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Marca Bahia Notícias

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Ativistas protestam contra 'embranquecimento' após ex-BBB atuar como negra em peça 

Ativistas protestam contra 'embranquecimento' após ex-BBB atuar como negra em peça 
Foto: Jociel Fotografias

Um grupo de ativistas do movimento negro protestou em frente ao Theatro 4 de Setembro, em Teresina (PI), após a ex-BBB Gyselle Soares atuar no papel de Esperança Garcia, primeira advogada negra do Piauí, no espetáculo "Uma escrava chamada Esperança".

 

“As crianças que vão assistir o espetáculo vão ficar na cabeça que a Esperança Garcia é uma pessoa branca”, disse a ativista da Rede de Mulheres Negras do Piauí, Sônia Terra, em entrevista ao G1. Segundo ela, a escolha da ex-BBB é mais um caso de "embranquecimento de uma pessoa negra".

 

Dada a polêmica, Gyselle afirmou à publicação que os protestos não lhe entristeceram ou abalaram, mas que a mobilização é uma oportunidade de aprendizado. "As pessoas têm que comentar o que acham, a gente tem que respeitar o direito de resposta delas, e é importante pra mim como atriz poder ser qualquer coisa. Posso viver o que quiser, se eu quiser ser uma leoa, vou ser uma leoa, se quiser ser uma escrava, vou ser uma escrava e viver de uma forma bonita", declarou.

 

"Eu me considero todas as cores, sem cor, um ser humano com coração que pode sentir tudo, de todo mundo. Estamos no mundo, somos todos iguais, nossa pele não tem cor, nosso coração não tem cor, não podemos nos definir assim", completou.

 


Gyselle integrou o BBB 8 e saiu como vice-campeã do reality show | Foto: TV Globo

 

O diretor do espetáculo, Valdson Braga, que considera os protestos uma forma de discriminação, disse ter chegado a procurar os movimentos negros antes de escolher a atriz para o papel de Esperança, mas alegou que não teve retorno. Já os manifestantes afirmam que o movimento não foi procurado. 

 

ESPERANÇA GARCIA

Retratada na peça, Esperança Garcia foi uma mulher negra escravizada na fazenda de Algodões, próximo ao município de Oeiras (PI). Ela se tornou conhecida após escrever uma carta ao governador da capitania do Piauí na qual denunciava os sofrimentos que passava na casa de seus senhores. No texto escrito no dia 6 de setembro de 1770, ela pediu providências ao governo.