Ator de 'Selma' reclama que negros só são reconhecidos no papel de subservientes

David Oyelowo, ator do filme 'Selma', lançado em janeiro de 2015, afirmou que as premiações sempre tendem a favorecer artistas negros quando eles estão em papéis subservientes do que quando interpretam líderes de sua própria narrativa, como é seu caso em "Selma", onde o próprio dá vida a Martin Luther King. No festival Santa Barbara International Film, no domingo, Oyelowo, disse ter sido esnobado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. O ator ainda atribuiu a falta de negros narrando suas próprias histórias a uma "culpa branca" da indústria cinematográfica. "Nós, como negros, temos sido mais elogiados quando somos subservientes, quando nós não estamos sendo líderes ou reis no centro da nossa própria narrativa", afirmou Oyelowo ao ser questionado sobre sua não-indicação ao Oscar, acrescentando que percebeu tal "padrão" antes de saber que não concorreria a estatueta.

 

Como prova, o ator citou o caso de Denzel Washington, que, para ele, deveria ter ganho a estatueta por "Malcom X", mas o premiado na ocasião foi Al Pacino. O protagonista de "Selma" também lembrou de Sidney Poitier, que embora tenha sido vencedor do Oscar por "Uma voz nas sombras", é mais lembrado por "No calor da noite", de 1967, no qual interpretou um detetive de polícia. "Nós fomos escravos, Nós fomos empregados domésticos, nós fomos criminosos, nós fomos todas essas coisas. Mas fomos líderes, fomos reis, fomos aqueles que mudaram o mundo", completou.

 

A cinebiografia de Martin Luther King Jr., que estreia no Brasil dia 5 de fevereiro, arrecadou cerca de US$ 43, 5 milhões nas bilheterias americanas. Assita ao trailer do filme: