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Marca Bahia Notícias

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Prêmio Braskem homenageia teatro baiano através do discurso sonoro e temas atuais

Por Jamile Amine

Prêmio Braskem homenageia teatro baiano através do discurso sonoro e temas atuais
Foto: Divulgação / Vaner Casaes / Ag. BA Press
O último concerto da fictícia “Nossa Banda do Mundo”. Esta é a situação dramática que serve como o ponto de partida para o espetáculo montado para a cerimônia de entrega do Prêmio Braskem de Teatro, realizada no dia 13 de abril, no Teatro Castro Alves, para celebrar os destaques do teatro baiano de 2015. Nesta edição a apresentação é assinada pelo experiente dramaturgo Elísio Lopes Jr., que assume pela terceira vez a direção artística do evento, e, ao lado de Jarbas Bittencourt – direção musical -, constrói a narrativa de um musical sobre temas contemporâneos como racismo, homofobia, violência e intolerância. “Minha relação com o prêmio é muito afetiva, é um espetáculo que eu digo que mais me dá trabalho, de tudo que eu faço. Porque eu vou falar para um público que eu conheço, os meus colegas, porque eu sou originalmente de teatro. Então eu quero fazer o melhor, porque eu sei que eles já viram de tudo. A cena nem sempre nos traz a surpresa, então conseguir fazer essa noite de festa é um desafio sem tamanho e eu encaro ele do tamanho que ele é”, conta Elísio, acrescentando que o trabalho foi pensado em outubro do ano passado e começou a ser montado efetivamente em dezembro.



Dramaturgo Elísio Lopes Jr. está à frente da cerimônia de premiação pela terceira vez | Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias

Acompanhados de quatro músicos, os atores Osvaldo Mil (clique aqui e saiba mais), Érico Brás, Adelena Rios, Camila Sarno e Ariane Souza se unem ao cantor Pedro Pondé (Scambo) – que iniciou a carreira artística no teatro – (clique aqui e entenda), para dar voz a este grupo de rock, que questiona a razão de seguir existindo. “E eu entendi que o melhor era fazer um espetáculo que fosse honesto, verdadeiro ao sentimento do artista de hoje. Então, o que é que hoje está influenciando o processo criativo dos artistas? todas essas questões me interessam. Foi daí que nasceram as temáticas e a abordagem do espetáculo”, revela Elísio. Para Jarbas Bittencourt, “A ‘Nossa Banda do Mundo’ se caracteriza por uma grande vontade de falar, gritar a respeito das coisas que estão batendo na porta da gente. Eu acho que muitas das pautas que vêm sendo discutidas atualmente, em relação à sociedade brasileira, gênero, política, raça, todas essas coisas, estão nessa grande vontade que a gente tem quando monta uma banda, que é, através da nossa música, mudar um pouco o mundo”.



Jarbas Bittencourt assina a direção musical do espetáculo | Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias

A “Nossa Banda do Mundo” vive um momento de instabilidade, que, segundo o diretor musical, existe em função da crise em que a sociedade brasileira vive atualmente. “É uma banda que se pergunta: por que disser tudo isso? Pra que dizer tudo isso? A quem interessa discutir estas coisas todas? Que também são um pouco as questões do teatro. O teatro eu acho que é, por excelência, nas artes, um espaço de resistência da critica, do debate, da liberdade. E eu acho que isso também entra em crise quando o mundo todo está em crise”, diz Jarbas.  E para montar este discurso sonoro e homenagear o teatro baiano, o grupo interpretará canções de Legião Urbana a Gabriel o Pensador, passando por Gonzaguinha e Mutantes. “A gente sente que diz o que diz no repertório com muita verdade, e isso, de certa forma, torna tudo autoral. Então tem outros arranjos, algumas são mais próximas dos originais, mas é uma celebração também do rock”, explica Jarbas, destacando o gênero como aquele que por natureza sempre abriu espaço para o protesto, crítica e reflexão sobre a realidade.

Durante a 23ª edição do Braskem de Teatro, além de premiar os melhores das artes cênicas na Bahia, o evento prestará homenagens a cinco personagens que se destacam na luta pelos direitos humanos no estado: Maria Rita Lopes Pontes, superintendente das Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID); o médico Antonio Nery Filho, criador do Centro de Estudos e Terapia de Abuso de Drogas (CETAD); o antropólogo Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB); Mãe Stella de Oxóssi, ialorixá do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e Vavá Botelho, idealizador do Balé Folclórico da Bahia.