Conhecido por dar voz a cl&aacute;ssicos dos Novos Baianos como &ldquo;Mist&eacute;rio do Planeta&rdquo;, &ldquo;D&ecirc; um Rol&ecirc;&rdquo; e &ldquo;Swing do Campo Grande&rdquo;, Paulinho Boca de Cantor pretende explorar outra face da sua arte no projeto solo &ldquo;Al&eacute;m da Boca&rdquo;, que sai nesta sexta-feira (20), pela DeckDisc. &ldquo;O disco chama &lsquo;Al&eacute;m da Boca&rsquo; exatamente porque mostra o meu lado compositor, &eacute; o meu primeiro disco autoral&rdquo;, explica o m&uacute;sico, cuja meta &eacute; expandir sua cria&ccedil;&atilde;o para al&eacute;m das fronteiras da Bahia e fazer o trabalho ressoar em todo Brasil.

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Com uma carreira solo que precede os Novos Baianos e uma vasta bagagem como int&eacute;rprete e pesquisador da m&uacute;sica brasileira, aos 75 anos, Paulinho, que durante a pandemia tem preparado um livro (<a href="https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/41430-paulinho-boca-prepara-livro-sobre-sua-trajetoria-e-historias-hilarias-dos-novos-baianos.html" target="_blank">saiba mais</a>) e chegou a compor mais de 30 can&ccedil;&otilde;es, refor&ccedil;a a vitalidade e o desejo de se manter criativo neste novo projeto. O &aacute;lbum conta com 11 faixas autorais, sendo algumas compostas junto a antigos e novos parceiros, a exemplo do filho, Bet&atilde;o Aguiar, o poeta dos Novos Baianos, Luiz Galv&atilde;o, al&eacute;m de Anelis Assump&ccedil;&atilde;o, Zeca Baleiro e Z&eacute;lia Duncan.

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Paulinho divide a autoria da faixa&nbsp;&quot;Ah! Eug&ecirc;ncio&quot;&nbsp;com Zeca Baleiro e Z&eacute;lia Duncan | Foto: Dudu Leal / Divulga&ccedil;&atilde;o

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&ldquo;O meu filho Bet&atilde;o Aguiar foi o grande entusiasta desse disco meu, porque ele viu que eu estava com muitas m&uacute;sicas prontas e disse: &lsquo;pai, a gente tem que fazer um disco!&rsquo;. Eu falei que faria s&oacute; se ele dirigisse totalmente, a&iacute; ele topou fazer, eu fui pra S&atilde;o Paulo, gravei as m&uacute;sicas que eu j&aacute; tinha, arrumamos algumas outras m&uacute;sicas que estavam por se fazer&rdquo;, conta Paulinho. &ldquo;Juntei m&uacute;sicas que j&aacute; estavam prontas com m&uacute;sicas novas e come&ccedil;amos a gravar em 2019&rdquo;, lembra, revelando que terminou de colocar voz nas faixas em meados de setembro de 2020, em plena pandemia, mas destacando que o per&iacute;odo at&iacute;pico n&atilde;o atrasou o processo.

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&ldquo;Ele foi mixado e masterizado fora do Brasil, isso demora um pouco, e a gente esperou o momento certo. Primeiro, porque est&aacute;vamos negociando para ver com qual gravadora &iacute;amos lan&ccedil;ar. Quando a gente optou pela Deckdisc, a&iacute; come&ccedil;a todo o trabalho de prepara&ccedil;&atilde;o para o lan&ccedil;amento&rdquo;, conta o m&uacute;sico.&nbsp;Ele salienta ainda que o lan&ccedil;amento chega no tempo correto. &ldquo;N&atilde;o era pra ter sa&iacute;do antes, n&atilde;o s&oacute; pela pandemia, mas tamb&eacute;m por todo processo, pra fazer com calma. Porque &eacute; um trabalho que vai ficar pra vida toda, vai ficar para sempre, ent&atilde;o a gente sempre espera por essa coisa da qualidade, e tamb&eacute;m&nbsp;que todo mundo possa ver o trabalho. N&atilde;o adianta a gente fazer pra ningu&eacute;m ver&rdquo;, argumenta.

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Trabalho amadurecido que sai &ldquo;no tempo certo&rdquo;, o &ldquo;Al&eacute;m da Boca&rdquo;, segundo Paulinho, possibilitou um ambiente criativo rico e sem atropelos. &ldquo;O disco teve uma coisa muito interessante, que foi a cria&ccedil;&atilde;o coletiva em est&uacute;dio, porque os m&uacute;sicos foram chegando, dando ideias, e a gente foi vendo qual repert&oacute;rio ficou melhor naquele momento&rdquo;, relembra o artista, que classifica o &aacute;lbum como &ldquo;uma grande festa&rdquo; e comemora a riqueza de nuances r&iacute;tmicas presentes no projeto. &ldquo;Eu estou muito feliz, n&atilde;o s&oacute; com as participa&ccedil;&otilde;es, mas porque ele &eacute; heterog&ecirc;neo&rdquo;, aponta.

