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Marca Bahia Notícias

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Resenha BN: Música e poesia em homenagem a Gonzagão no Sarau do João

Por Marília Moreira

Resenha BN: Música e poesia em homenagem a Gonzagão no Sarau do João
Foto: Tiago Pinheiro de Carvalho
Domingo é dia de acordar mais tarde, certo? Não para as cerca de 1,5 mil pessoas que lotaram a Sala Principal do Teatro Castro Alves no projeto Domingo no TCA, que teve sua última edição no dia 29 de junho. Famílias inteiras, ou mesmo pessoas desacompanhadas, se sentiram em casa no Sarau do João. Para quem não conhece o evento e muito menos quem é esse João, vamos às apresentações. João Américo é um dos especialistas mais respeitados e requisitados quando se trata de sonorização profissional em Salvador. “Era só uma reunião de amigos músicos que eu chamava, mas a coisa era tão crítica que dependia de Regina, Dema e Tonzé (um amigo engenheiro). Se um deles faltasse, faltava um terço das atrações”, explicou tímido e brincalhão o anfitrião ao mestre de cerimônias da manhã, o radialista Andrezão Simões. Mensalmente – ou quase que mensalmente – João liga para os diversos colegas do meio artístico convidando-os para um sarau, que acontece em sua casa mesmo, localizada na ladeira da Concha Acústica. Essa “perfeita desordem”, como o próprio mentor intitula o evento, já havia se reunido no TCA em outra ocasião, em novembro do ano passado, a convite da diretora artística do teatro, Rose Lima. Neste domingo, a reunião teve um homenageado especial: Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, que este ano completa 100 anos de nascimento.
 
Com ingressos a R$ 1, vendidos com duas horas de antecedência no mesmo dia da apresentação, muita gente ficou do lado de fora.
 

Foto: Tiago Pinheiro de Carvalho
Como em todo sarau que preze pelo nome, o Sarau do João reuniu artistas, instrumentistas, músicos, poetas, cantores e compositores para cantar, tocar e recitar poesias. A manhã começou com Jackson Costa, que caracterizado como Castro Alves, recitou poemas do Poeta do Povo. “É impossível recitar Castro Alves sem gritar, sem cuspir, sem se emocionar”, disse o ator entre palmas do público que pouco a pouco se levantava para prestigiá-lo. 
 
Nem mesmo as coordenadas iniciais “para ficar bonito na gravação” [a TVE gravava um especial do encontro] fez a plateia ficar engessada. Aplausos fervorosos e espontâneos precediam e fechavam cada uma das muitas apresentações do dia, que mais parecia noite pela escuridão do teatro; tanto que muitos dos músicos, ao cumprimentarem a plateia, soltaram o “boa noite”, em vez do “bom dia”. "Mas a arte transcende o dia, a tarde, a noite", justificou Andrezão. As apresentações mais marcantes foram as de Alexandre Leão que, com o seu violão, se arrepiou ao ver a plateia acompanhá-lo em coro a música “Olha pro Céu”; a interpretação de “Sanfona Branca” na voz de Milton Candeia;  Luíza Britto ao cantar “Dindi”, de Tom Jobim e dos músicos instrumentais  Daniel Gomes Neto (sanfona),  Ivan Sacerdote (clarineta), Mario Soares(violino) e Sebastian Nutini (pandeiro).

Vale ressaltar nesta resenha a beleza de ver projetos como o “Domingo no TCA”, que desde 2007 apresenta diversos espetáculos de música, dança e teatro com ingressos a R$ 1, acontecer. Vida longa ao Sarau do João e ao Domingo no TCA!