade de até receber correspondência. Mas isso é um assunto que tem que ser discutido de forma civilizada, em um ambiente próprio.

 

O projeto está na Assembleia mesmo?

Está na assembleia que é o ambiente apropriado para se discutir isso na comissão territorial, de limites, e é lá que os representantes estão discutindo esses assuntos.

 

A prefeitura tem buscado atração de marinas particulares. Como é que está esse projeto de atrair mais marinas para cá? O projeto tem andado?

Como programas de governo, o Salvador Investe e o Salvador Negócios, eles criam um ambiente favorável à ocupação de nossa cidade por marinas. Salvador é uma cidade voltada para o Atlântico e para a Baía de Todos-os-Santos. Essas duas grandes áreas litorâneas permitem a ocupação de marinas. A Baía de Todos-os-Santos é uma baía excepcional, mas pouco explorada pelo turismo náutico e de lazer. Nós criamos uma legislação através do Salvador Negócios voltada para ocupação desses territórios por marinas. Uma marina já se credenciou a ocupar um espaço no Lobato, firmou um protocolo de entendimentos com o Município, manifestou interesse de vir para cá e está adotando as providências legais em relação a licenciamento ambiental e do entendimento. Isto é um fato. Outro fato é uma ocupação irregular ali também no Lobato, de uma área que é da Marinha, que foi de forma irresponsável aterrada. Foram aterrados 10 mil metros quadrados de mar ali no Lobato. Mas esse assunto está sendo discutido na Justiça Federal. O Município não era parte nesse processo, mas passou a ser parte. O juiz acatou o pleito da pessoa que se diz proprietária daquela área, mas até hoje nunca apresentou prova da propriedade da área. Isso tudo é que resultou em diversas ações, que não são ações únicas do Município de Salvador. São ações que se iniciaram com o Ibama, que fez interdição, autuações fiscais no Lobato. Tem ações fiscais da SPU e ações fiscais da Sucom, a partir do momento que ela passou a ter o papel de fiscalizar o quesito ambiental.

 

Outras marinas se manifestaram em se instalar aqui?

Na verdade, a gente fez uma apresentação do Salvador 360 na sede da Fiesp [Federação das Indústrias de São Paulo], em São Paulo, na semana passada. Fomos procurados por uma quantidade enorme de empresários. Eles perceberam a forma que o Município tem sido administrado. Já vinham percebendo isso. E dado à forma estruturada em que o prefeito apresentou o Salvador 360, eles se sentiram estimulados a fazer investimentos aqui. Teve mais um empresário de marina que nos procurou e está interessado em fazer investimento na região do Comércio.

 

Em que lugar do Comércio?

Eles estão pensando que pode ser na região da Jequitaia, ou na região no terminal marítimo, onde já existe uma marina, talvez ali eles podem ampliar o local. Na verdade, são diversas possibilidades de investimento, mas eles não indicaram ainda para nós.

 

O senhor quer falar de algo que não foi abordado até aqui na entrevista?

Acho interessante fazer um pouco um balanço do resultado do Salvador 360, por exemplo, sobre as licenças já emitidas neste ano. Acho legal fazer uma abordagem sobre o Salvador Negócios, sobre o Portal Simplifica. Acho interessante que as pessoas comecem a acessar o Simplifica, o Salvador.ba.gov.br, porque ele vai atender 80% dos serviços de licenciamento de baixa e média complexidade. Hoje, nós identificamos que de todos os serviços procurados, 80% são de baixa e média complexidade. E todos esses serviços já estão contemplados no Portal Simplifica. Outro aspecto que acho relevante é que em fevereiro nós vamos inserir no Portal Simplifica o TVL, o Termo de Viabilidade a Localização. Para você ter ideia, 50% dos serviços buscados na internet, demandados pela Sedur, dizem respeito ao TVL. Então, tudo isso vai para o Portal Simplifica. Hoje, um TVL é expedido em cinco dias no máximo, mas vai ser expedido em 48h, e a população vai ver o quanto isso é importante e quanto isso contribui para o empreendedorismo em nossa cidade. Você vai ter um tempo curto para criar novas empresas aqui. Em março, a gente vai estar dando partida também no sistema integrado de licenciamento urbanístico. Hoje, um licenciamento para grandes empresas, grandes empreendimentos, demandam da Sedur um ano ou um ano e meio de análise. Então, com o Portal Simplifica, usando o sistema integrado de licenciamento, esse prazo vai ser reduzido para três meses, quatro meses no máximo. Dando novos empregos e aumentando a renda na cidade. O prefeito já anunciou, mas é importante fazer um registro. O Banco do Brasil está chegando aqui com o call center dele. Escolheu Salvador para ser sua sede para telecobrança no Brasil, o que significa 3,5 mil novos empregos a partir de março, abril de 2018. Então, tudo isso é fruto do programa Salvador 360 e das políticas públicas que estão sendo adotadas pelo prefeito ACM Neto.

PR não decidiu apoio a Rui Costa em 2018: ‘Vamos ver quais candidaturas vão estar postas’ - 27/11/2017
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Hoje da base aliada do governador Rui Costa em âmbito local e apoiador de Michel Temer nacionalmente, o Partido da República na Bahia ainda não decidiu de qual lado vai estar nas eleições de 2018. O presidente do PR na Bahia, deputado federal José Carlos Araújo, explicou que existem condicionantes que impedem que o martelo seja batido antes da Semana Santa. “Vamos ver quais candidaturas vão estar postas na época da eleição. Hoje são duas, mas pode ter três, quatro. Quem vai ser o candidato a presidente da República? Isso é uma conjuntura que só vamos discutir depois da Semana Santa”, explicou, em entrevista ao Bahia Notícias. Outra condição para definir apoio é espaço em uma chapa majoritária, o que só poderá ser reivindicado quando o partido tiver musculatura. Quanto a isso, Araújo quer lançar no PR seis a oito deputados estaduais e mais dois deputados federais. “Hoje somos o quarto partido. Se isso acontecer, vamos passar para o segundo. O PSD vai ficar um pouco maior porque tem senador e nós não temos”, acrescentou. Os detalhes da articulação do partido para as eleições do ano que vem – que já foi iniciada – são contados na entrevista da semana para o Bahia Notícias, ocasião na qual Araújo ainda falou sobre o contexto nacional no qual está inserido o partido. Confira a entrevista completa!

