'Ainda que tardia, é uma boa inciativa', diz Chico César sobre 1º Encontro de Culturas Negras

O 1º Encontro de Culturas Negras reuniu na manhã desta sexta-feira (9) alguns intelectuais brasileiros, no Auditório da Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, para discutir o legado e as contribuições do negro no Brasil hoje. Participaram da mesa o professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, Ayrson Heráclito; o cantor e secretário de cultura da Paraíba, Chico César; o jornalista e sociólogo Muniz Sodré e o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Sérgio da Silva. Dentre as diferentes temáticas abordadas, que variaram da contribuição do negro na arte à política, o destaque para a existência de culturas negras, no plural, foi dado por todos os conferencistas. “Pensar no plural é importante, porque não é algo monolítico”, disse Chico César ao ressaltar a importância do evento na capital mais negra do Brasil. Em entrevista ao Bahia Notícias, o músico, que está à frente da pasta da secretaria de cultura desde 2011, elogiou a iniciativa baiana. “Acho que ainda que tardia, como diria a bandeira de Minas Gerais, a capacidade de organização do povo em torno das suas questões é grande, mas há muitos empecilhos”, respondeu a o ser questionado se a realização deste evento não seria tardia já que Salvador é a capital mais negra do país. Segundo Chico César, a Secretaria de Cultura da Bahia é uma secretaria irmã da paraibana. “Lá na Paraíba, temos um projeto já iniciado em parceria com o Ministério da Cultura de criação do Centro de Referência da Cultura Popular, com uma ênfase muito grande na cultura negra, indígena e cigana”, contou ao fazer referência ao Centro de Culturas Populares e Identitárias da Bahia. Também em conversa com o Bahia Notícias, o secretário de cultura estadual, Albino Rubim, lembrou, que apesar do nome, este não é o primeiro evento a discutir culturas negras em Salvador. “É o primeiro encontro nessa dimensão, talvez. Mas certamente este não é o primeiro encontro sobre o assunto. Agora, inclusive, nós temos o Centro de Culturas Popular e Identitárias que tem parte importante nesse evento, mas a Fundação Pedro Calmon promove, desde 2007, uma série de eventos na área de cultura negra”, explicou. Além da programação das mesas e conferências, a programação do I Encontro de Culturas Negras conta com uma série de shows até a noite do domingo (12). Confira programação completa no site do evento.