O rapper Criolo lan&ccedil;ou nesta quinta-feira (23), no YouTube, o clipe da m&uacute;sica &ldquo;Cleane&rdquo;, uma homenagem a sua irm&atilde;, v&iacute;tima de covid-19. Com produ&ccedil;&atilde;o de Tropkillaz, o v&iacute;deo tem dire&ccedil;&atilde;o do Helder Fruteira.

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&ldquo;N&atilde;o acabou e nunca vai acabar a pandemia, sobretudo para quem perdeu um ente querido. A arte, mais uma vez ajuda a ressignificar e emanar boa energia, mesmo no meio de um caos t&atilde;o complexo e profundo, que vai para al&eacute;m dos &uacute;ltimos anos, mas que agora reencontra num limite nunca visitado. Que o amor possa de algum jeito, forma e milagre visitar o cora&ccedil;&atilde;o de todos sem estrutura, por escolha de um pa&iacute;s que decide quem vive e quem morre&rdquo;, diz o artista em comunicado.

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V&iacute;tima da Covid-19, a poeta Cleane Gomes, irm&atilde; no rapper Criolo, morreu aos 39 anos, no &uacute;ltimo s&aacute;bado (5). A informa&ccedil;&atilde;o foi confirmada pela m&atilde;e dos artistas, a professora, fil&oacute;sofa e escritora Maria Vilani, nesta segunda-feira (7), em sua conta oficial no Instagram.&nbsp;

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Em um texto emocionado, Vilane prestou homenagem &agrave; filha, cujo nascimento foi considerado &ldquo;o dia mais feliz&rdquo; de sua vida. &ldquo;Eu j&aacute; era m&atilde;e de dois filhos, o Clayton e o Kleber [nome de batismo de Criolo], meu grande sonho era ser m&atilde;e de menina desde o primeiro parto, mas Papai do C&eacute;u presenteou-me com dois meninos maravilhosos, e depois de sete anos voc&ecirc; chegou, depois de uma gravidez muito dif&iacute;cil, pois parecia que voc&ecirc; n&atilde;o queria vir a esse mundo, mas aceitou a miss&atilde;o para fazer-me feliz&rdquo;, escreveu.

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No tributo, Maria Vilani citou as dificuldades enfrentadas pela fam&iacute;lia para prosperar e o contato com as artes, desde bem cedo. &ldquo;Quando voc&ecirc; nasceu eu falei para o seu pai que havia nascido a artista da fam&iacute;lia, por isso matriculamos o Clayton e o Kleber numa escola de viol&atilde;o, ou melhor, matriculamos o Clayton, pois o Kleber ficou no curso como ouvinte, n&atilde;o pod&iacute;amos pagar mensalidade para os dois; a sorte &eacute; que os dois s&atilde;o canhotos, ent&atilde;o compramos apenas um viol&atilde;o, mas com a mudan&ccedil;a de resid&ecirc;ncia perdemos a escola de viol&atilde;o, s&oacute; o Clayton conseguiu aprender um pouco. Voc&ecirc; foi embalada com muito carinho por mim, seu pai e seus irm&atilde;os, voc&ecirc; era a nossa princesinha, e para a sua av&oacute; paterna voc&ecirc; era UM RAIO DE SOL&rdquo;, lembrou Vilani, destacando como Cleane foi &ldquo;boa m&atilde;e, boa filha, boa irm&atilde;, magn&iacute;fica tia, uma excelente amiga e professora, uma grande artista circense e c&ecirc;nica, artista pl&aacute;stica, compositora e poeta das boas&rdquo;.

 
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Apesar de lamentar a perda, a professora afirmou que a filha &ldquo;n&atilde;o est&aacute; morta, muito menos sepultada&rdquo; pois &eacute; luz e &ldquo;ningu&eacute;m consegue sepultar luz&rdquo;, e pontuou que &nbsp;Cleane foi recrutada por Deus para uma miss&atilde;o no plano espiritual. &ldquo;Agrade&ccedil;o a Deus o tempo que Ele permitiu a sua presen&ccedil;a nesse plano terrestre&rdquo;, acrescentou.

