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Marca Bahia Notícias

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'Arado': Jovem músico de Valença lança EP colaborativo com som e linguagem nordestina

Por Jamile Amine

'Arado': Jovem músico de Valença lança EP colaborativo com som e linguagem nordestina
Aos 19 anos, Rafique Nasser lança seu primeiro EP | Foto: Divulgação

Em uma espécie de caravana colaborativa, o jovem músico Rafique Nasser, de Valença, acaba de lançar seu primeiro EP, que foi batizado de “Arado” e reúne composições autorais inéditas em parcerias com artistas de diversas cidades baianas. Ayam Ubráis Barco e Danilo Ornelas, de Ipiaú; Ismera Rock (Ilhéus); Rao (Itabuna); Petry Lordelo (Cruz das Almas) e Will Marques (Valença) foram os músicos que encararam o desafio do projeto, com a produção de Erahsto Felício, do estúdio Canoa Sonora. Sem ensaios, as cinco canções que compõem o disco - "Na Valença", "Arado", "Dom Bosco", "Nessa Terra" e "Manifesta"  - foram se formando a partir da liberdade musical de cada um. “A gente foi juntando as peças e dando autonomia de arranjos para os músicos. Essas pessoas, numa rede de amizade, se juntaram e fomos gravando em home estúdio, de forma itinerante. As gravações aconteceram em vários lugares: em Valença, em um primeiro momento; depois o som foi captado em Itabuna; o som das guitarras e bateria em Ilhéus e a percussão em Salvador”, relata, sobre o processo de nascimento do EP, que tem forte aproximação com a música nordestina da década de 1970.

 


Parte da banda no primeiro dia de gravação. Da esquerda para direita: Rebeca Vivas (vocal), Erahsto Felício (produtor), Ayam Ubrais Barco (direção de vozes, produção e coro), Ismera Rock (guitarra, violão), Rafique Nasser, Nil Lima (vocal), Taís Carvalho (vocal) e Danilo Ornelas (baixo) | Foto: Divulgação


Aos 19 anos, Rafique, que é filho de barbeiro com uma técnica de enfermagem, teve na família a motivação para seguir o caminho da canção. “Quando era muito pequeno, sempre fui muito ligado com meu avô, que foi radialista e tinha um programa de samba na rádio. Toda vez que ele ia pro programa, dava um alô pra mim. Então eu já ouvia o rádio recebendo toda carga de samba, Noel Rosa, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Adoniran Barbosa, Bezerra da Silva, e eu recebia isso só pra ouvir o anúncio que ele ia me dar no rádio e aí eu comecei a gostar da coisa”, lembra Rafique, que teve os primeiros contatos com os instrumentos musicais nas tradicionais rodas de samba montadas por “seu velho” Gerson Régis. “Uma vez meu avô tinha deixado os instrumentos musicais no fundo do quintal, quando acabou o samba, daí eu e meus primos brincávamos e acabamos formando uma banda, tocando lá com os pandeiros, tamborim, atabaque, o violão. Inclusive, além de mim, um primo e um tio meu foram pra música também. Então acredito que a família tenha um DNA musical, embora não técnico”, conta o jovem.


E foi justamente no violão do primo seresteiro que Rafique iniciou sua jornada. “Aqui tem a cultura de seresta muito grande, o cara pega o violão e vai pro bar pra tomar umas cachaças. E eu ficava de cara no violão dele, pegava. Até que um dia minha mãe trouxe um pra mim, há uns 8 ou 9 anos. Então eu ficava no pé do rádio, ouvindo as canções e tentando tirar de ouvido. Com o tempo fui tomando gosto”, relembra. Este ano, ele acaba de entrar no curso de Jornalismo na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb), mas garante que a estrada da música será sempre sua prioridade. “Eu gosto muito de estudar, faço com muito prazer. Entrei em jornalismo também, muito por influência do meu vô. Eu quero fazer tudo, mas a música é sempre a primeira opção. Meu caminho é a música”, declara.  


O resultado do trabalho colaborativo que reuniu artistas de várias partes da Bahia está disponível na internet. Para aqueles que querem conferir ao vivo, o show de estreia será em sua terra natal, Valença, no Centro de Cultura Olívia Barradas, no dia 14 de outubro, às 19h30 (clique aqui para obter mais informações sobre o evento).

 

Confira as faixas do EP "Arado":