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Com participa&ccedil;&atilde;o de nomes como Tim Bernardes, Gustavo Ruiz, Biel Basile e Marcelo Jeneci, &aacute;lbum uniu gera&ccedil;&otilde;es | Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o / Instagram

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Por sua vez, a multiplicidade de sons, que passeiam por ritmos como afox&eacute;, rock, xote, chorinho e samba, se deu tamb&eacute;m por meio do mosaico de feats com v&aacute;rias gera&ccedil;&otilde;es da m&uacute;sica brasileira. &ldquo;Al&eacute;m de ter o Zeca Baleiro cantando comigo, a Anelis Assump&ccedil;&atilde;o participando de uma faixa, e o Tim Bernardes, que &eacute; um menino novo que faz o maior sucesso da banda O Terno, cantando comigo, o disco tem a participa&ccedil;&atilde;o de m&uacute;sicos interessant&iacute;ssimos, que fazem muito sucesso. &Eacute; o caso do Edgard Scandurra, Andr&eacute; Lima, Curumin, Pedro Baby, Davi Moraes, Jorginho Gomes, Didi Gomes, e dos meus dois filhos, Bet&atilde;o e Gil Aguiar&rdquo;, elenca Paulinho Boca.&nbsp;Nomes como Biel Basile, Marcelo Jeneci, Pupilo e Manuel Cordeiro tamb&eacute;m est&atilde;o entre os&nbsp;colaboradores no &ldquo;Al&eacute;m da Boca&rdquo;.&nbsp;

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&ldquo;O caminho principal era o da mistura musical, que sempre foi a praia do Paulinho Boca. Na hora de escolher os m&uacute;sicos, n&oacute;s quisemos convidar quem eu j&aacute; conhecia. Optamos por gravar no esquema live session pra dar aquele sabor de banda tocando ao vivo&rdquo;, explica Bet&atilde;o Aguiar, filho do m&uacute;sico e produtor do &aacute;lbum. &ldquo;Juntei Jorginho e Didi com Pedro Baby, Davi Moraes e meu irm&atilde;o Gil para fazer &lsquo;O Jogo &eacute; 90 Minutos&rsquo;, que &eacute; uma in&eacute;dita do meu pai com Galv&atilde;o. E outra foi o afox&eacute; &lsquo;F&eacute; e Festa&rsquo; que &eacute; com Jorge Alfredo e tem o Jorginho Gomes tocando bateria&quot;, detalha Bet&atilde;o, lembrando que em algumas faixas primou pela inova&ccedil;&atilde;o, enquanto em outras buscou resgatar a sonoridade dos Novos Baianos.

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Contente com o resultado e com muita produ&ccedil;&atilde;o na gaveta, o inquieto Paulinho Boca&nbsp;pretende explorar ao m&aacute;ximo o novo trabalho antes de dar sequ&ecirc;ncia &agrave; carreira. &ldquo;Eu vou curtir muito o disco, mas a gente sabe como &eacute; que funciona, a m&uacute;sica &eacute; din&acirc;mica. &Agrave;s vezes eu fico um tempo sem ouvir &nbsp;e depois volto a escutar pra ter esse sabor, esse frescor de um trabalho novo. Porque voc&ecirc; vive muito o disco, imagina, eu estou h&aacute; dois anos fazendo, ent&atilde;o voc&ecirc; vive muito ele. &Agrave;s vezes voc&ecirc; tem que deixar ele quietinho l&aacute; e de vez em quando bota um som, escuta uma m&uacute;sica, outra. Cada vez que escuto eu fico mais empolgado. &Eacute; esse&nbsp;o grande segredo do trabalho. Que tenha o frescor sempre, n&atilde;o fique uma coisa passada&rdquo;, observa o cantor, que aderiu &agrave;s lives, mas est&aacute; &aacute;vido pelo fim da pandemia para voltar a se encontrar pessoalmente com a plateia. &ldquo;A grande emo&ccedil;&atilde;o e a grande for&ccedil;a do trabalho de todo artista &eacute; ter o p&uacute;blico perto, ter aquela emo&ccedil;&atilde;o, essa energia perto da gente&rdquo;, conclui.&nbsp;

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Ou&ccedil;a o disco &quot;Al&eacute;m da Boca&quot;:

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Paulinho Boca de Cantor n&atilde;o ficou parado na pandemia. Al&eacute;m de lan&ccedil;ar um disco de in&eacute;ditas nesta sexta-feira (20), ele aproveitou o per&iacute;odo de quarentena para &ldquo;fazer um esbo&ccedil;o&rdquo; de um livro sobre sua trajet&oacute;ria antes e depois dos Novos Baianos. A publica&ccedil;&atilde;o receber&aacute; o mesmo t&iacute;tulo do novo &aacute;lbum do m&uacute;sico, &ldquo;Al&eacute;m da Boca&rdquo;.

