Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Festival de música migra para o formato televisivo e traz Xênia França na programação

Por Bruno Leite

Festival de música migra para o formato televisivo e traz Xênia França na programação
Foto: Reprodução / Instagram

Na próxima quarta-feira (16), um dos festivais de maior importância no cenário musical do Norte e Nordeste será exibido em um novo formato, o televisivo. Com a presença já gravada de nomes como Zélia Duncan e a baiana Xênia França no line-up, a edição do Se Rasgum na TV será transmitida pelo canal Music Box Brasil. As apresentações vão seguir por mais dois dias com outros talentos da música paraense, de onde o festival foi gestado. 

 

Ao Bahia Notícias, Marcelo Damaso, um dos organizadores do Se Rasgum, comenta que a migração para a TV neste momento de pandemia é mais uma das oportunidades que a produtora que realiza o evento agarrou ao longo destes 15 anos de existência. "Não é que existiu uma intenção da gente criar novos formatos e estar em vários lugares, é que a gente abraçou oportunidades. Não buscamos isso como uma ambição, as coisas foram acontecendo naturalmente e foram fruto de trabalho, de dedicação, de honestidade", explica. 

 

"A gente vai fazer mais uma edição no Rio de Janeiro, após termos feito uma edição nas Paralimpíadas e termos colocado 3 mil pessoas [na Fundição Progresso] só com música paraense. Fizemos noites em São Paulo e um festival [lá] no início da pandemia. O formato da televisão foi uma coisa que só paramos para pensar agora. Talvez esse seja mais um produto nosso, talvez a gente consiga fazer mais edições", anuncia. 


Se Rasgum em São Paulo | Foto: Reprodução / Instagram

 

Para Marcelo, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) surgiu tal qual um desastre para o setor cultural e pode fazer com que festivais em todo o país não aconteçam mais. "Muitos outros eventos, não só festivais como também casas de shows, principalmente espaços abertos de música autoral, provavelmente não voltam. Para a cultura ela [a pandemia] foi um grande desastre", argumenta, mas ponderando que vê uma possível reconstrução da economia criativa.

 

E quando questionado sobre o âmbito das políticas públicas para a cultura, ele prefere ser positivo em relação ao que está por vir. "A Lei Aldir Blanc já foi um grande passo, sabe? Ela já demonstrou uma vontade política que obviamente não depende do nosso presidente. Se fosse depender dele, realmente, a gente não teria voz e vez alguma. Do ponto de vista das políticas públicas, eu acredito que [a retomada] seja uma das prioridades". 


Gal Costa no último Se Rasgum no Pará | Foto Reprodução / Instagram

 

Pelos palcos do Se Rasgum, que nasceu em 2003 a partir de uma festa essencialmente autoral, já passaram desde as paraenses Gabi Amarantos e a Gang do Eletro, até outros nomes como Gal Costa e o coletivo carioca Heavy Baile. O intuito inicial, explica Damaso, foi o de criar na capital paraense uma órbita em que sons que não tocassem nos clubes e nas casas pudessem ter um sinal verde ali. E desde então, o cuidado curatorial é uma das preocupações da equipe.

 

"Muitos artistas e bandas desejam tocar aqui. O público fica ávido para saber quem vem. Nossa programação virou uma marca, por mais que ela seja plural, ele [o Se Rasgum] não aponta exatamente como uma 'metralhadora' que atira para todos os lados, a gente faz com muito cuidado. Temos uma preocupação com estilos, como numa loja de discos, onde você vai encontrar uma sessão de punk, ritmos regionais e música pop e rock", justifica, dizendo que hoje há uma preocupação do público em ver uma seleção de artistas que tragam para o palco questões como representatividade e atitude que isso é respeitado por quem escolhe quem vai tocar.

 

E nesse trabalho de curadoria, a música independente impera e a máxima do processo é, segundo Damaso: "nós gostamos do que a gente faz aqui, nós gostamos do que a gente traz".