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A m&atilde;e de Criolo e Cleane disse ainda que n&atilde;o se sente revoltada pela pandemia ou &ldquo;pelo descaso do governo em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s vacinas&rdquo;, por sentir que a filha partiu em seu momento de partir. &ldquo;Se n&atilde;o fosse a COVID 19, seria qualquer outro motivo. Voc&ecirc; realmente terminou a sua miss&atilde;o nesse plano, em 05 de junho de 2021. Seria ego&iacute;smo n&atilde;o aceitar a sua liberta&ccedil;&atilde;o&rdquo;, defendeu a professora, pontuando que lamenta mesmo neste momento &eacute; escrever o texto sem a supervis&atilde;o da filha. &ldquo;Voc&ecirc; revisava tudo antes de eu postar nas redes sociais, o texto vai cheio de erros, mas cheio de amor, aceita&ccedil;&atilde;o e resigna&ccedil;&atilde;o. Deus te aben&ccedil;oe&rdquo;, conclui.

O produtor musical Paulo Mutti, atrav&eacute;s do selo Benzza Music, lan&ccedil;a nesta sexta-feira (11), o projeto &quot;Precisamos falar de amor&quot;, que realiza um lan&ccedil;amento simult&acirc;neo com can&ccedil;&otilde;es de quatro artistas da nova m&uacute;sica popular brasileira: Stella Maris, Brina Costa e Filipe Lorenzo e Fabio Sacramento. As can&ccedil;&otilde;es ser&atilde;o disponibilizadas nas plataformas digitais de cada cantor, e no mesmo dia acontecer&aacute; uma live no canal do YouTube do Benzza Music, &agrave;s 20h com a participa&ccedil;&atilde;o dos artistas envolvidos.

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O projeto nasce da necessidade de Mutti em falar de afeto, trazer poesia e esperan&ccedil;a em tempos de crise, al&eacute;m de incentivar a produ&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica e fomentar a cena musical independente. &quot;Falar de amor nessa realidade dura que estamos vivendo &eacute; um ato de resist&ecirc;ncia. A arte &eacute; sem sombra de d&uacute;vidas o maior ve&iacute;culo de sensibiliza&ccedil;&atilde;o do ser humano, atrav&eacute;s dela nos projetamos no tempo e no espa&ccedil;o, cada can&ccedil;&atilde;o, cada quadro, cada coreografia, cada poesia, cada interpreta&ccedil;&atilde;o s&atilde;o como mensagens de amor engarrafadas e lan&ccedil;adas ao mar da nossa exist&ecirc;ncia, levados pela corrente do tempo sempre em busca de novas praias, nos conectando e costurando a nossa hist&oacute;ria&rdquo;, conta&nbsp;o produtor.

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Entre as can&ccedil;&otilde;es que ser&atilde;o lan&ccedil;adas, o p&uacute;blico poder&aacute; conferir a balada rom&acirc;ntica &quot;Pra sempre agora&quot; composta por Edu Alves e interpretada pela baiana de Santo Amaro da Purifica&ccedil;&atilde;o, Stella Maris, vencedora do Trof&eacute;u Caymmi (2002). Da mesma forma, a multiartista paulista Brina Costa traz um belo retrato que revela &nbsp;a percep&ccedil;&atilde;o da chegada do amor e canta o processo de apaixonar-se e viver esse sentimento na can&ccedil;&atilde;o de sua autoria: &quot;Eu n&atilde;o duvido&quot;.

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Dois soteropolitanos tamb&eacute;m participam do projeto. O cantor e compositor Filipe Lorenzo, premiado no seu disco de estreia &quot;Odisseia Baiana&quot;, apresenta a busca incessante por encontrar o amor na can&ccedil;&atilde;o &quot;Breviamor&quot;, autoria de Gil Vicente Tavares e Ir&atilde; Ribeiro. J&aacute; Fabio Sacramento, artista atuante nos mais diversos movimentos musicais da cena soteropolitana, usa sua voz suave para cantar a conquista, o aconchego, o dengo e o amor na can&ccedil;&atilde;o &quot;De qualquer maneira&quot;, composi&ccedil;&atilde;o de Aiace F&eacute;lix.

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