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&ldquo;Conto algumas hist&oacute;rias hil&aacute;rias, que s&atilde;o cr&ocirc;nicas&nbsp;que se chamam &lsquo;P&eacute;rolas soltas e p&eacute;rolas loucas&rsquo;, em que eu conto hist&oacute;rias hil&aacute;rias dos Novos Baianos&rdquo;, revela o artista, que j&aacute; adiantou ao Bahia Not&iacute;cias alguns dos temas que estar&atilde;o nas p&aacute;ginas da obra. &ldquo;Nosso enfrentamento &agrave; ditadura militar nos anos 1970, quando n&oacute;s come&ccedil;amos, como a gente se virou para driblar a ditadura e a censura. Tudo isso eu vou contar neste livro&rdquo;, diz Paulinho Boca.

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O m&uacute;sico contou ainda que o projeto ser&aacute; lan&ccedil;ado em formato digital e que duas editoras j&aacute; est&atilde;o interessadas em lan&ccedil;ar a obra, ainda sem data prevista de conclus&atilde;o.

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&ldquo;O livro ainda n&atilde;o [tem previs&atilde;o de lan&ccedil;amento], porque o disco d&aacute; tanto trabalho&hellip; Eu at&eacute; tentei ver se lan&ccedil;ava tudo junto, mas &eacute; melhor, sabe. Porque o foco agora &eacute; o disco, tentar fazer show e, bem baianamente do meu jeito, eu vou fazendo. Porque eu n&atilde;o escrevo, eu gravo as hist&oacute;rias e depois eu tenho que passar pra uma pessoa digitar&rdquo;, explica.&nbsp;

Prestes a lan&ccedil;ar o disco solo &ldquo;Al&eacute;m da Boca&rdquo;, nesta sexta-feira (20), o cantor e compositor Paulinho Boca de Cantor revelou que o projeto de in&eacute;ditas dos Novos Baianos, anunciado desde 2017 (<a href="https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/34102-em-cartaz-no-tca-baby-do-brasil-promete-mostrar-a-beleza-extravagante-da-musica.html" target="_blank">saiba mais</a>), ainda vai vai sair do papel.&nbsp;

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&ldquo;Isso n&atilde;o morreu n&atilde;o. A gente tem um contrato com uma gravadora, que vai at&eacute; 2022. E a&iacute;, a gente est&aacute; pensando em adiar um pouco mais fazer o disco porque, com essa pandemia, cada um foi cuidar um pouco da sua vida&rdquo;, contou o m&uacute;sico, explicando que a Covid-19 e a necessidade de respeitar o isolamento social atrapalharam inclusive a ideia de se reunir e reproduzir uma atmosfera criativa semelhante &agrave; &eacute;poca em que o grupo vivia em comunidade.

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&ldquo;Mas, no momento, meu foco &eacute; o &lsquo;Al&eacute;m da Boca&rsquo;. Novos Baianos est&aacute; dormindo um pouquinho, apesar das coisas estarem sempre andando. Nada para, porque a nossa carreira e a nossa m&uacute;sica s&atilde;o din&acirc;micas, elas n&atilde;o param&rdquo;, garante Paulinho Boca sobre a banda, que em 2020 perdeu Moraes Moreira (<a href="https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/37550-moraes-moreira-morre-aos-72-anos-no-rio-de-janeiro.html" target="_blank">relembre</a>).&nbsp;

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&ldquo;N&atilde;o &eacute; &agrave; toa que a gente se chama Novos Baianos. Sabe por que &eacute; Novos Baianos? Porque a gente acorda todo dia zero quil&ocirc;metros, sem m&aacute;goa, sempre dispostos a curtir a vida e ser feliz. Somos novos e baianos!&rdquo;, conclui o m&uacute;sico, expressando o vigor para seguir a trajet&oacute;ria de sucesso com a banda, ao lado de Luiz Galv&atilde;o, Pepeu Gomes e Baby do Brasil.

Notícia

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