Quais são as estratégias que o partido tem adotado pra crescer nas eleições do ano que vem? Já trabalham com estimativa de quantos deputados federais e estaduais querem eleger? 
Primeiro cuidamos de sanear o PR, arrumar o PR. Eu já fui uma vez presidente do PR, agora voltei a ser outra vez, exatamente pelo trabalho que fiz no passado. Quando cheguei no PR tinha apenas eu só de deputado, o João Leão tinha acabado de sair do PR. Quando deixei o PR, deixei com seis deputados federais, cinco estaduais e 43 prefeitos naquela época, porque o Alfredo Nascimento se encantou com César Borges, quis dar o PR pro César Borge e aí me tirou.Saí do PR atirando e nesse intervalo o PR só fez descrescer. Voltei ao PR agora e voltei só com dois deputados, o Jonga Bacelar e José Rocha; com sete prefeitos, sem um deputado estadual. E com muitos problemas na justiça eleitoral. Hoje o partido já tem 22 prefeitos e uma perspectiva de crescer bem. Há conversas com vários deputados, mas não se concretizou ainda porque só vai se concretizar quando abrir a janela. Deputado não pode sair do partido hoje, senão perde o mandato. Como a lei abre janela em março, em março temos perspectiva de termos mais dois deputados federais e aí seis a oito deputados estaduais. Há perspectiva de partido crescer bem e se crescer bem, teremos lugar na chapa do governador. Mas só podemos reivindicar se o partido tiver musculatura.

 

Falando em lugar na chapa, o apoio do partido ao governador Rui Costa em 2018 está garantido?
Nós não conversamos sobre 2018, nem com Rui Costa nem com qualquer outra chapa. Temos que conversar. Se nós tivermos musculatura nós vamos conversar, queremos mais espaço. Mas só podemos reivindicar espaço se nós crescermos. Se não crescermos, vamos ter que reivindicar dentro do espaço que temos hoje.

 

Então, o senhor pretende contar com seis a oito deputados estaduais e dois federais? Essa configuração o senhor acha que o partido teria musculatura?
Claro, lógico. Porque hoje somos o quarto partido. Se isso acontecer, vamos passar pra o segundo. O PSD vai ficar um pouco maior porque tem senador e nós não temos.

 

E caso o partido opte por no ano que vem não ficar com Rui Costa, o caminho mesmo é ACM Neto ou outra candidatura, até mesmo uma própria?
Candidatura própria é difícil. Agora vamos ver quais candidaturas vão estar postas na época da eleição. Hoje são duas, mas pode ter três, quatro. Quem vai ser o candidato a presidente da República? Isso é uma conjuntura que só vamos discutir depois da Semana Santa. Dizem que política na Bahia é só depois do Carnaval. Eu sou mais conservador e digo que é só depois da Semana Santa.

 

Como o senhor acha que fica esse cenário? Porque fala que se Lula for candidato em 2018, ele pode trazer uma grande quantidade de votos pra Rui Costa, mas se Lula não for candidato acaba deixando a situação do governador um pouco complicada. Por outro lado, ACM Neto tem apoio do presidente Michel Temer...
Quem quer apoio de Michel Temer?

 

Mas na parte de repasse de verbas federais, pode capitalizar...
São duas coisas diferentes. No caso, Lula tem um cabedal próprio. O apoio dele robustece a candidatura de Rui Costa. O Michel Temer não robustece qualquer outro candidato. Pode ser que com o governo a máquina possa fazer alguma coisa, alguma melhora, mas não quem tem apenas 4% de aprovação não pode encostar em ninguém pra fazer voto. A não ser que a conjuntura mude.

 

Como o senhor avalia hoje as chances de reeleição do governador Rui Costa pro ano que vem?
É muito cedo pra isso. Hoje acho que Rui teria grandes chances, como Neto também tem chances. Rui nessa época na primeira eleição tava com 4%, 5%, mas no fim ganhou eleição. É muito cedo. As pessoas estão querendo, fazendo alvoroço todo, sem nenhuma razão ainda de ser.

 

E como estão as articulações para o ingresso de Ronaldo Carletto no partido? A gente apurou que a entrada dele no PR está quase certa.
O “quase” está por sua conta. Conversamos há dois meses, mas fizemos pacto: só voltaríamos a conversar depois de fevereiro. Então, há possibilidade, ele demonstrou vontade, o partido tem vontade de recebe-lo, ele é um bom quadro, bom deputado, tem musculatura, mas só vamos discutir isso depois de março. Mesmo que ele quisesse vir pro PR agora, ele não pode vir. Ele não vai correr risco. E outros deputados quiserem vir, só poderão vir em março.

 

E a circulação que também circula nos bastidores é que o próprio Carletto tem articulado junto a entrada dele no PR a migração de outros deputados estaduais e federais. O senhor tem acompanhado essas negociações do Carletto?
Não. Essa é negociação do Carletto. Eu tenho conversado com outros deputados, mas Carletto tem conversado com alguns. Nem eu sei com quem ele está conversando nem ele sabe com quem estou conversando, e não interessa falar disso agora, tá muito cedo.

 

Essas conversas são da órbita de Carletto?
Tudo isso gira numa órbita só. Alguns sim, alguns não. Alguns já conversei, outras Ronaldo conversou. Mais lá na frente... O brasileiro, o baiano é sempre de última hora. Essa coisa vai acontecer em 1º de março, aí a coisa pega fogo.

 

A gente soube de que haveria entre o senhor e o Carletto a seguinte articulação: ele ajudaria a transferir alguns votos nas bases eleitorais dele pra sua reeleição a deputado federal, porque sua reeleição estaria ameaçada. Realmente essa conversa aconteceu?
Não procede. Primeiro, tenho na minha avaliação a minha reeleição mais ou menos tranquila. Já estive no amarelo, hoje estou no verde. Não tenho preocupação com minha reeleição. Agora é óbvio que se  Carletto vier pro partido, se for candidato a senador ou qualquer um outro do partido for candidato a senador e for deputado federal, é óbvio que esses votos serão redivididos dentro do próprio partido – comigo e outros deputados, como se fosse um banco de crédito. Se eu não estiver precisando, não vou ter nada. Meu interesse é fazer partido crescer. Tenho reeleição hoje mais ou menos tranquila. Não tenho dificuldade.

