Ava Rocha promete show multiartístico no Coquetel Molotov
Por Jamile Amine
Foto: Divulgação
Em 2015 a carioca Ava Rocha desembarcou em Salvador com sua bagagem de cantora e cineasta, durante uma ocupação no Lálá Multiespaço, que contou com uma mostra de curtas e videoclipes de sua autoria, além de um show reduzido de seu segundo disco, "Ava Patrya Yndia Yracema”. Neste sábado (14), a artista multidisciplinar retorna à capital baiana para participar do No Ar Coquetel Molotov, que acontece a partir das 17h, no Museu du Ritmo, e contará ainda com apresentações de nomes como Céu, Boogarins, e OQuadro. “No Lalá apresentei ao lado do guitarrista Marcos Campello, a versão duo do show ‘Ava Patrya Yndia Yracema’, que está rodando em paralelo ao show com banda completa, de acordo com os espaços. Então Salvador conferiu esse show que é feito em lugares intimistas, com plateia reduzida e agora, graças ao convite da Ana Garcia [coordenadora do festival], poderá conferir o show com banda, para um público mais extenso”, explica Ava Rocha. “A banda é incrível, formada por Thomas Harres, Eduardo Manso, Marcos Campello e Bruno di Lullo. Ou seja, é um show inédito na Bahia, o que por si só é uma novidade, mas sempre há um tempero especial de acordo com o lugar e em Salvador, na mágica Bahia, não será diferente”, garante.
Público baiano poderá conferir show completo do disco "Ava Patrya Yndia Yracema”:
Público baiano poderá conferir show completo do disco "Ava Patrya Yndia Yracema”:
Filha do cineasta baiano Glauber Rocha, a visceral Ava promete levar ao palco sua arte em completude. “O cinema tá na tela da pele, na frente do olho, no plano imagem que vê e não se vê, cinema é pensamento, movimento, som, imagem e invenção”, diz ela. "Meu lado cineasta não existe, sou feita de cinema, cinema água que me percorre e traz e leva os sons, a música, o que seja, tudo é, não precisa de um projetor”, diz a multiartista, para explicar que os fãs baianos “essencialmente verão cinema”.
O festival tem como objetivo reunir e dar visibilidade a artistas da cena independente, para além do nicho alternativo. E mesmo após ter conquistado os Prêmios Multishow 2015 de “Melhor Hit” e “Artista Revelação”, e também o Prêmio APCA 2015 de “Artista Revelação”, Ava Rocha ainda vê muito caminho a percorrer, para que haja de fato um avanço nesta direção. “Eu penso que temos uma grande luta de combate ao capitalismo selvagem, à alienação geral, ao fundo do poço no qual chegamos, e que cada ato é politico. Queremos furar e vencer os obstáculos, não por uma conquista pessoal, mas coletiva, como algo que pode transformar muitas realidades a partir de uma economia nova criativa e de resistência. E a questão não é só a falta ou a presença do dinheiro, trata-se de visão e cosmovisão”, afirma a cantora, que considera a criação e a luta, as ferramentas necessárias para que os artistas independentes possam expandir seu público. “Acredito que estamos caminhando pra uma revolução cultural, pelo menos assim espero e sonho, uma transmutação total, e o público é junto. Acredito na relação horizontal, é um desejo coletivo, cujas forças se somam”, avalia Ava, explicando que não basta apenas os artistas investirem individualmente em sua arte ou carreira.
Irreverente, Ava Rocha lançou o single "Lyngua Loka" no Carnaval de 2016:
Irreverente, Ava Rocha lançou o single "Lyngua Loka" no Carnaval de 2016:
Enquanto circula com o show "Ava Patrya Yndia Yracema”, título que abrevia seu nome de batismo, “Ava Patrya Yndia Yracema Gaitán Rocha”, a artista inquieta já tem planos para o futuro. Depois de lançar o single “Lyngua Loka” no Carnaval de 2016, Ava diz que já tem um outro pronto este ano. “Mas tudo depende, eu não sei ainda, vou deixar para o momento também, esperar a energia do carnaval tomar o ambiente”, diz ela, revelando que no primeiro semestre de 2017 entra em estúdio para gravar um novo disco. Ava Rocha, que diz ter raiz colombiana, além de baiana, conta ainda que também está finalizando um álbum feito no país vizinho, em parceria com Negro Leo e a banda Los Toscos, tudo em espanhol.