Em meio &agrave; crise econ&ocirc;mica que abate o setor cultural e ap&oacute;s o imbr&oacute;glio jur&iacute;dico por d&iacute;vida trabalhista (<a href="https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/37616-ile-aiye-diz-estar-procurando-meios-para-evitar-leilao-da-senzala-do-barro-preto.html" target="_blank">clique aqui</a>), o Il&ecirc; Aiy&ecirc; agora passa por apuros por quest&otilde;es burocr&aacute;ticas envolvendo financiamento p&uacute;blico.&nbsp;

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Em publica&ccedil;&atilde;o no Di&aacute;rio Oficial do Estado, nesta ter&ccedil;a-feira (21), a Secretaria de Cultura do Estado (Secult) cobra cerca de R$ 173 mil da institui&ccedil;&atilde;o por problemas na presta&ccedil;&atilde;o de contas, referente ao apoio recebido por meio do Edital de A&ccedil;&otilde;es Continuadas de Institui&ccedil;&otilde;es Culturais, de 2017.

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&ldquo;Decido pela conclus&atilde;o do processo de Tomada de Contas Especial e instaura&ccedil;&atilde;o de Processo de Repara&ccedil;&atilde;o de Danos ao Er&aacute;rio, em desfavor da Associa&ccedil;&atilde;o Cultural Bloco Carnavalesco Il&ecirc; Aiy&ecirc;, no &acirc;mbito Edital de A&ccedil;&otilde;es Continuadas de Institui&ccedil;&otilde;es Culturais, TAC n&ordm; 063/2017 do Fundo de Cultura do Estado da Bahia - FCBA para cobran&ccedil;a do valor apurado, consolidado em R$173.294,82&rdquo;, diz documento assinado pela secret&aacute;ria de Cultura, Arany Santana.

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Ao Bahia Not&iacute;cias, o m&uacute;sico e produtor cultural Marcos Clement, que assessorou o Il&ecirc; no projeto, afirmou que a institui&ccedil;&atilde;o recebeu com surpresa a determina&ccedil;&atilde;o. &ldquo;A gente tomou conhecimento hoje aqui pelo Di&aacute;rio Oficial, a gente ficou surpreso, porque nossas presta&ccedil;&otilde;es de conta sempre foram feitas e nunca tivemos problemas, principalmente com esse contrato&rdquo;, disse ele, acrescentando que solicitou &agrave; Secult que envie relat&oacute;rio para &ldquo;saber de que se trata essa decis&atilde;o, quais s&atilde;o os itens que eles est&atilde;o alegando que a gente n&atilde;o atendeu nessa presta&ccedil;&atilde;o de contas pra que possamos esclarecer&rdquo;.

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Clement apresentou ainda uma suposi&ccedil;&atilde;o do que poderia ter gerado a inconsist&ecirc;ncia burocr&aacute;tica apontada pelo governo. &ldquo;Todas as nossas presta&ccedil;&otilde;es de contas s&atilde;o feitas nos mesmos moldes, todas foram aprovadas. S&oacute; que internamente na Secretaria da Cultura eles fizeram uma mudan&ccedil;a das pessoas do departamento de presta&ccedil;&atilde;o de contas. A gente acredita que com essa mudan&ccedil;a, eles est&atilde;o analisando de forma diferente nossa presta&ccedil;&atilde;o de contas. Porque a gente foi orientado por um grupo de pessoas quando a gente assinou o contrato e pode ser que com essa mudan&ccedil;a tenha tido alguma diverg&ecirc;ncia no entendimento&rdquo;, pontuou. &ldquo;Mas a gente acredita que isso vai ser esclarecido e que isso n&atilde;o vai &agrave; frente n&atilde;o&rdquo;, avaliou o produtor cultural.

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Esta n&atilde;o &eacute; a primeira vez que o Il&ecirc; Aiy&ecirc; passa por apuros por problemas relacionados &agrave; documenta&ccedil;&atilde;o exigida em pol&iacute;ticas de incentivo &agrave; cultura. Em 2020, o bloco teve apoio de R$ 300 mil do Carnaval Ouro Negro negado, por apresentar uma certid&atilde;o de regularidade com a Secretaria da Fazenda Municipal vencida (<a href="https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/37082-ile-aiye-tem-recurso-negado-e-perde-apoio-de-r-300-mil-do-carnaval-ouro-negro-2020.html" target="_blank">saiba mais</a>).

