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Marca Bahia Notícias

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Sem financiamento público, realização do espetáculo 'A Paixão de Cristo' está ameaçada

Por Jamile Amine / Ailma Teixeira

Sem financiamento público, realização do espetáculo 'A Paixão de Cristo' está ameaçada
Foto: Divulgação
Com a falta de financiamento do Governo do Estado e o corte de recursos já anunciado pela Prefeitura de Salvador, a cidade pode não receber o tradicional espetáculo "A Paixão de Cristo" durante a Semana Santa de 2016. A situação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (19) pela equipe de atores do espetáculo, que ainda não recebeu o investimento do setor público. "Desde o ano passado, o governo praticamente se retirou do evento. Esse ano ainda não confirmou apoio e o governo municipal anuncia que fará uma redução, então assim será inviável fazer ainda que seja só 'A Paixão de Cristo', que é uma parte do festival", explica Paulo Dourado, diretor e produtor do espetáculo.

Para atender às demandas de equipe e estrutura técnica, o espetáculo requer o investimento de R$ 600 mil reais, mas com os cortes o diretor diz que poderia reformular o espetáculo, simplificando-o para ser realizado com o orçamento de R$ 400 mil. Nos últimos quatro anos, a Prefeitura, por intermédio da Empresa Salvador Turismo (Saltur), entrou com o aporte de R$ 400 mil, mas com o anúncio do corte, o diretor teme que não haja dinheiro ou tempo hábil para realizar o espetáculo. Já o Festival Artes Sagradas, que, além da peça, engloba concertos sinfônicos e exposições em museus "já foi abortado", ressalta o diretor. A expectativa do grupo, para 2016, era de transformar o festival em um evento turístico. "Seria o sexto ano e nós pretendíamos aproveitar esse período de visitação e transformar numa coisa turística porque a Bahia não pode ser só Carnaval. As pessoas tem que acordar pra isso porque a cada dia que passa a Bahia se transforma num só Carnaval", critica.

Na opinião do diretor, o problema é agravado porque o setor privado geralmente não se interessa em patrocinar. "Em outros anos, tivemos apoio da Vivo, da Ferreira Costa, mas as instituições privadas, principalmente as ligadas ao governo, não apoiam esse projeto porque dizem ser religioso. Então a gente diz: 'mas, rapaz, Jesus Cristo Superstar é um filme popular, peça da Broadway, nada a ver com religião, é uma obra de arte'. Mas não adianta, nunca conseguimos ultrapassar esse patamar", lamenta. Sem investimento da iniciativa privada, o projeto fica à mercê dos cofres públicos. "Por isso que a gente depende muito do governo, porque é um projeto grande, caro... Só a Paixão de Cristo envolve 400 pessoas com estrutura de rua, microfone sem fio, iluminação elegante, tentando fazer uma coisa com qualidade semelhante a de Nova Jerusalém", defende. O Bahia Notícias entrou em contato com a Saltur e a Secretaria de Cultura do Governo do Estado, mas até o fechamento desta publicação, não conseguiu retorno sobre possíveis aportes financeiros para o espetáculo.