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Marca Bahia Notícias

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Cineasta Adélia Sampaio denuncia abuso e racismo ao ser barrada em aeroporto no RS

Cineasta Adélia Sampaio denuncia abuso e racismo ao ser barrada em aeroporto no RS
Foto: Criadoras Negras RS/Divulgação
A mineira Adélia Sampaio (72), primeira cineasta negra a dirigir um longa-metragem no Brasil, acusa funcionários do aeroporto Salgado Filho e agentes da Polícia Federal (PF) de abuso racismo, após ser barrada, nesta segunda-feira (21), ao tentar pegar um voo em Porto Alegre (RS). De acordo com informações do jornal Extra, após participar de um evento em comemoração ao Dia da Consciência Negra na capital gaúcha, a cineasta partia de volta para sua casa no Rio de Janeiro. Adélia, que possui próteses nos joelhos e 17 pinos na coluna, não passou no detector de metais e foi encaminhada para uma sala fechada, onde uma funcionária mandou que ela tirasse as roupas e ficasse de joelhos. “Aconteceu porque eu não sou branca, né? É cultural. Quando ela pediu para eu tirar minha calcinha e abrir as pernas, fiquei indignada e saí pela sala afora”, afirma a cineasta, que disse ter comunicado aos funcionários do aeroporto a existência das próteses, antes do detector disparar. Após Adélia negar passar pela revista que considerou vexatória e abusiva, dois agentes da Polícia Federal foram chamados e a encaminharam à delegacia da PF do próprio aeroporto, junto com a funcionária.  “Na hora de assinar o papel, percebi que na lacuna da cor o delegado informou que eu era branca. E na de profissão, estava sem nada preenchido. Me recusei a assinar. Depois, foi consertada a parte da cor, mas a profissão permaneceu sem nada escrito”, relata Adélia Sampaio, acrescentando que negou também as acusações de agressão e desacato à funcionária. Após entrar em contato com sua advogada, a cineasta foi liberada, mas ainda responderá por desacato. “É a primeira vez que enfrento esse tipo de situação em aeroporto, sempre viajo e uso próteses faz tempo. Mas claro que não é a primeira vez que sofro preconceito, claro. Não sei dizer se vou agir judicialmente, confesso. Só quero voltar pra casa, tô só com o café da manhã...”, desabafa. 
 
Por meio de nota, a Infraero negou as acusações da cineasta, afirmando que ela passou por procedimento padrão. Segundo informações do Extra, os registros foram feitos pela delegacia da Polícia Civil no Aeroporto Salgado Filho, sem registro da ocorrência pela Polícia Federal. "A Infraero esclarece que não houve pedido por parte da Agente de Proteção da Aviação Civil (Apac) e da equipe para a remoção das roupas íntimas da passageira Adélia Sampaio. Os procedimentos realizados pela equipe seguiram o estabelecido no parágrafo X do art. 3º da Resolução nº 207 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de 22 de novembro de 2011, que define que os passageiros que não puderem ser inspecionados por meio de equipamento detector de metal deverão passar por busca pessoal. os parâmetros de busca pessoal, por sua vez, estão definidos no parágrafo 1º do art. 17 da mesma Resolução, como a revista do corpo de uma pessoa, suas vestes e demais acessórios, realizada por autoridade policial ou por agente de proteção da aviação civil, neste caso, com o consentimento do inspecionado”, diz o comunicado oficial.