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gentio do ouro
Dos cinquenta e sete trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão em uma propriedade rural no município de Gentio do Ouro, no Vale de São Francisco, e o município de Várzea Nova, no norte baiano, somente 15 eram naturais da Bahia. Entre os resgatados, 30 são do Piauí e 12 do Ceará. Eles estavam empregados irregularmente na extração de palha e pó de carnaúba.
A operação, que ocorreu entre 8 e 18 de junho, foi divulgada pelo Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI) e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os trabalhadores resgatados terão direito a três parcelas do seguro-desemprego especial. Eles também foram encaminhados aos órgãos municipais e estaduais de assistência social para atendimento prioritário.
O MTE informou que os responsáveis pelas fazendas foram notificados. Eles deverão regularizar os vínculos trabalhistas e recolher o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e as Contribuições Sociais.
Termos de Ajuste de Conduta (TAC) foram firmados com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU). Esses termos estabelecem o pagamento das verbas rescisórias restantes e indenizações por Danos Morais Individuais.
Ainda conforme o MPT, os trabalhadores piauienses foram levados à Bahia por um empregador também do Piauí. Este se recusou a pagar as verbas rescisórias e as indenizações por danos morais.
Uma operação do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, encerrada nesta quarta-feira (18), resgatou 57 trabalhadores rurais que estavam submetidos a condições de trabalho degradantes, com direitos violados e graves riscos à integridade física e emocional. Os resgates ocorreram na zona rural dos municípios de Gentio do Ouro e Várzea Nova, localizados no norte da Bahia.
As fiscalizações, realizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelaram situações desumanas, como o consumo de água armazenada em recipientes de produtos químicos e a falta de equipamentos de proteção. Os trabalhadores atuavam nas atividades de extração de palha de carnaúba e sisal.
Foto que mostra a condição dos alojamentos | Foto: Reprodução / MPT-BA
A operação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), auditoria-fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Federal.
CONDIÇÕES DAS FAZENDAS
As ações ocorreram em fazendas de cultivo de canaúba e sisal nos municípios de Várzea Nova e Gentio do Ouro, ambos no interior do estado da Bahia. A produção na Bahia, embora em menor escala, tem atraído interesse.
Vale explicar, a carnaúba é uma espécie extrativa vital para o semiárido nordestino, com seus produtos utilizados em diversas indústrias nos Estados Unidos, Europa e Japão, incluindo construção civil, cosméticos, lubrificantes, impermeabilização de alimentos e até na fabricação de chips de computador. Em meio a descoberta ocorreu resgates em dois locais:
Na fazenda em Gentio do Ouro, 42 trabalhadores foram resgatados.
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Atuavam sem nenhum tipo de equipamento de segurança.
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Não tinham acesso a banheiros nem local adequado para refeições.
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A água disponível era armazenada em galões reutilizados de Zarpan (produto químico para carnaúba) e peróxido de hidrogênio (substância corrosiva).
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Nos alojamentos, dormiam em redes improvisadas, sobre sacarias de sisal, caixas de bebidas e botijões de gás.
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Precisavam tomar banho em canos improvisados e fazer necessidades no mato.
Já na fazenda em Várzea Nova, 15 trabalhadores foram resgatados de lavouras de sisal.
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Recebiam R$ 250 por semana (R$ 1 mil por mês), valor inferior ao salário mínimo de R$ 1.518.
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Operavam máquinas perigosas descalços, de chinelos ou com sacolas plásticas amarradas aos pés, devido à falta de calçados adequados.
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Um dos trabalhadores perdeu dois dedos de uma das mãos durante o corte do sisal.
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Nos alojamentos, não havia colchões, lençóis ou travesseiros; dormiam em papelão, espumas e panos sujos, diretamente no chão.
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Não havia banheiro nem chuveiros; a higiene pessoal era feita com baldes e canecas no fundo dos alojamentos.
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A água potável era armazenada em estrutura precária, sem vedação, o que causou mal-estar nos funcionários.
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O local não possuía energia elétrica nem água encanada.
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Os alimentos eram armazenados no chão e as refeições eram limitadas a arroz, cuscuz e feijão. Carnes, quando disponíveis, eram penduradas acima do fogão, expostas a insetos.
Sede do MPT-BA em Salvador | Foto: Reprodução / Bahia Noticias
MEDIDAS ANUNCIADAS
O MTE informou que as verbas rescisórias dos 57 trabalhadores somaram cerca de R$ 380 mil, sendo pagas parcialmente. Os responsáveis pelas fazendas foram notificados para regularizar os vínculos trabalhistas e recolher o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e as Contribuições Sociais.
Foram assinados Termos de Ajuste de Conduta (TAC) com três empregadores e com o dono de uma fazenda de sisal. Parte dos resgatados já começou a receber as parcelas rescisórias devidas. Os trabalhadores resgatados terão direito a três parcelas de seguro-desemprego especial sendo encaminhados aos órgãos municipais e estaduais de assistência social para atendimento prioritário.
Termos de Ajuste de Conduta (TAC) também foram firmados com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU), estabelecendo o pagamento das demais verbas rescisórias e Danos Morais Individuais a cada trabalhador.
O MPT está coordenando o atendimento pós-resgate com a rede de assistência social, por meio do Governo do Estado da Bahia e das prefeituras dos municípios de residência das vítimas. As rescisões de parte dos trabalhadores estão sendo pagas, mas ainda há valores de indenização a serem negociados. Os inquéritos do MPT seguem abertos para cada empregador identificado.
Um inquérito vai apurar a morte de um garimpeiro, de 32 anos, em Gentio do Ouro, na região de Irecê, no Centro Norte baiano. O fato ocorreu no último domingo (10) no garimpo Algodão, na localidade de Porção, zona rural do município. O inquérito é de responsabilidade do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Conforme informações, Ivo Pereira Miranda estava na companhia de colegas quando ocorreu o acidente. Garimpeiros que estavam no local tentaram resgatá-lo, mas ele não resistiu e morreu soterrado. O corpo Ivo chegou a ser levado ao hospital municipal, onde a equipe médica constatou o óbito.
No inquérito, o MPT vai analisar informações da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, do Instituto Médico-Legal e, principalmente, da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia (SRT-BA), órgão responsável pela fiscalização.
Em casos de acidentes de trabalho fatais, a SRT-BA realiza perícia para verificar o cumprimento das normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho aplicáveis à atividade.
Dois engenheiros morreram após uma colisão em um trecho da BR-330, de Gentio do Ouro, na região de Irecê, Centro Norte baiano. O fato ocorreu por volta das 19h30 desta terça-feira (13) perto do distrito de Gameleira do Assuruá, zona rural do município.
Segundo o Irecê Notícias, as vítimas – Bruno Amaral e Iago Teixeira – retornavam para casa após o trabalho em um parque eólico quando o carro em que estavam foi atingido na traseira por outro veículo menor. No impacto, Bruno Amaral, que dirigia o veículo, perdeu o controle da direção, o que fez o carro invadir a pista contrária e bater de frente com um caminhão.
Os dois eram engenheiros e naturais da cidade de Jussara, na mesma região. Bruno Amaral é irmão da primeira-dama de Jussara, Karolina Mendes. O prefeito de Jussara, Tacinho, lamentou o ocorrido e decretou luto oficial de dois dias no município.
Ainda segundo informações, o motorista do outro carro fugiu do local do acidente. O condutor do caminhão sofreu ferimentos leves e não teve nome divulgado. Os corpos dos engenheiros vão ser sepultados às 16h desta terça-feira (13), em Jussara.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.