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Olimpíada eleitoral: a política vem em ondas

Por Márcio Sant’Ana

Olimpíada eleitoral: a política vem em ondas
Foto: Divulgação

É muita onda pensar que eleição tem tudo a ver com surf. Mas é verdade. Quem observa o mar sabe que as ondas sempre quebram para a direita ou para a esquerda. Exatamente como os movimentos políticos.

 

No começo do século XXI veio uma onda pra esquerda. O Brasil se deixou levar pela onda Lula, os EUA entraram na onda Obama, o Uruguai entrou na onda com Mojica, o socialista Zapatero surfava em popularidade na Espanha, Hugo Chavez dominava o pico na Venezuela e muitas águas rolaram pelos sete mares.

 

Mas a maré sobe e desce. Hoje o mundo vive um movimento contrário, com um crescimento dos políticos e partidos de direita em todos os continentes. No Brasil não é diferente. De Trump a Bolsonaro e de Milei a Orbán, a onda da direita está varrendo o mundo. Mas por que isso acontece?

 

A vida não vem em ondas como o mar? Os movimentos políticos também. Lembra que depois do absolutismo veio o mercantilismo e depois do feudalismo veio o capitalismo? Antigamente os regimes políticos e econômicos demoravam décadas para se alternar. Coincidência ou não, junto com o desenvolvimentos dos meios de comunicação as coisas passaram a mudar com mais velocidade.

 

O século passado começou com revoluções comunistas. A maré virou e vieram os movimentos fascistas. Depois vimos o crescimento das ditaduras do proletariado na Europa e em seguida uma onda de ditaduras militares na América Latina. No começo do século XXI vivemos um tsunami da esquerda. Agora é a vez da direita.

 

Quais manobras os surfistas do marketing político podem aprender com isso? Mudar a direção do político não é uma delas, senão corre o risco de perder a identidade e parecer oportunista. O mais recomendado é adaptar as suas pautas de acordo com as pautas demandadas pela sociedade.

 

Dica do surf: mais fácil e seguro que nadar contra a corrente é usar a força da corrente a seu favor.

 

É o que está acontecendo com a esquerda ao incorporar a pauta da segurança e frear discursos progressistas como a defesa do aborto e liberação das drogas. Foi o que também aconteceu com a direita em relação aos programas sociais, como o Bolsa Família, o tema que foi incorporado na pauta da maioria dos partidos liberais.

 

O surf trouxe uma medalha de bronze e outra de prata para o Brasil. Da exuberante natureza no Tahiti vamos para o mar agitado da política municipal e tocar a sirene para iniciar uma outra competição onde só a medalhe de ouro interessa. Lá vem a onda. Se vai ser pra direita ou pra esquerda, o importante é estar bem posicionado. Aloha.

 

*Márcio Sant’Ana é publicitário e atuou como diretor criativo nas campanhas de Otto Alencar, Romeu Zema, Manuela D’Ávila, Flavio Dino e muitos outros

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias