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Marca Bahia Notícias

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Em cartas a Jorge Amado, Saramago definiu Prêmio Nobel como ‘invenção diabólica’

Em cartas a Jorge Amado, Saramago definiu Prêmio Nobel como ‘invenção diabólica’
Foto: Divulgação / Fudação José Saramago

A amizade transcontinental do baiano Jorge Amado e do português José Saramago está eternizada por meio das correspondências trocadas pelos dois poetas, e que chegam ao público através do livro "Com o Mar por Meio - Uma Amizade em Cartas" (Companhia das Letras), organizado por Bete Capinan. Pelas cartas e bilhetes trocados a partir de 1992 eles debatiam assuntos dos mais diversos, como atualidades, política, literatura e as especulações sobre prêmios como Camões e Nobel, este último considerado por Saramago uma “invenção diabólica”. Paloma Amado, filha de Jorge, revelou que todo mês de outubro a casa vivia a mesma tensão. "Papai foi indicado ao Nobel por 34 anos seguidos e a pressão e a cobrança em torno do prêmio era muito grande. Não da parte dele, mas dos outros. O clima pesava nas semanas que antecediam o anúncio por causa disso", contou Paloma à Folha de S. Paulo. Esta expectativa em torno destes concursos aparece nas cartas publicadas no livro. “Para dizer toda a verdade, devo convir que os 950 mil dólares do Nobel cairiam muito bem no bolso de um romancista português ou brasileiro, pobre de marré, marré", brincou Jorge Amado em uma correspondência de 1994, ano em que levou o Camões. "Não podemos viver como se a salvação de nossas duas pátrias dependesse de termos ou não prêmio Nobel. Mas como cairia bem esse dinheiro!...", respondeu Saramago, que venceu o Prêmio Camões, em 1995, e o Nobel de Literatura, em 1998.