 

Chegou a haver alguma conversa de transferência de votos do partido? 
Não podemos conversar sobre isso se não acertamos a vinda. Quem gasta o jogo do empréstimo antes não paga.

 

Ronaldo, se for para o PR, seria para pleitear a vaga de senador na chapa do governador Rui Costa ou outros nomes pleiteiam isso?
O partido tem outros nomes também. Ele vai entrar no partido e todos terão a mesma chance. Aquele que estiver mais forte e for mais útil... Onde nós vamos ficar? Quem vai ser nosso candidato a governador? Terá que ser ouvido. Estamos com quem? Vai ser o governador Rui Costa. Primeiro temos que ter garantia que vamos ter a vaga. Segundo vamos conversar com o governador: “Temos três nomes aqui. Qual o melhor pra ganhar eleição?”. Ninguém pode impor.

 

Mas o PR só fica com Rui se tiver vaga ao Senado?
Não. Não é essa posição. A gente nem pensou nesse tipo de coisa.

 

O prefeito ACM Neto ou emissários dele chegaram a procurar o PR pra iniciar conversas visando apoio do partido a uma possível candidatura no próximo ano?
Não. É óbvio que política a gente conversa com todos da política, sou amigo deles todos. Logicamente numa roda se conversa as possibilidades. Agora, nada de concreto nem oficial.

 

O partido tem no âmbito nacional uma considerável participação no governo do presidente Michel Temer, que é oposição ao governo Rui Costa na Bahia. Também não há indicações de que o PR vá apoiar possível candidatura do presidente Lula, cabo eleitoral para Rui Costa e é do mesmo partido. Isso não é um indicativo de que o cenário nacional da sigla pode levar o PR a deixar Rui e apoiar Neto, aliado de Temer?
Eu faço inverso. Não é indicativo se for Lula que a gente fique com Rui, porque Lula é forte? O que dá em Chico dá em Francisco. Tem que aguardar pra ver quem são os candidatos à Presidência da República, quem são os candidatos a governador. Inicialmente só se tem Rui Costa. Está especulando que Neto vai ser candidato, mas alguém já ouviu de Neto que ele vai ser candidato? E sendo Neto, tem dois candidatos fortes: Neto e Rui Costa. Vamos ver o que vai acontecer lá na frente.

 

Mas como PR nacional pode influenciar numa decisão de apoio aqui do PR baiano?
O PR nacional vai ouvir o PR da Bahia. O que o PR da Bahia decidir, o PR nacional apoia. É lógico que o PR regional vai ouvir base, seus prefeitos, suas lideranças, não vai tomar decisão só na cabeça do presidente. Vai ouvir os deputados. Vamos tomar decisão baseado nisso.

 

O presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, disse recentemente que duas das vagas da chapa já estão garantidas para o partido no ano que vem: Rui Costa e Jaques Wagner pro Senado. Várias legendas têm pleiteado espaço na majoritária. Como o senhor vê essa declaração de Anunciação em meio à disputa que há entre partidos da base aliada?
Lógico que Anunciação está puxando a brasa pra sardinha dele. Wagner vai ser candidato? Rui sabe que vai ser candidato a governador, e Wagner, vai ser? Já ouvi que Wagner vai ser candidato a presidente da República. Lógico que se Wagner for candidato a senador, seus coligados queiram que ele seja candidato a senador, aí tem duas vagas. Nas outras duas, vamos ver qual partido tem mais musculatura. É a razão que o PR quer crescer e ter mais musculatura, pra entrar nessa disputa.

 

A posição do Everaldo é que alguns nomes de outras siglas criticaram. O deputado Bebeto (PSB) achou que o Everaldo foi indelicado. O senhor acha então que ele apenas tentou defender o dele?
Everaldo deu declaração pró-PT. Ele é presidente do PT, tem que puxar pro PT. Acho que não tem nenhuma indelicadeza. Ele pode ter sido açodado, não indelicado.

 

Queria saber do senhor com relação ao apoio a Michel Temer em Brasília. O PR nacional apoia Michel Temer. Não há nenhum tempo de desconforto em apoiar Rui aqui e Temer em Brasília?
Em hipótese nenhuma. O PR lá tinha deputados apoiando Eduardo Cunha. Eu fui pro PR e disse: “No Conselho de Ética o PR é independente”. Dois, três deputados do PR arrumaram apoio a Eduardo Cunha. Fui pro PR e fui o único contra Eduardo Cunha. 

 

Mas na votação da denúncia o senhor disse que estava fazendo isso por orientação do partido, porque tinha fechado questão.
Disse, declarei em público, o partido me pediu, não impôs mas me pediu, achei que devia atender o partido. Mas disse que ia declarar que o partido estava pressionando pra que eu o fizesse. Mas disse também que eu não votaria se tivesse segunda denúncia, e disse que não votaria na reforma da Previdência, como não votarei.

 

O José Rocha é líder do PR na Câmara e como líder articulou o fechamento de questão na primeira denúncia. O senhor disse que votou pressionado. Cria uma certa rusga com o José Rocha?
Em hipótese alguma. Até porque se Zé Rocha criou pressão, não foi por vontade própria, porque ele também não tinha vontade de votar.

 

A articulação política do governador é algo ainda criticado por deputados da base aliada. Rui conseguiu aparar essas arestas ou o senhor ainda enxerga insatisfação dos governistas?
É verdade. Não conseguiu aparar ainda, está tentando. Mas acho que só vai conseguir aparar em março, quando algumas figuras que estão no governo deixarem o secretariado. Sem nominar.

 

De quais formas ele tem tentado aparar essas arestas?
Rui me chamou pra almoçar, pra aparar as arestas, mostrar que o governo de Rui Costa nada tem a ver com as cabeçadas que esse povo do governo tem dado. E ele sabe disso. Tem algumas figuras que às vezes jogam contra.

