Coleção de documentos de Kafka será transferida à Biblioteca Nacional de Israel
Uma coleção de documentos do escritor Franz Kafka, um dos maiores ficcionistas da língua alemã do século XX, será tornada pública pela primeira vez. A decisão foi de um tribunal, realizado neste domingo (14), em Tel Aviv (Israel). Antes de morrer, o escritor havia deixado os seus escritos com seu amigo Max Brod e pediu que ele os queimasse. Brod, entretanto, não fez a vontade do amigo e publicou os textos "O Julgamento", "O Castelo" e "Amerika". Quando Brod morreu, em 1968, os documentos foram transferidos para sua secretária, Esther Hoffe. Em seu testamento, Brod pediu a Hoffe que doasse os arquivos, avaliados em milhões de dólares, para a Universidade Hebraica de Jerusalém, a Biblioteca Municipal de Tel Aviv ou outra instituição em Israel ou no exterior.
Hoffe, no entanto, vendeu parte dos textos e dividiu os restantes entre suas filhas quando morreu, em 2007. Iniciou-se, então, uma disputa entre centros universitários, arquivos nacionais alemães e israelenses e as herdeiras de Hoffe, que afirmam que a coleção foi um presente.
Diante do impasse, a juíza Talia Kopelman-Pardo considerou, contudo, que os manuscritos de Kafka não podem ser considerados um presente de Hoffe a suas filhas, e que deveriam ser legados a alguma instituição, como Brod havia determinado em seu testamento. Agora, todos estes documentos estarão à disposição dos amantes da literatura na Biblioteca Nacional de Israel.