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'Não sabia que ia ser tão brutal', diz baiano que fez figuração em 'Game of Thrones'

Por Jamile Amine

'Não sabia que ia ser tão brutal', diz baiano que fez figuração em 'Game of Thrones'
Foto: Arquivo Pessoal

Se para muitos fãs o episódio de “Game of Thrones” exibido no último domingo (12) foi de tirar o fôlego – alguns ficaram revoltados e outros extasiados –, para um jovem baiano, em especial, o desfecho foi ainda mais chocante. 


Escalado por uma agência de talentos europeia, João Filipe Azevedo, que viveu em Dublin, na Irlanda, até a semana passada, fez figuração como um dos soldados mercenários da Golden Company e viu de perto o combate que deixou arrasada Porto Real. “Eu, como todo fã, achei muito ruim da parte dela ter queimado toda galera ali. A gente sabia de algumas partes que iam acontecer, mas não sabia que ia ser tão brutal o jeito que ela se comportou”, conta Filipe, sobre o ato impetuoso de Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), que mesmo após os sinos tocarem, anunciando a rendição dos exércitos comandados por Cersei Lannister, decidiu empreender fogo indistintamente, matando inclusive a população local. “Ela veio se apresentando mais madura, com mais honestidade, ela não é uma pessoa má. Se você observar, as pessoas que a seguiam tinham liberdade de escolher se continuavam com ela ou ficavam no caminho. Mas ali ela fez maldade tremenda, não precisava, os soldados já tinham se rendido”, destacou o baiano, que acompanha a série desde a primeira temporada. 

 


O baiano viu de perto a destruição de Porto Real | Foto: HBO


A história de Filipe com a indústria cinematográfica se cruzou por acaso. “Não sou da área. Sou formado em mecatrônica. Cheguei em Dublin, e um amigo que trabalhava comigo num bar e fazia parte de outras séries me falou da oportunidade”, conta o jovem , que se inscreveu no site da produtora, enviando fotos, informações gerais e medidas. “Primeiro fui chamado para fazer propaganda de uma pizzaria. Depois eles ligaram, conversaram, perguntaram se eu assistia ‘Game of Thrones’, gostaram de mim e fui selecionado”, revela Filipe, lembrando que todo o processo, da inscrição até o teste, levou cerca de um mês. “Pediram que eu fosse a Belfast, no dia do casting. Eles deram uma olhada, me fizeram experimentar algumas roupas, fiz algumas fotos, conversei com a produção e depois de dois dias me ligaram de volta já enviando as datas para fazer a gravação”, conta.

 


Filipe interpretou um dos soldados da Golden Company na oitava e última temporada de "Game of Thrones" | Foto: Arquivo Pessoal


Mesmo com toda a responsabilidade de atuar na filmagem de uma superprodução da HBO, Filipe destacou a satisfação de participar do projeto. “Foi genial. Nunca imaginei quando estava no Brasil ainda, há oito anos, que um dia ia participar de uma série. E depois que passei pelo processo seletivo, estar lá dentro junto com os atores é genial, é indescritível a sensação para quem gosta da série como eu”, compartilha o baiano, que durante as filmagens viu de perto seus personagens favoritos: Arya Stark (Maisie Williams) e Jon Snow (Kit Harrington). “Eles fizeram cenas na minha frente. A gente não pode falar, não tem contato, mas fica todo mundo junto”, conta. “Mas eles são muito simpáticos, é bem descontraído o ambiente. Na hora da cena é muito sério, mas depois que corta fica todo mundo conversando, câmeras, diretores, artistas...”, lembra o soteropolitano, destacando que há um controle muito rígido nos bastidores. “Você não pode levar nada. Assina contrato de confidencialidade com a HBO, é proibido filmar, vazar, dar spoiler. Eles tapam a câmera com um lacre, e se você mexe, ele que é branco, fica vermelho. Aí na saída eles conferem e se você mostra a tarjeta vermelha já não te chamam mais”, explica Filipe, que esta semana acaba de se mudar para Barcelona, na Espanha, e logo mais pretende viver em Málaga, no sul do país, onde planeja cursar outra faculdade. 


Mesmo em outro país, a trajetória do baiano nas produções cinematográficas pode estar só começando. Isto porque a agência na qual é cadastrado abrange toda a Europa e ele pode ser chamado para projetos em todo o território. Quem sabe a Bahia não ganha um representante em próximas temporadas da série espanhola “La Casa de Papel”?