 

O governador é apontado como perfil mais de gestor do que político. O senhor acha que ele tem conseguido adquirir traquejo político pra conduzir essa parte da própria articulação?
Acho que Rui tem os dois pés, 60% técnico, 40% político, mas agora a partir de março ele vai ter que usar os 40 mais. 

 

O senhor acha que essas insatisfações podem prejudicar o apoio de partidos na reeleição do ano que vem?
Tudo é possível, mas acho que Rui é inteligente o suficiente pra aparar essas arestas.

 

O PR chegou a dizer publicamente que deseja o comando da Bahiatursa, hoje nas mãos de Diogo Medrado. O partido vai continuar pressionando o governo por esse espaço?
O partido não vai ficar pressionando, o partido vai continuar pedindo, querendo. Lógico que num acordo lá na frente, aí, sim. Entrei no PR e o PR entrou com tudo feito, o que estava sobrando nos deram. Agora se for montar uma nova chapa, uma nova política, vão ter novos acordos. Vai colocar na mesa na chapa, se não tiver, vai ter que compensar de alguma forma. Tem que colocar na mesa o que o PR vai ter: chapa, chapa mais lugares pra secretários. Tem que definir. Eu não faria nenhum acordo hoje pra receber a Secretaria de Turismo sem a Bahiatursa. Esse acordo eu não faço. Hoje pouco o PR representa. Tem que ter mais.

Há menos de um mês na Smed, Barral não descarta concurso: 'Preciso ver o jogo da gestão' - 16/10/2017
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

O ex-diretor de Iluminação Pública, Bruno Barral, chegou na Secretaria Municipal de Educação (Smed) há menos de um mês com planos para a área. Um deles é a realização de um concurso público para professores da rede. Nada certo ainda, mas a possibilidade "sempre tem". "Tenho ideia de fazer concurso, sim, mas preciso discutir isso internamente ainda. Preciso ter conversa com o prefeito para ver o que ele opina sobre o assunto, a experiência dele sobre os fatos. (...) Preciso ver como a gente vai fazer o jogo da gestão pra ver se vai precisar fazer ou não o concurso", explicou ele, em entrevista da semana ao Bahia Notícias. Na conversa, Barral revelou algumas diretrizes para o futuro da pasta, como a incorporação de tecnologias digitais no dia a dia do aluno, e explicou o porquê de ainda existirem discrepâncias entre escolas, conforme dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Confira a entrevista completa!

Uma das últimas ações do senhor na Diretoria de Iluminação Pública foi o edital de concessão da iluminação pública da cidade no valor de R$ 1,5 bilhão, com vigência de 20 anos. A oposição criticou  as características do edital...
Quem da oposição criticou?

 

O líder da oposição na Câmara.
Quem é?

 

Trindade.
Ele criticou o quê?

 

Ele criticou o elevado preço e depois veio a crítica porque teve um edital de licitação, que foi suspenso até.
Ele criticou o preço ou ele criticou o edital?

 

Ele criticou o edital de concessão, disse que ficaria atento porque era muito elevado o valor de R$ 1,5 bilhão.
Na verdade não é R$ 1,5 bilhão o edital. É o contrato que é de R$ 1,5 bilhão. É importante separar bem as coisas que se fala, que é e o que não é. Vou clarificar como são as coisas. Depois ele criticou o registro de preços para compra de luminárias, não foi isso, no valor de R$ 48 milhões? Vamos separar as duas coisas. O edital de concessão ainda não está na rua. Essa é uma desinformação que eu acho que é importante… Não sei se é desinformação, a palavra não é essa, mas da forma que foi solta, ficou um pouco confuso na visão das pessoas. Vamos lá. A gente lançou um processo de consulta pública onde a gente consultou o mercado sobre um edital que foi feito por um processo de PMI - Proposta de Manifestação de Interesse da iniciativa privada. A gente recebeu um diagnóstico, recebeu todo um processo pra poder pensar na iluminação pública durante 20 anos. Com isso a gente pegou o edital e lançou o modelo consulta pública, para todas as pessoas, todo mundo que quiser participar e contribuir com esse edital, que façam suas contribuições. Tivemos 161 contribuições nessa primeira fase de consulta pública. Compilamos essas 161 contribuições, algumas a gente acatou, outras a gente não. E aí lançamos o modelo do edital audiência pública, é o que foi lançado parece na semana passada, onde novamente nós submetemos o edital ao público - nós, cidadãos, a contribuir com esse modelo democrático de construção de uma parceria público-privada, onde qualquer pessoa pode contribuir. Esse é o primeiro ponto. Não tem edital na rua, tem uma construção de um processo de concessão que pode dar certo ou não. Esse é o primeiro ponto, ok? O segundo ponto é o modelo do registro de preços das luminárias. O que é o modelo de registro de preços? Há quatro, cinco anos atrás, se você for observar, as luminárias de LED tinham outro preço no mercado e a gente não conseguia colocar em casa porque era caro. Hoje a gente já consegue, porque os preços reduziram, durante esses quatro ou cinco anos, vertiginosamente. Quando entrei na Iluminação, verifiquei essa redução dos preços, e nós temos um edital com preço de quatro anos atrás pra comprar luminária. Então eu, como gestor público, achei que a gente deveria comprar mais barato. Se a gente pode ir ao mercado hoje comprar luminárias mais baratas do que comprava anteriormente, a gente está economizando seu dinheiro, meu dinheiro, pra melhorar a cidade. O que eu fiz foi uma ata de registro de preço que, pra se ter uma ideia, não precisa nem de dotação orçamentária. O que é uma ata de registro de preços? Eu pegar as prateleiras da Semop e colocar as luminárias lá. Só vou pagar pelas luminárias se eu for utilizar. Então eu não entendo a crítica. Eu absorvo qualquer tipo de crítica, mas uma crítica dessa sobre registro de preços, que é você ter o direito de comprar mais barato?!

