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Marca Bahia Notícias

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Com rock para provocar, Thiago Pethit invoca influências musicais antepassadas

Por Ailma Teixeira

Com rock para provocar, Thiago Pethit invoca influências musicais antepassadas
Foto: Instagram Thiago Pethit
Em turnê com o álbum "Rock'n'Roll Sugar Darling", terceiro da carreira, o músico Thiago Pethit deixa de lado a suavidade que o acompanhou em seus primeiros trabalhos para se jogar de vez no "candy rock", que faz de "batom, com agressividade e libido". "Pra mim, isso representa aquilo que o rock deveria ser ou aquilo que o rock foi quando surgiu porque não é só um gênero musical, a gente usa o termo pra expressar uma série de coisas que não tem a ver com música. É um jeito de dizer 'muito louco', 'muito fora dos padrões' e quando o rock surgiu, ele tinha essa fórmula de ser produzido, sobretudo, pelas pessoas marginalizadas socialmente", defende. Pethit se refere ao nascimento do gênero musical com a população negra e a posterior apropriação pelas mulheres e homossexuais como uma espécie de “arma estética contra a caretice, a moral e os bons costumes”. Sua própria tradução desse fenômeno cultural será apresentada pela primeira vez em Salvador, nesta quinta-feira (5), às 21h, no Commons Studio Bar, no Rio Vermelho (saiba mais aqui).

 
 
Assim, Pethit persiste no rock, mas não como protesto, e sim para fazer um som de provocação, inspirado no próprio contexto sociopolítico em que está inserido. "Mais do que mudanças pessoais, esse disco reflete o que a gente está vivendo no Brasil. De certa forma, ele foi muito influenciado pelas manifestações de 2013 nas ruas, pelo black bloc, pela ideia de quebrar tudo, transformar as coisas, querer enxergar um mundo novo”, declara. Com 11 músicas em português e inglês, "Rock'n'Roll Sugar Darling” possui referências de Rita Lee a Elvis Presley, que, Pethit explica, são respostas ultrapassadas para questões tão antiquadas quanto. "Esses dias a gente passa por diversas ameaças, eu que sou gay, que tenho um discurso independente, me sinto completamente ameaçado por Eduardo Cunha, Bolsonaro e homens que representam a sociedade ultrapassada, então, o disco usa as armas que foram usadas nos anos 50 e 60 para responder. É como se eles mesmo tivessem convocado essas respostas", enfatiza. Para o músico, as minorias vêm ganhando mais chances de se posicionar, assim como discussões presentes décadas atrás, como o poliamor, voltaram a ser debatidas. "Os próprios ‘heteros’ também estão precisando de novas respostas, novos conceitos pra gente incluir um século XXI diferente", acredita.
 
 
Colhendo os frutos do álbum, Pethit planeja seguir até o fim deste ano em turnê, viajando pelo país. Entretanto, duas pausas na agenda de shows já estão garantidas. Formado em artes cênicas, o músico fez sua estreia nos cinemas como um dos protagonistas do longa "Amores Urbanos", da diretora Vera Egito. O filme, que tem lançamento nacional marcado para o dia 19 de maio, terá duas pré-estreias em São Paulo e no Rio de Janeiro.