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Verticalização de empreendimentos maximiza os benefícios urbanos

Por Daniel Sampaio

Verticalização de empreendimentos maximiza os benefícios urbanos
Foto: Divulgação

Ao desempenhar papel decisivo no desenvolvimento e no funcionamento das cidades de maneira sustentável, o setor imobiliário e de construção civil chama a atenção para a discussão entre a verticalização e a horizontalização dos espaços urbanos e a necessidade de uma reflexão sobre o assunto.

 

Os especialistas em planejamento urbano concordam que a verticalização de empreendimentos, ou seja, a construção de edifícios com maiores alturas, é um processo sem volta e uma tendência cada vez mais comum nas cidades modernas, tanto no Brasil como no exterior. A verticalização traz inúmeros benefícios que vão além da simples otimização do espaço e da mudança na paisagem urbana, mas é imperativo que ela seja muito bem planejada, de forma a não haver as consequências de um adensamento desordenado.

 

O processo de verticalização das cidades não aconteceu por acaso, mas é decorrente do crescimento populacional e da falta de território. Sem ter como se expandir horizontalmente até os limites de suas fronteiras, os grandes centros urbanos encontraram no processo de verticalização uma alternativa para melhorar o planejamento de uma região, optando preferencialmente pelos grandes edifícios ao invés da construção de casas e edifícios baixos.

 

Um dos benefícios mais evidentes da verticalização é a otimização do uso do solo, pois em áreas urbanas densamente povoadas, onde o espaço é limitado, construir para cima permite que mais pessoas e atividades sejam acomodadas em uma área relativamente pequena. Isso é especialmente importante em cidades onde a demanda por moradia e infraestrutura é alta e o espaço disponível é limitado.

 

A verticalização também contribui para a redução do deslocamento urbano, pois ao concentrar residências, comércios e serviços em áreas mais compactas, as pessoas têm acesso a uma maior variedade de opções a uma distância mais curta. Todos esses fatores somados podem resultar em menor tempo gasto em deslocamentos diários, reduzindo o congestionamento nas vias e a emissão de poluentes.

 

E é nesse ponto que entra um dos maiores benefícios da verticalização para a sociedade, pois pode contribuir efetivamente para a preservação ambiental. Isso acontece porque ao aproveitar ao máximo o espaço disponível dentro dos limites urbanos existentes, evita-se a expansão descontrolada das cidades para áreas verdes naturais, como terras agrícolas, pequenas matas, florestas e outros biomas nativos que merecem cuidados, ajudando a proteger a biodiversidade e a reduzir o impacto sobre os ecossistemas mais frágeis.

 

A verticalização diminui também a necessidade de investimentos do Poder Público na criação de uma infraestrutura de transporte e de acesso a serviços, inclusive os de caráter essenciais, como redes de água e esgoto, energia elétrica, pavimentação e segurança pública, pois concentra mais pessoas numa única região. Trata-se também de um ganho para as administrações municipais, gerando uma maior arrecadação de tributos, cujos recursos podem ser direcionados para melhorias de outros aspectos fundamentais para a qualidade de vida da população, como saúde e educação.

 

O próprio mercado imobiliário e prestigiadas instituições certificadoras de sustentabilidade vêm atestando que edifícios verticais também podem ser planejados e projetados para serem mais eficientes em termos energéticos, utilizando técnicas modernas de construção e design sustentável que reduzem o consumo de energia para aquecimento, refrigeração e iluminação. Outro fato que se destaca é que, se bem planejada, a distância correta entre os edifícios pode proporcionar um microclima que ajuda a regular a temperatura ambiente, reduzindo ainda mais a necessidade do uso de recursos naturais, melhorando o bem-estar de todos que habitam este entorno.

 

Além da eficiência energética, a verticalização pode promover a diversidade urbana, criando uma mistura de usos do solo em um mesmo local, pois um edifício pode abrigar apartamentos residenciais, escritórios, lojas e espaços de lazer, tudo dentro de uma mesma estrutura. A médio prazo, com a oferta de maior conveniência aos residentes que passam a ter acesso a uma variedade de serviços sem precisar se deslocar muito, é inevitável que surjam comunidades mais vibrantes e dinâmicas culturalmente.

 

Um outro fenômeno decorrente de todo esse processo é que a verticalização possibilita que mais pessoas utilizem o mesmo espaço, possibilitando a democratização do espaço urbano e consequentemente a própria valorização das cidades, com mudanças na paisagem, na sociedade e no desenvolvimento da economia local, atraindo novos investimentos e gerando demanda por mais mão de obra, aumentando a oferta de empregos.

 

Por fim, a verticalização de empreendimentos nas cidades oferece uma série de benefícios que vão desde a otimização do uso do solo até a promoção da sustentabilidade ambiental e da diversidade urbana. Mas é importante ressaltar que esse processo seja planejado e executado de forma muito cuidadosa, levando em consideração as necessidades e genuínas preocupações das comunidades locais. Com um planejamento adequado, estudos técnicos e mapeamentos de impactos sociais e ambientais, a verticalização pode ser um instrumento poderoso para criar cidades mais eficientes, sustentáveis e inclusivas.

 

*Daniel Sampaio é superintendente da OR na Bahia e conselheiro da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI)

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias