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'Não dá pra serem todos os shows no Pelourinho', diz guitarrista do BaianaSystem

Por Ailma Teixeira

'Não dá pra serem todos os shows no Pelourinho', diz guitarrista do BaianaSystem
Foto: Reprodução/ Bahia Notícias
Diante da polêmica em torno do preço do ingresso para o show de BaianaSystem - a banda comanda a festa Punk Reggae Party, no dia 16, no Trapiche Barnabé -, o grupo prefere não responder ao público. Em conversa com o Bahia Notícias, o guitarrista da banda, Roberto Barreto, defende que "o assunto da festa é muito mais importante". "O que é o Baiana, por exemplo, está tentando se inserir no cenário de eventos durante o verão de uma maneira mais profissional", justifica.
 
Divulgado nesta terça-feira (5), o show tem ingressos vendidos a R$ 50 reais - valor que revoltou parte do público da banda. No grupo do evento, fãs da banda a acusam de segregar os públicos ao definir um preço de entrada que as pessoas com menor poder aquisitivo não possam pagar. A estudante de Serviço Social, Ítala Cortes, 21, por exemplo, conta que deixou de frequentar os shows do BaianaSystem logo após o Furdunço, no Carnaval, por perceber um "novo público de maioria branca, violenta e racista". "No último show que teve no Pelourinho, nós vimos o padrão do público-alvo, que era bem diferente do público antigo, Eu e alguns amigos não tínhamos dinheiro pra entrar e fizemos uma intervenção na frente do show, com palavras de ordem e tudo mais. A gente gritou 'uh, só tem branco', eles vieram e deixaram a gente entrar, mas já estava no final. Nesse dia sofri várias violências por parte de homens brancos, que estavam distribuindo cotoveladas e murros, coisa que não acontecia antes dessa elitização da banda", relatou ao Bahia Notícias.
 
Para Barreto, a banda não propõe uma segregação. "É para muitos públicos, não dá pra o Baiana ficar escolhendo seu público. Quando o artista faz [um show], você sabe quem são as pessoas, mas isso também transcende, às vezes alcança mais pessoas, a gente faz um show num lugar fora e se surpreende", explica.
 
No último ano, a banda realizou o Baile Playsom com participação de Flora Matos - show que Barreto lembra ter gerado discussões parecidas pela escolha do local, o Barra Hall. "O que a gente pensou foi fazer um evento, um evento bem feito com nomes e, por exemplo, esse primeiro lote que está sendo colocado, ele é R$ 9,00 reais mais caro do que o preço do Pelourinho", destaca. O valor, Barreto explica, se deve aos fatores de estrutura e logística do projeto. "Não dá pra serem todos os shows no Pelourinho e quando a gente pensa em fazer um show num lugar novo, maior, que é na Cidade Baixa, um outro ponto da cidade, que traz outras coisas legais, traz esse conceito do punk reggae. É você conseguir fazer o que o próprio espaço do Pelourinho não permite", exemplifica.
 
Depois desta apresentação, que tem participação de Márcio Mello, Edson Gomes e DJ Raiz (confira aqui), a banda já tem shows marcados para o Furdunço, no Carnaval, onde sai com um minitrio sem cordas. "A gente continua fazendo as coisas que a gente fez, a gente continua tocando no Pelourinho, a gente toca em vários lugares abertos, a gente faz um show aqui e produz um show que, no final, vai ser R$ 12,00 reais mais caro, mas um show com Márcio Mello, com Edson Gomes, num lugar duas vezes maior que o Pelourinho", finaliza.