 

Então foi uma reação um pouco exagerada?
Eu não sei… É o estilo da gestão da política, do legislativo. Entendo Trindade, que é um cara combativo. Eu não sou de nenhum partido político, mas acho que é uma coisa que poderia ser resolvida assim, como a gente conversou. Ninguém vai comprar R$ 48 milhões em luminárias e vai fazer uma licitação de R$ 1,5 bilhão. Não é isso. Primeiro, não tem edital ainda, estamos em fase de construção do edital com possibilidade de participação de todas as pessoas do Brasil que quiserem - inclusive tivemos contribuições de universitários que entraram com questionamentos muito bacanas. É um modelo de construção a quatro, cinco, seis mãos. O registro de preços passa por um processo da gente ter o direito e adquirir luminárias, se o município quiser, por um preço mais próximo do mercado atual porque é uma tecnologia que caiu vertiginosamente de preço. Tem um pouco de confusão nas informações, mas, assim, não tem agonia. Acredito que ele hoje já enxerga isso. Não é um problema. Isso é um projeto que trabalhei durante três anos, particularmente, estudei muito sobre a concessão, parceria público-privada. Graças a esses estudos estou sendo convidado para palestrar e moderar palestras. Foi pra mim, como gestor, uma experiência muito bacana, porque eu acho que é um modelo de você antecipar os investimentos para o município pelo ente privado e você fazer concessão pra essa administração futura. E tem outra coisa: da forma como é falado, parece que a prefeitura está contratando com fulano um edital de R$ 1,5 bilhão, comprando luminária com fulano… Não é isso. É um processo público, onde todas as empresas do Brasil vão vir participar e ter muitos participantes. Você vê o BRT que teve aí agora, tivemos benefício de quase 40% no preço da planilha. Isso é ótimo para o poder público. Quem ainda está pensando em direcionamento, tudo isso acabou. Vão fazer política de outra forma. O trabalho hoje tem que ser preço e qualidade.

 

O senhor está na Secretaria Municipal de Educação há cerca de 15 dias. O que encontrou por lá? Como estava a secretaria?
A secretaria é grande. A educação na sua magnitude encanta. É diferente um pouco da engenharia, como eu trabalhava efetivamente. Lá você tem muito de engenharia, muito de processos, muito de suporte, e você tem uma coisa maravilhosa, que é o pedagógico. E o pedagógico encanta não só pelo seu conhecimento que a rede municipal tem, a sensação de pertencimento que a rede municipal tem - os professores, diretores, gestores - isso encanta, contagia. Quando você vai na escola e olha a dedicação das pessoas que estão preocupadas com os alunos efetivamente, que eles saiam daquele ciclo de uma forma melhor. Isso encanta. Mas quando você olha o olhar curioso do aluno, das crianças, é de emocionar. E eu já tive nesses 15 dias algumas oportunidades de encarar e sentir a responsabilidade nos ombros sobre a educação. Tenho lido muito, tenho lido como são as melhores práticas. Eu sou muito assim, você vai ver ao longo da gestão, eu costumo comparar Salvador a outros municípios: o que está dando certo em Belo Horizonte; como Manaus subiu tanto no Ideb e a gente subiu sete posições, mas eles subiram onze. Eu sou muito competitivo com o que eu faço. Por que nosso fundamental 2 tem muitas distorções? Tava discutindo isso ontem com a turma da Falconi, uma consultoria especializada. Inclusive esse é um dos trabalhos maravilhosos que estamos tendo esse ano, onde a gente consegue mensurar por faixa etária a forma que a criança, que o adolescente, está se comportando em cada matéria. Monitoramos, acompanhamos e estipulamos metas de trabalho dentro do que ele precisa aprender. Essa forma de gerenciar a educação, tenho certeza, as coisas vão dar um salto, próximo ano já com resultado do Ideb. Estou muito confiante com o trabalho que estamos fazendo no curto prazo. Agora final do mês vamos ter a Prova Brasil, que a cada dois anos avalia o ensino fundamental. Resumindo, sinto que a educação está evoluindo. Hoje se você observar, as gerações já aprendem de forma diferente. Na minha época, o quadro-negro era via de mão única: saía do professor pro aluno. O professor chegava na sala de aula, copiava aula inteira e você ia copiando do quadro. Hoje a construção é totalmente diferente, o quadro-negro fala em dois sentidos: o aluno constrói o quadro-negro junto com o professor, porque no YouTube ele já tem uma aula de história do Brasil, por exemplo, muito mais legal, talvez, do que a história do professor. Esse é o grande desafio do professor, que hoje tem que estar sempre se atualizando, vendo a melhor forma de abordar o assunto, como está construindo. Porque a mente do aluno, das crianças, já nasce numa velocidade diferente. Eu só fui ter telefone celular, por exemplo, com 16 anos - e eu tenho 33 anos. Hoje se você for olhar, tenho filho de 13 anos que, se for tirar o celular dele, ele tem… “Meu Deus do céu, o que eu vou fazer sem meu WhatsApp”. Hoje as crianças, os jovens, leem muito mais. Mas você pode dizer “poxa, não acho, acho que eles leem muito menos”. Eles leem mais, só que eles leem menos conteúdo. Você já imaginou quantas páginas de um livro se tornaria um dia de WhatsApp seu? Agora, o que precisa ser trabalhado é a capacidade de interpretação, as capacidades cognitivas de entender se naquele momento é o momento de se conversar no telefone ou até as sociais: se estamos numa mesa almoçando, não é legal que eu fique no telefone. Acho que a educação passa muito por isso, tanto nesses itens sociais, cognitivos, e na mudança da mentalidade do jovem, da criança, que já nasce com uma explosão de informação.

 

Diante dessas características e mudanças que o senhor tem notado, as diretrizes da secretaria vão mudar, vocês vão incorporar elementos que incluam esse hábito da criança de ler muito no WhatsApp ou de ver muito vídeo no YouTube? Como vocês encaram essa nova geração?
Isso tem que acontecer, já está acontecendo se você observar a evolução dos cinco anos da gestão. Além de diversos fatores positivos que foram implementados dentro da gestão do prefeito, falando de 2013 pra cá, você já enxerga a vanguarda em alguns itens, como, por exemplo, o Escolab, que é um projeto nosso de contraturno em parceria com o Google, onde o aluno vai lá no turno oposto à sua escola e ali tem interações com computadores, tablets, impressoras 3D, com a cultura maker - não só com massa de modelar, mas com impressora 3D. Você já começa a ver uma linha nesse sentido e já começa a ver também alguns professores a conversar sobre essa metodologia de ensino efetivamente. Porque gerenciar, seja qualquer coisa, você precisa de informação. Já vejo isso hoje na nossa rede com nossos professores, nossos diretores, preocupados com essa evolução dos alunos e se atualizar. Acho que a tendência é que cada vez mais a gente esteja dentro do mundo da tecnologia e o grande desafio é a gente imergir na evolução da tecnologia, produzir conhecimento de forma bilateral com o aluno, sem perder a capacidade social dele, sem perder os valores de família, respeito ao mais velho. Acho que isso é louvável em qualquer lugar que se vai. Respeitar o mais velho não é dizer amém a qualquer ideia do mais velho. O novo está chegando e não quer dizer necessariamente que o velho tem que ser derrubado. O velho tem que ser mantido e louvado porque ele viveu em outra época, ele foi o novo no passado. Isso é o que efetivamente acredito e as coisas vão evoluir, sim. Estão evoluindo.

 

O senhor falou das Escolabs. No ano passado, quando Guilherme Bellintani estava na Smed, ele e o prefeito anunciaram que tinha como meta a universalização da jornada integral com uso das Escolabs. Como está o projeto? Tem avançado?
Universalizar o ensino de forma integral não necessariamente é o aluno nos dois turnos. É ele ter atividade normal, pedagógica, no primeiro turno e no contraturno é ele ter atividades complementares - essa que foi a intenção nossa. Estamos caminhando efetivamente. Temos um projeto pra esse ano de tentar estabelecer turno integral nas ilhas, que é um projeto bacana também pela distância do transporte dos professores. Temos duas Escolabs em andamento já, uma na Boca do Rio e outra no Subúrbio, e eu lhe convido um dia, se você quiser fazer uma matéria lá pra ver efetivamente o que é a Escolab, pra ver a sala dos meninos, ver os meninos produzindo em grupo, fazendo vídeos… Menino de 5, 6 anos no contraturno fazendo aquilo. E não só na parte de informática, a parte de cultura, de arte, de fanfarra. Tem duas funcionando e a gente está abrindo a terceira agora no CEI de Coutos. A Escolab é um projeto muito bom, mas tem que ser como a gente está fazendo: ampliando de forma a escalar com qualidade. Não adianta não formar professores. Não é simplesmente chegar lá, soltar o professor à tarde com o tablet e “vai lá, dá o tablet pro menino jogar”. Não é isso. Tem todo um processo de formação de trabalho com os professores, pra que eles estejam aptos a conseguir desenvolver atividades e compromissos com os alunos dentro de uma sala de aula, num ambiente que seja numa quadra, na parte de artes, na parte de museus que a gente tem ali no Subúrbio.

 

Em maio foi divulgada a informação que o programa Agentes da Educação ia atingir 100% da rede municipal. Isso já está acontecendo?
A gente está em evolução. Existe a expectativa que a gente ano que vem atenda mais ainda, chegando próximo de uma universalidade, mas existem problemas que precisam ser estudados: os custos. Agentes da Educação envolve contratação; contratação envolve custo; custo envolve análise do orçamento. A tendência é que a gente consiga atender. Tivemos queda de arrecadação muito grande com a crise que aconteceu e a Educação sofre consequentemente, porque é um percentual da arrecadação do município. Então todos os estudos e previsões estão se ajustando pra que a gente consiga passar em andamento tanto escola em tempo integral, tanto situações como do Agentes da Educação, entre outros assuntos que a gente precisa estar abordando com cuidado e responsabilidade.

 

Não tem, então, um prazo para que 100% das escolas municipais recebam esse projeto?
Hoje estamos bem próximos disso. Posso passar esse prazo pra você com mais firmeza assim que eu tiver uma informação mais completa da LOA [Lei Orçamentária Anual] do ano que vem. A gente mandou a LOA pros vereadores, vai ser aprovada pelo Legislativo, e aí quando a Lei de Orçamento for aprovada eu vou ver como vou atender. Você entende como funciona esse processo da LOA? A gente faz uma lei plurianual pra frente e uma LOA pro ano que vem e isso é aprovado pelo Legislativo e quando isso retorna a gente vai ver o que vai encaixar de atividade naquilo.

 

