Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

'A morte dela é também a minha', diz Fernanda Torres sobre Fernanda Young

'A morte dela é também a minha', diz Fernanda Torres sobre Fernanda Young
Foto: Divulgação

A atriz Fernanda Torres, que em “Os Normais” encarnou Vani, uma das mais famosas personagens criadas por Fernanda Young, prestou uma homenagem à escritora, atriz, roteirista e apresentadora de TV morta neste domingo (29) (clique aqui).


“Tínhamos o mesmo nome, Fernanda, e também escrevíamos e atuávamos, uma mais, outra menos, uma menos, outra mais. Mas éramos diferentes. Devo muito à Fernanda, à jovem e young Fernanda de Nikiti Niterói”, escreveu a artista em sua coluna publicada nesta segunda-feira (26), no site da revista Época.


“Por caminhos que ninguém explica, nos fundimos numa mesma Vani. Por três anos de série e duas películas dos Normais, fui seu alter ego anárquico e desconcertante. Ganhei de bandeja um ser tão potente, tão fruto das qualidades da Young, que acabei me tornando ela. Me tratavam, até hoje me tratam, de doida demais na rua; riem comigo e agradecem o prazer da convivência com aquela alma liberta”, relatou Fernanda Torres, afirmando ainda que sua “persona pública” se mesclou com a de Fernanda Young sem que ela fosse obrigada a “ter o peito, a ousadia e a coragem dela de encarar a cafonice do mundo, de denunciá-la e virá-la do avesso”.


A atriz falou ainda sobre como ela e Luiz Fernando Guimarães “surfaram” na pele do casal Fernanda Young e Alexandre para interpretar Vani e Rui de “Os Normais”, “no melhor ‘ménage a quatre’, na melhor das orgias que um ator pode sonhar participar”.


Dito isto, Fernanda Torres afirmou que “a morte dela é também a minha, a de nós todos” e destacou a força a juventude de Fernanda Young. “Tão nova, e linda, e mãe, e mulher pra cacete. Como é possível? Passado o estupor da notícia, me veio a tristeza imensa, imensurável, de quem perdeu uma parte de si mesmo. Só posso explicar assim”, escreveu, lembrando ainda a riqueza dos trabalhos aos quais ela esteve envolvida durante sua carreira. “Ela fará mais que falta nesse melê retrógrado, nesse pesadelo moralista e tosco em que nos metemos”, avaliou.


Fernanda Torres revelou ainda que atualmente não falava muito com a colega, mas lembrou do último contato com ela. “Há cerca de um mês, depois de assistir Shippados, lhe escrevi para dizer o quanto havia gostado do seriado. Hoje, nossa última troca de e-mails me serve de alento. É como se o destino tivesse me dado a chance de confessar o meu amor, minha gratidão e admiração por ela”, lembrou. “Em resposta ao elogio, Fernanda concluiu com uma frase que, hoje, me soa como profética: ‘ensinai-me a entender o mistério do sofrimento’. Foi a última linha que me escreveu. Desde que soube de sua partida, não tenho pedido outra coisa”, contou.