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Mário de Andrade: 78 cartas desaparecem do acervo na USP

Mário de Andrade: 78 cartas desaparecem do acervo na USP
Foto: Reprodução/ USP
Arquivados pela guarda do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP), 78 cartas que faziam parte do acervo do poeta Mário de Andrade desapareceram. A revelação foi feita pela revista "Época", no último fim de semana, no entanto, em 2005, o desaparecimento de missivas de Di Cavalcanti, Manuel Bandeira, Fernando Sabino, Ronald de Carvalho, e Menotti Del Picchia, descritas no catálogo, já havia sido detectado.
 
Apesar da descoberta, levou quatro anos para o instituto encarregar uma estagiária de procurar as cartas desaparecidas. Segundo o jornal O Globo, citando a revista, o caso foi tratado em sigilo pela equipe do acervo e a direção do IEB não foi notificada. Só em 2010, em decorrência da pressão feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que pediam acesso às missivas de Ronald de Carvalho, é que a diretora Ana Lúcia Lanna tomou ciência do caso. Após uma busca que confirmou o desaparecimento das cartas, Ana Lúcia fez um registro de ocorrência na 51ª Delegacia de Polícia e instaurou uma sindicância interna para apurar o sumiço.
 
Entretanto, nenhumas das investigações avançaram. Ao jornal O Globo, a USP justificou a demora entre a descoberta do sumiço e a notificação da direção do IEB. "A docente responsável [Telê Ancona Lopez] e a equipe técnica de pesquisadores acreditavam que as cartas não localizadas estivessem deslocadas dentro do acervo e que seriam encontradas durante os trabalhos de digitalização e troca de capas", explica a universidade no comunicado. Por essa mesma razão, a USP alega que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não foi contatado em 2005, mas apenas em 2010 quando houve o registro da ocorrência. O acervo foi tombado como patrimônio cultural pelo Iphan ainda em 2008. A universidade defende que todas as medidas cabíveis foram tomadas pela direção do instituto, "não tendo havido, portanto, nenhuma omissão da parte dos funcionários, dos docentes, dos pesquisadores e da direção deste instituto da USP, reconhecido nacional e internacionalmente".