Salvador apresentou melhora no Ideb, mas ainda esbarra em algumas discrepâncias entre escolas: há unidade com nota 6,5 e outra na faixa dos 3 pontos. O que a secretaria pretende fazer pra tornar equivalente a qualidade entre escolas?
Onde você vê Ideb igual em algum município do Brasil? São Paulo você já viu como é? Rio? Belo Horizonte? Recife? Isso é natural. Claro que nosso sonho seria que a gente tivesse o Ideb mais uniforme possível pra cima em todas as escolas, que aí o Ideb naturalmente subiria. Evoluímos muito no fundamental 1, da primeira à quarta série, foram sete posições em nível Brasil. Isso é louvável, bacana. No fundamental 2 ainda passamos por muitas dificuldades que precisam ser trabalhadas, então o Ideb é o que perseguimos com aquele trabalho da Falconi: monitoramento, controle, acompanhamento das gestoras. Você vê distorções como essa de escolas com Ideb 6,5 e outras com Ideb 2. Poxa, mas qual a diferença entre essas escolas? É porque uma fica no Subúrbio e a outra fica… Será que é só o social? Eu vou mais pra dentro desse assunto. A gente vai em bairros próximos… Aliás, mesmo bairro, escolas próximas, ou seja, mesmo nicho de alunos, e uma tem Ideb maravilhoso e outra tem Ideb ruim. Aí você olha “ah, deve ser diferença de infraestrutura”, vai na que tem Ideb maravilhoso e a infraestrutura é pior do que a que tem Ideb ruim. Qual a conclusão que você tira? Gestão. Isso é gestão, a diretora, a gestora. Porque o aluno é o mesmo, o nicho de alunos é o mesmo. Vai em São Cristóvão, por exemplo, que são três escolas. O nicho de alunos é o mesmo, alunos que moram naquela região ali. Se a infraestrutura for a mesma para os alunos, onde está a diferença? Na gestão. Esse é trabalho da Secretaria de Educação, dar incentivo, fomentar treinamento aos professores, formação, pra que a gente estimule a gestão. E separar bem a política da educação. A partir do momento que você considerar o aluno como atividade fim… A gente encara educação como sendo patrimônio estratégico para qualquer desenvolvimento de qualquer cidade, país, continente. Porque se você desenvolve bem a educação como atividade-meio, não é só colocar aluno na escola. Foi dito anteriormente que a gente é obrigado a colocar aluno na escola a partir de quatro anos, mas só colocar na escola não resolve. Esse é um direito que você teve. Você coloca o aluno na escola e cruza os braços, não está fazendo o que deveria fazer. Colocar na escola é um pedaço, o meio do caminho. O final é você conseguir que ele tenha uma formação digna, que ele consiga ter um acompanhamento bacana, que ele consiga estar estimulado pra não repetir, pra que quando ele chegue na 7ª, 8ª série, como a gente fala, ou 9º ano, que ele não se desestimule pra sair pra um subemprego; que ele não tenha mais de dois anos de repetição pra não ficar maior do que o menino da mesma sala e começar a atrapalhar os menores. É esse o trabalho. Que comece a trabalhar com assuntos paradidáticos profissionalizantes para que ele se estimule a ter um trabalho legal no futuro. Então, se você investir na educação efetivamente, com cada fase que ele está, desde a alfabetização no tempo certo… Alfabetizar no tempo certo é tão importante quanto você acompanhar o fluxo do aluno para que ele não se desestimule. Se você alfabetiza no tempo certo, existem diversos estudos que mostram que o aluno se desenvolve com mais qualidade e mais na frente ele abandona menos a escola. Se for olhar os dados estatísticos, a quantidade de abandono no 8º e 9º ano é muito maior do que no 3º ou 4º ano do ensino primário. É o desestímulo, o cansaço. Às vezes ele está num ambiente social que não favorece. Esse é o trabalho hoje que acho da Secretaria de Educação, de forma pontual e efetiva, conseguir fazer com que o aluno esteja estimulado a continuar. E isso vai fazer um profissional com maior produtividade, maiores possibilidades de ganhos salariais. Se ele ganha mais, ele gasta mais, desenvolve a economia, a economia melhora e a cidade melhora. É o capital humano desenvolvendo o capital físico lá na frente. Agora isso é uma política de educação a longo prazo. São diretrizes. Eu efetivamente acredito nisso, mas é duro. É duro convencer os pais que eles precisam estar próximos, convencer a comunidade de que ela precisa abraçar a escola de forma efetiva. A gente teve agora quatro ou cinco dias de escolas paradas no Nordeste de Amaralina pelo conflito que teve do tráfico. Eu se tivesse lá pra levar meu filho na escola talvez ficasse preocupado, deixar meu filho na escola tendo tiroteio do lado?! Preocupa. E isso você acha que o menino esquece? A gente tem memória de infância, quantas coisas a gente não fecha o olho e lembra. Eu lembro de várias, quando meu pai separou da minha mãe, eu lembro do dia, tinha 6, 7 anos de idade.

 

Em julho teve paralisação de professores, que reivindicaram reajuste salarial e algumas melhorias de trabalho, como a progressão automática dos profissionais do magistério e revisão do processo de eleição escolar. O senhor já conversou com o sindicato? Já traçou estratégias para trabalharem juntos e talvez a secretaria responder aos pleitos da categoria?
Na primeira semana eu mesmo liguei pra APLB, convoquei eles pra uma reunião de apresentação. É minha obrigação tratar com o sindicato que representa os professores. Se eu efetivamente acho que os professores são importantes, tenho que tratar com os representantes deles, apesar de o sindicato não representar todos, representa uma maioria ou minoria, não interessa. Tem o sindicato, tem que ser respeitado. Minha primeira relação com a APLB é de muito respeito e compreensão. Não quer dizer que eu vou coadunar com tudo, até porque a gente tem limites do que pode e do que não pode. Então tivemos essa primeira reunião. Por incrível que pareça a relação com Elza Melo [que está no sindicato há mais de 30 anos] é cordial. Como é a relação com o sindicato? Tem que ser de muita boa vontade e transparência. As reivindicações pedidas, se você for avaliar os cinco anos de gestão, olha o que a gente fez pela cidade. Vamos fazer um balanço rapidamente. Tivemos ou reforma ou construção ou melhoria de mais da metade da rede escolar - são 440 escolas, trabalhamos em cima de 220, sendo que 40 são novas escolas. Tínhamos 20 mil vagas de educação infantil que demorou 80 anos pra ser construída - pra sair de 10 mil pra 20 mil demorou 80 anos -, nós saltamos de 20 mil para 40 mil em dois anos. Isso é uma esticada grande de infraestrutura, você não coloca aluno em cima do outro. Novas escolas, ampliações, reconstruções. Isso demanda dinheiro, recurso, e a gente veio evoluindo a quantidade de recurso colocado na educação. Em 2012 era 20%, abaixo do mínimo, hoje estamos projetando neste ano 26,6% - ano passado gastamos 28% do recurso do município. Com o quê isso? Com professores, com formação continuada, com infraestrutura que precisa ser melhorada. Tem muito a melhorar? Tem. Mas tem muita coisa feita. Aprovamos em 2015 um novo plano pela lei dos professores onde estabelecemos o descanso, interstício de um terço das horas. Hoje no município de Salvador o professor trabalha 40h semanais tem um terço dessa jornada pra trabalhar planejando, corrigindo prova, pensando como ele vai fazer com seus alunos. Isso é fantástico. E quando você pega 30% do tempo dos professores e deixa eles planejando, o que tem que fazer pra cobrir? Contratar. Efetivamente você aumenta em 30% seu efetivo. A APLB tem feito um excelente trabalho para os professores, tem conseguido ganhos efetivos. O professor de Salvador hoje tem ganho salarial que não é ruim. O professor tem que ser bem remunerado, sim, mas a gente precisa ter análise da gestão do financeiro da Secretaria de Educação. Hoje a gente aporta do tesouro R$ 300 milhões por ano pra pagar folha do professor, além do dinheiro que vem do Fundeb - a gente recebe uns R$ 400 milhões do Fundeb. Tem que ter responsabilidade. Tudo é muito grande na educação, envolve muita gente. Mas isso é o bacana, é desafiador. São números e contas que têm que ser feitas. A gente pretende montar um plano pra isso também. A gente já deu avanço nesse ano. O impacto de uma mudança de nível é R$ 3 milhões. Ano que vem está programado outro. 

