Um processo movido pelo Templo Planeta do Senhor, contra o Porta do Fundos e a Netflix foi arquivado nesta semana. Segundo informa&ccedil;&otilde;es da coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, por meio de a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica, a igreja cobrava uma indeniza&ccedil;&atilde;o de R$ 1 bilh&atilde;o &agrave; produtora por causa do especial de Natal &ldquo;Se Beber, N&atilde;o Ceie&rdquo;, lan&ccedil;ado em 2018.

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Para justificar a a&ccedil;&atilde;o, a igreja alegou que a produ&ccedil;&atilde;o retrata &quot;Jesus Cristo homossexual, que faz uso de ch&aacute;s alucin&oacute;genos e que, ainda, tem d&uacute;vida quanto ao seu dever como filho de Deus&quot;. Ao arquivar, a ju&iacute;za do caso entendeu que outra a&ccedil;&atilde;o movida por um grupo cat&oacute;lico j&aacute; tratava do tema. O processo em quest&atilde;o, inclusive, segue em andamento.

O ator F&aacute;bio Porchat foi o entrevistado o &quot;Roda Viva&quot; desta segunda-feira (21) e comentou sobre diversas pol&ecirc;micas (<a href="https://www.bahianoticias.com.br/holofote/noticia/59816-na-tv-porchat-chama-bolsonaro-de-mente-diabolica-e-provoca-tem-pa-fino-veja.html" target="_blank">confira aqui</a>).&nbsp;Uma delas foi sobre o ataque &agrave; sede do Porta dos Fundos, na v&eacute;spera do &uacute;ltimo Natal (<a href="http://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/36705-sede-do-canal-porta-dos-fundos-sofre-ataque-a-bomba-na-vespera-do-natal.html" target="_blank">relembre aqui</a>).&nbsp;

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Para ele, o acontecimento foi &quot;um ato isolado de fundamentalistas, milicianos da f&eacute;, guardi&otilde;es de prefeitos, incentivados e apoiados por um governo que gosta de agredir&quot;.

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Conforme publicou o site da revista Isto&eacute;, o artista ainda relatou que estava fora do Brasil quando o fato aconteceu e que teve medo de voltar para o pa&iacute;s. &quot;Mandar jornalista calar a boca, dizer que merece ser estuprada&hellip; Esse governo fez com que ratos, baratas, monstros e bichos escrotos se sintam &agrave; vontade de fazer isso&rdquo;, disse.

O especial de Natal do Porta dos Fundos estreia nesta quinta-feira (10) e o grupo fez quest&atilde;o de refletir o que viveu em 2019, quando a sede da produtora foi alvo de um atentado &agrave; bomba (<a href="http://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/36707-video-flagra-placa-de-carro-e-suspeitos-de-atacar-porta-dos-fundos-grupo-reivindica-ato.html" target="_blank">relembre aqui</a>) e o canal se tornou objeto de tentativas de censuta. O motivo: o especial do ano passado apresentou um Jesus gay.

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&quot;Eu tenho certeza de que s&oacute; jogaram as bombas no Porta porque Jesus era gay no especial do ano passado. Acho que a gente s&oacute; est&aacute; vivo porque Jesus n&atilde;o era gay e preto; sen&atilde;o, seriam ainda mais bombas&quot;, afirmou o ator Antonio Tabet, um dos criadores do Porta ao Uol Splash.

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O grupo destacou que o Jesus retratado no especial de 2018 era um &quot;mau-car&aacute;ter&quot;, mas isso n&atilde;o gerou a rea&ccedil;&atilde;o que foi vista quando apresentaram um Cristo que poderia ser gay. Neste ano, o t&iacute;tulo &eacute; &quot;Teocracia em Vertigem&quot;, uma par&oacute;dia do document&aacute;rio pol&iacute;tico &quot;Democracia em Vertigem&quot;, da cineasta Petra Costa.

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A produ&ccedil;&atilde;o deste ano tem um forte apelo pol&iacute;tico e traz refer&ecirc;ncias do cen&aacute;rio nacional, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) at&eacute; a ascens&atilde;o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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No entanto, para Fabio Porchat isso n&atilde;o quer dizer que &quot;pegaram mais leve&quot;. &quot;O personagem do Gregorio Duvivier fala que &eacute; um Deus que &#39;senta&#39;, um Deus &#39;bicha&#39;. Ano passado, a revolta de alguns foi por homofobia. Isso diz muito mais sobre as pessoas que se revoltaram do que sobre o especial&quot;, disse o artista.

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&quot;&#39;Foi bem feito a bomba&#39;, &#39;quero ver fazer piada com mitologia romana&#39;, &#39;se Jesus voltar, eu mato de novo&#39;. Essas s&atilde;o frases como as que a gente recebeu. Botei muitas frases dos &#39;minions&#39;, dos Olavos, dos terraplanistas... Tem muita refer&ecirc;ncia no clipe que encerra nosso especial&quot;, continuou Porchat.

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Jo&atilde;o Vicente de Castro, outro integrante do Porta, afirmou que apesar das amea&ccedil;as nunca pensaram em n&atilde;o lan&ccedil;ar o especial deste ano. &quot;A gente sempre gostou muito dessa cereja do fim do ano. Os acontecimentos nos deixaram mais tristes do que com medo, por morarmos em um pa&iacute;s radical... A&iacute; ficou comprovado mesmo que as pessoas s&atilde;o muito malucas&quot;, argumentou.

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O especial do ano passado foi veiculado na Netflix, este ano o lan&ccedil;amento ser&aacute; direto no canal do Porta dos Fundos no YouTube. &quot;N&atilde;o s&oacute; a gente nunca teve d&uacute;vida de que faria o especial, a Viacom tamb&eacute;m n&atilde;o teve. Quanto ao do ano passado, a Netflix foi muito parceira na luta contra a censura&quot;, disse Porchat.

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A decis&atilde;o, justifica a CEO do Porta dos Fundos, Christian R&ocirc;&ccedil;as (Crocas), aconteceu em comum acordo com o servi&ccedil;o de streaming. &quot;Em comum acordo com a Netflix, a gente optou por tirar e trazer para o nosso canal por ser mesmo o DNA da marca, por ser o momento de refor&ccedil;ar o que o Porta &eacute; como tom de voz. Tanto &eacute; que a Netflix liberou para a gente os outros dois especiais&quot;.

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