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jose roberto marinho
A Secretaria de Meio Ambiente de Porto Seguro (Semac) embargou, nesta quinta-feira (11), a construção de um muro de contenção na faixa de areia em frente à Pousada Tutabel, pertencente a José Roberto Marinho, herdeiro do Grupo Globo, localizada na Praia de Itapororoca, no distrito de Trancoso.
Ao Radar News, parceiro do Bahia Notícias, o coordenador de Fiscalização Ambiental da Semac, Max Teixeira, informou que a obra possui autorização ambiental prévia e o projeto de intervenção, que inclui um muro de 104 metros, foi aprovado pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Foto: Reprodução / Radar
No entanto, durante fiscalização, foi constatado o descumprimento de um dos condicionantes da licença, que proíbe o uso de máquinas de grande porte. “Não foi constatada intervenção em área de Marinha. Contudo, considerando o porte do maquinário utilizado, em razão de expressa proibição na respectiva autorização, foi emitido auto de embargo suspendendo a atividade”, explicou o coordenador.
Foto: Reprodução / Radar
A restrição está relacionada a segurança ambiental da orla de Porto Seguro, incluindo a praia de Itapororoca, que é local de desova de tartarugas marinhas. Por meio das redes sociais, lideranças ambientais apontaram sobre o risco que a obra pode causar aos ninhos das tartarugas. O muro, rente a faixa de areia, impede que a desova seja feita em local mais elevado e distante da linha do mar, compometendo a segurança dos ovos que podem ser levados pelas ondas.
A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) concluiu que oprojeto turístico-imobiliário privado de grande porte não atende aos requisitos legais para ser instalado em terras públicas da União na ilha de Boipeba, no litoral sul da Bahia.
Alvo de críticas por alterações no meio ambiente, o empreendimento tem como sócios José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso.
O despacho, assinado em dezembro pela secretária-substituta da SPU, Carolina Gabas Stuchi, indicam que o empreendimento Ponta dos Castelhanos, é “incompatível com a legislação” para áreas públicas da União. As informações foram publicadas pelo site O Eco.
A autarquia diz que aquelas terras não podem ser parceladas, que implantar píers e demais estruturas náuticas depende de permissão federal e que deve ser delimitado o território da comunidade tradicional de Cova da Onça. Ela fica no sul da ilha, entre o Atlântico e o imóvel Ponta dos Castelhanos.
No documento, a autarquia ressalta que não “há mais que se falar em medida cautelar suspendendo a realização de obras, mas sim de uma medida definitiva vedando qualquer intervenção relacionada a projetos que tenham como escopo o parcelamento da área”.
O projeto havia sido embargado pela SPU em abril do ano passado. Desde então, o órgão assegurou ter executado “diligências administrativas e jurídicas necessárias relacionadas ao tema, bem como tornar franqueada a manifestação dos interessados no processo”.
Para o movimento Salve Boipeba, a posição da SPU federal sobre o Ponta dos Castelhanos considera a luta coletiva por respeito aos direitos socioambientais na ilha, especialmente das comunidades tradicionais que vivem e usam recursos naturais em variados pontos do território e litoral.
“É gratificante ver as instituições públicas trabalhando com respeito à Constituição e aos clamores da sociedade civil. É um momento de celebração, mas seguimos vigilantes”, diz nota do movimento à reportagem.
Com a certificação de Boipeba, no Baixo Sul, como comunidade quilombola, a construção de um resort de luxo na Ponta dos Castelhanos fica mais uma vez ameaçado de sair do papel. Alvo de críticas por alterações no meio ambiente, o empreendimento tem como sócios José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo um advogado ouvido pelo Bahia Notícias, a situação leva mais insegurança jurídica, o que diminui as expectativas de levar o projeto adiante. “Com a área ficando como remanescente de quilombo, o direito de posse vai para a comunidade e sai de nome do particular. Isso inviabiliza o empreendimento porque ninguém vai colocar dinheiro sabendo que a obra pode ficar parada”, disse.
Antes, uma licença ambiental autorizada pelo Inema [Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos] tinha permitido as obras. Depois, o projeto foi alvo de críticas da comunidade local e de uma ação do Ministério Público Federal (MPF) e teve a licença suspensa pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), ligada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Na ocasião, os procuradores da República Ramiro Rockenbach e Paulo Marques apontaram que as medidas tinham como objetivo assegurar a devida proteção aos direitos dos povos e comunidades tradicionais e que a atuação do Inema teria criado obstáculo ao modo de ser, viver e existir das comunidades tradicionais na Bahia.
Quando foi idealizado, o resort previa o uso de 20% da Ilha de Boipeba e contaria com um aeródromo com pista de 1,2 km, campos de golfe, píer, construção de casas com acesso direto à praia, entre outros itens.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Paulo Pimenta
"Maior catástrofe meteorológica da história do Rio Grande do Sul".
Disse o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, ao comentar sobre as chuvas no estado do Rio Grande do Sul.