 

E existe a possibilidade de um concurso público?
Possibilidade sempre tem. A gente teve concurso em 2012, entraram professores em 2013. Preciso planejar isso. Tenho ideia de fazer concurso, sim, mas preciso discutir isso internamente ainda. Preciso ter conversa com o prefeito pra ver o que ele opina sobre o assunto, a experiência dele sobre os fatos pra que a gente tente ver a melhor forma de contratar, qual a estratégia pra rede efetivamente. Temos hoje 442 escolas, com 140 mil alunos. Se for observar Manaus, tem 490 escolas e 200 mil alunos. Tem que analisar quantidade de alunos por escola, como está nossa realidade. Eu vou precisar entender qual a estratégia, se é manter quantidade de escolas, ampliar a quantidade de escolas, se é ampliar quantidade de turmas. Preciso ver como a gente vai fazer o jogo da gestão pra ver se vai precisar fazer ou não o concurso. Preciso fazer análise de custeio muito forte na Secretaria de Educação e já estou vendo consultoria pra isso, pra analisar custos e processos. Isso é medida que não é popular. Tenho total consciência desse processo.

 

O senhor falou sobre a consultoria com a Falconi. Tem quanto tempo? Vai durar até quando?
A consultoria com a Falconi esse ano começou em junho e vai até dezembro, focada no monitoramento e acompanhamento de variáveis para a prova do Ideb, a Prova Brasil. Pretendo ano que vem, não sei se com a Falconi ou com outra empresa, ampliar a consultoria para parte de custeio e a partir de junho do ano que vem já iniciar trabalho com mais antecedência para o Ideb de 2019, porque esse ano a gente começou muito em cima. 

Torcedores do Corinthians brigam entre si antes do jogo contra o Bahia; veja vídeo
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Uma um início de confusão entre torcedores marcou o pré-jogo entre Corinthians e Bahia neste domingo (15), na Arena Fonte Nova. No entanto, o surpreendente é que não foi um confronto entre torcedores rivais, mas que envolveu os próprios corintianos. No vídeo, é possível perceber que um homem pega um pedaço de mastro de bandeira e parte para cima para agredir alguém não identificado no anel superior da arquibancada do estádio.

Quebradeira baiana: Pagodeiro anuncia documentário sobre história de vida
Foto: Reprodução / Redes sociais
Desde que despontou como uma grande promessa, quando ainda então comandava os vocais da banda No Styllo, o vocalista Danilo Ferreira Trindade, ou simplesmente, Chiclete Ferreira, talvez passe pelo momento de maior dificuldade no cenário do pagodão baiano.
 
Em uma carreira marcada por altos e baixos, muitas polêmicas e diversas transformações, o cantor e compositor decidiu registrar a sua vida e carreira em um documentário sobre sua história, ou pelo menos é o que o mesmo anunciou em suas contas nas redes sociais. Sem dar muitos detalhes, ele publicou um cartaz intitulado: “vou contar tudo que vive(sic) para chegar até aqui”.
 
O que será que estar por vir por aí?
 



Contribua com a coluna Quebradeira Baiana enviando novidades para[email protected]

Quebradeira baiana: Fôlego para a arrochadeira

Quebradeira baiana: Fôlego para a arrochadeira
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Quem acredita que a arrochadeira já apostou todas as suas fichas, engana-se. Tem novidade pintando na área e confiando em um novo recomeço no verão 2017. Repaginada, a banda Gasparzinho que está sob o comando do vocalista Bryan Junior acaba de lançar seu novo disco de verão 2017.
 
Com 16 novas composições, o disco intitulado “assumindo a culpa” chega com a proposta de renovar o mercado da arrochadeira e crendo em um “futuro melhor” para o ritmo.
 
Confiram abaixo o resultado do cd e para baixar completo, clique aqui.
 


Contribua com a coluna Quebradeira Baiana enviando novidades para [email protected]

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Sugiro que Guerrinha contrate Fernando Guerreiro urgente pra ajudar Rolando Lero. Pra sobreviver à campanha, ele vai precisar derramar pelo menos uma lágrima quando se disser emocionado. Mas Ferragamo também não está tão bem assim. No encontro com os bolsonaristas, ele não conseguiu nem sorrir, que é bem mais fácil que chorar. E olha que até com o Maluco do Pão ele conseguiu convencer mais. Na tal onda de TBT, tem gente lembrando de coisas que podia esquecer. Mas o título de maior biscoiteiro eu preciso entregar pra Zoião. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Felipe Freitas

Felipe Freitas
Foto: Mauricio Leiro / Bahia Notícias

"Eu acho que esse tempo [de discussão] foi muito bem gasto pelas equipes técnicas para nos oferecer as saídas desde o processo de licitação, que foi, eu acho, um aspecto importante, já que todo o processo de licitação foi acompanhado".

 

Disse o secretário de Justiça(SJDH), Felipe Freitas ao comentar sobre a implementação das câmeras nas fardas dos policiais da Bahia. 

Podcast

Terceiro Turno: Com parcerias pavimentadas, Bruno Reis garante apoio de ministro de Lula a Bolsonaristas

Terceiro Turno: Com parcerias pavimentadas, Bruno Reis garante apoio de ministro de Lula a Bolsonaristas
Arte: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias
O fechamento da janela partidária passou, e com isso os apoios partidários começaram a ser apresentados para as eleições municipais deste ano.  Em Salvador, o prefeito Bruno Reis segue acumulando os endossos para sua reeleição, com os últimos, tendo somente a manutenção desde 2020, com o PDT e o PL. Agora, com 12 partidos no arco de apoio, Bruno parece estar “pronto” para confirmar, de maneira oficial, sua pré-candidatura.

Mais Lidas