O Il&ecirc; Aiy&ecirc; promove, no dia 26 de setembro, uma live comemorativa pela Semana da M&atilde;e Preta, realizada desde 1978 em homenagem a M&atilde;e Hilda, sacerdotisa do candombl&eacute; e por muitos anos dirigente espiritual da institui&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

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O evento acontece a partir das 17h, na Senzala do Barro Preto, sede do bloco, com transmiss&atilde;o ao vivo, no Youtube. A live, que integra a programa&ccedil;&atilde;o do projeto &ldquo;Il&ecirc; Aiy&ecirc; &ndash; Que Bloco &eacute; Esse?&rdquo;, ter&aacute; a participa&ccedil;&atilde;o da cantora Gra&ccedil;a Onasil&ecirc;, al&eacute;m dos vocalistas da Band&rsquo;Aiy&ecirc; Iana Marucha e Jauncy Ojum Bar&aacute;.&nbsp;

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A apresenta&ccedil;&atilde;o ser&aacute; composta por cinco blocos musicais: o primeiro, com can&ccedil;&otilde;es que t&ecirc;m &ldquo;&Aacute;frica&rdquo; como tema; o segundo &eacute; dedicado &agrave;s lutas de resist&ecirc;ncia negra no Brasil, Guerra dos Palmares, Revolta dos B&uacute;zios e Revolta dos Mal&ecirc;s; o terceiro vem com repert&oacute;rio em rever&ecirc;ncia a M&atilde;e Hilda; o quarto homenageia as mulheres negras; e o &uacute;ltimo traz os &ldquo;cl&aacute;ssicos&rdquo; como mote.

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&ldquo;A Semana da M&atilde;e Preta &eacute; comemorada anualmente no m&ecirc;s de setembro e celebra a vida de M&atilde;e Hilda e das mulheres negras baianas. &Eacute; uma atividade de resgate e valoriza&ccedil;&atilde;o do papel feminino no processo civilizat&oacute;rio brasileiro, que sempre integrou o calend&aacute;rio do ano letivo das escolas do Il&ecirc;&rdquo;, comenta o presidente do bloco, Ant&ocirc;nio Carlos Vov&ocirc;.

O Festival de M&uacute;sica Negra (FMN) do Il&ecirc; Aiy&ecirc; chega a sua 47&ordf; edi&ccedil;&atilde;o de maneira virtual e abriu as inscri&ccedil;&otilde;es para que artistas de todo o Brasil possam participar. Os interessados poder&atilde;o se candidatar, at&eacute; o dia 19 de fevereiro, nas categorias Tema ou Poesia. O tema deste ano &eacute; &ldquo;Meu Cora&ccedil;&atilde;o &eacute; a Linha 8 - Liberdade&rdquo;, propondo um mergulho nas ra&iacute;zes do Il&ecirc;.

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A submiss&atilde;o dever&aacute; ser feita pelo site do FMN (<a href="https://festivaldemusicanegra.com.br" target="_blank">clique aqui e confira</a>), onde est&aacute; dispon&iacute;vel uma apostila sobre o tema do festival. No momento da inscri&ccedil;&atilde;o, um &aacute;udio dever&aacute; ser anexado ao final do processo.&nbsp;

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Segundo a organiza&ccedil;&atilde;o do concurso, as can&ccedil;&otilde;es ser&atilde;o avaliadas por uma comiss&atilde;o julgadora, que pode escolher at&eacute; oito can&ccedil;&otilde;es de cada categoria para a final. As 16 m&uacute;sicas finalistas ter&atilde;o divulga&ccedil;&atilde;o pr&eacute;via em &aacute;udio e apresentadas ao p&uacute;blico por seus int&eacute;rpretes em Live do FMN no dia 14 de mar&ccedil;o (domingo), diretamente da Senzala do Barro Preto.&nbsp;A ideia &eacute; que as can&ccedil;&otilde;es vencedoras possam vir a integrar o repert&oacute;rio da Band&rsquo;Aiy&ecirc;, seja no Carnaval como em outros eventos.&nbsp;

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&ldquo;O Festival se constitui numa importante atividade art&iacute;stico-cultural no processo de contar e cantar a hist&oacute;ria de reinos, pa&iacute;ses, personalidades, fatos, cultura e religiosidade africana e afro-brasileira, quase sempre invisibilizadas nas nossas escolas e em nossa mem&oacute;ria. A mesma apostila que produzimos com o tema de cada Carnaval &eacute; utilizada nas escolas M&atilde;e Hilda e Band&rsquo;er&ecirc; durante o ano letivo&rdquo;, real&ccedil;a um dos coordenadores do festival de m&uacute;sica, Sandro Teles.

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Nesta edi&ccedil;&atilde;o, o FMN ir&aacute; premiar com os valores de R$ 5 mil, R$ 4.500 e R$ 4 mil os tr&ecirc;s vencedores, respectivamente, da categoria Tema; e com R$ 4.500, R$ 4 mil e R$ 3.500 os tr&ecirc;s vencedores, respectivamente, da categoria Poesia. Os vencedores tamb&eacute;m receber&atilde;o o Trof&eacute;u P&aacute;ssaro Preto, com tamanhos diferentes, a depender da posi&ccedil;&atilde;o de cada m&uacute;sica.

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