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Notícia

‘Meu maior foco é estudar fora do país’, diz bailarino que faz campanha para ir a NY

Por Lara Teixeira

‘Meu maior foco é estudar fora do país’, diz bailarino que faz campanha para ir a NY
Foto: Reprodução / Instagram

O bailarino baiano Ezequiel Salles passou em um curso de ballet clássico em Nova York, mas não tem o dinheiro suficiente para realizar a viagem. Nascido em Jequié, Ezequiel contou ao Bahia Notícias que começou a dançar aos 15 anos quando surgiu a vontade de estudar ballet e jazz, após fazer apresentações com coreografias na igreja. Em 2012 ele viajou para o Rio de Janeiro e passou um ano e meio estudando dança. Quando voltou à sua cidade natal, começou a trabalhar dando aulas de ballet e logo sentiu a necessidade de se formar. Foi por isso que, em 2014, se mudou para Salvador e, enquanto se formava na Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e em ballet pela Royal Academy of Dance, passou a ensinar em algumas escolas da cidade. O bailarino falou sobre o seu esforço para conseguir entrar no mundo que sempre sonhou sem apoio financeiro: “A minha família sempre me apoiou na dança, só que moralmente, porque condições financeiras era a parte mais complicada. A dança é muito cara, para permanecer é muito difícil, e como minha família nunca teve dinheiro para me manter eu sempre me virei. Procurava ganhar bolsa para estudar e corria atrás disso”. Com relação a sofrer preconceito por ser bailarino, Ezequiel revelou que já foi muito atingido por isso, mas acredita que hoje em dia a questão melhorou um pouco: “Preconceito sempre, por eu ser homem, estudar ballet clássico. Hoje a relação é bem diferente. Tive mais problemas no início, mas hoje em dia eu lido muito bem com isso, sou muito bem resolvido com a minha vida, e as pessoas hoje me respeitam mais”. A audição para o American Ballet (escola de ballet que fica em Nova York) foi feita por acaso pelo baiano. Ele foi até a escola em que trabalha e a diretora do local já tinha feito a inscrição, que custava em torno de R$ 300 (valor que ele não tinha para pagar a audição). No final, o diretor da escola americana falou o resultado e ele tinha passado com a nota mais alta da Bahia, recebendo uma bolsa para fazer o curso de ballet clássico. “Eu tinha ganhado 75% da bolsa (do curso no American Ballet), mais ainda teria que pagar o restante do curso, e o valor era bem alto”, disse Ezequiel. A diretora o incentivou a fazer uma campanha online e pedir ajuda aos amigos para conseguir o restante do dinheiro, para terminar de pagar o curso, as passagens e os custos em Nova York. O bailarino, que pretende viajar no dia 20 de junho, pois no dia 24 já é a inscrição, levou essa ideia adiante e já conseguiu fazer o passaporte. No momento ele informou que precisa "de uma parcela do curso, uma das passagens, o valor da viagem para tirar o visto, o valor do visto, e um dinheiro pra me manter lá”. Ele acredita que com uma média de R$ 10 mil conseguiria arcar com esses custos.


Campanha com os dados bancários de Ezequiel | Foto: Reprodução / Instagram

 

Ezequiel revelou que o diretor do American Ballet se mostrou satisfeito com a dança dele e até cogitou a entrada do baiano em sua companhia de ballet. O bailarino disse ao BN o quanto ficaria feliz em morar fora do país: “Com certeza, é meu sonho. Eu acho que é meu maior foco como artista, como bailarino, é ter que ir estudar fora do país. Eu ficaria no Brasil se a gente tivesse um bom reconhecimento cultural, mas a gente não tem esse apoio, então a gente que vive de arte não consegue sobreviver com o que a gente recebe aqui. Por isso, o meio que nós artistas encontramos é estudar fora do país para que sejamos reconhecidos”.