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Marca Bahia Notícias

Notícia

Dez anos após estreia em Salvador, Céu retorna com show que une som tropical e beat sintético

Por Jamile Amine

Dez anos após estreia em Salvador, Céu retorna com show que une som tropical e beat sintético
Foto: Divulgação
Em novembro de 2006 Céu se apresentava pela primeira vez em Salvador, com o disco homônimo, que marcava o início de sua carreira musical. A Praça Thereza Batista lotou, mas muita gente ficou de fora e não conseguiu conferir os passos e a voz da ainda acanhada Céu, ao som de canções como “Malemolência” e “Lenda”. Dez anos se passaram e, neste sábado (23), a cantora paulistana volta ao mesmo local, dentro do projeto “Mais Música Brasil”, com a turnê de seu quarto disco de estúdio, o “Tropix”. “Esse palco recebeu esse primeiro show meu e foi realmente histórico para mim, pelo menos, (risos) porque estava muito lindo, muito cheio. Salvador me recebeu de uma maneira muito calorosa, então eu tenho muito carinho sim”, lembra a artista, destacando que o público soteropolitano tem uma compreensão rítmica e cultural muito interessante e por isso os shows na cidade são “um deleite”. 
 
Céu conta que a estrada e o tempo transformaram sua postura e o entendimento da profissão, assim como sua familiaridade no palco. Tais mudanças puderam ser vistas e comprovadas nas últimas apresentações na cidade, a exemplo da sua presença marcante e descontraída durante o Festival Sangue Novo, realizado em agosto de 2015 (clique aqui). “Eu acho que experiência é muito importante e isso eu adquiri, e hoje eu me sinto muito familiarizada mesmo em frente ao público, sendo cada vez mais eu mesma, do meu jeito”, avalia Céu, explicando que agora apresenta um novo disco, mas que sua essência permanece. “É a mesma pessoa, aquela que começou no primeiro show de 2006. Tem uma coisa que se mantém forte ainda, mas acho que vocês que vão me dizer”, brinca. 
 

Última apresentação da cantora em Salvador foi no Festival Sangue Novo, em 2015 | Foto: Leto Carvalho
 
Segundo a artista, o dançante “Tropix”, que tem 12 faixas, sendo dez delas autorais, foi uma homenagem à música mais dura, mais fria e sintética. “Eu queria usar sintetizador, voltar a usar beats que a gente usava no primeiro disco, mas de uma maneira mais dura. Eu queria flertar com esse mundo que fazia tempo que eu não usava nos discos, então foi um retorno, de uma certa maneira, mas mais amplificado neste sentindo”, explica a cantora, revelando as fontes de inspiração para o novo trabalho. “Tem influências de músicas de bandas alemãs, de crowd rock, de punk, coisas assim mais soturnas, que são coisas que eu sempre escutei, mas nunca tinha brincado de misturar com o meu som, que é super tropical. Então era meio que uma pergunta sobre como ser uma máquina, mais fria, mais robótica, dentro de um universo mais quente, mais úmido, mais brasileiro. Essa é a brincadeira do Tropix”, conta Céu, que recentemente mergulhou em outras linguagens artísticas, lançando uma linha de roupas, a “Velvet Cajú” (clique aqui).
 
“Uma coisa amplifica a outra”, revela a cantora, sobre moda e música. “A minha maneira de pensar arte é todo um conjunto, não é a música isolada, sabe? A música é composta também por uma cartela de cor, por arranjo instrumental que remete à temperatura, que pode ser quente ou frio”, explica, contando que as roupas da coleção entraram no mesmo clima frio do disco, representado também no clipe do single “Perfume do Invisível”. “Então talvez exista a presença de uma cartela de cor mais cinza, mais prata, metálica, dura, sabe? Tudo isso é pensado e eu amo fazer isso. Pra mim faz parte mesmo do trabalho, como um todo. É uma coisa que eu me divirto, uma vez que a música está bem solidificada. Isso é importante, ela precisa estar bem solidificada para iniciar essa outra parte visual, imagética”, diz Céu, que deu seu toque durante toda a construção do “Tropix”, desde composição, passando por produção, até no figurino.
 

Linguagem visual de "Tropix" pode ser conferida no clipe do single "Perfume do Invisível"
 
“É uma coisa que eu me interesso muito e eu vou tateando, imaginando o tipo de tecido”, revela a cantora sobre sua caracterização no palco. “Eu tenho uma equipe que trabalha comigo também, mas é isso, eu penso muito. Eu sabia que queria usar veludo molhado, por exemplo, que passa uma coisa mais do frio, mas ao mesmo tempo o molhado usa brilho”, lembra. “Eu sabia que as cores conversavam com o ‘Tropix’, então, acho que desde a criação, quando recebi a proposta da Farm, eu percebi cada vez mais que tudo que é de se criar vem do mesmo lugar. Pode ser música, moda, pintura, cinema, acho que vem de um mesmo núcleo”, avalia a artista, sobre a unidade entre figurino e a ideia do disco. “Vem desse frio com o quente, dessa ode ao frio, à máquina, ao eletrônico e sintético, dentro do universo tropical, úmido, caótico e quente”, diz Céu. “Pixel é uma microleitura digital e é isso que eu estava buscando mesmo, isso dentro do universo mais malemolente, dos trópicos, que é o do Brasil”, conclui.

Serviço
O QUÊ: Céu - Tropix
QUANDO: Sábado, 23 de julho, às 21h
ONDE: Praça Thereza Batista
VALOR: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)