Conar libera propaganda da Hope com Gisele Bündchen

O conselho de ética do Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária (Conar) decidiu, nesta quinta-feira (13), em primeira instância, recomendar o arquivamento da representação que pedia a suspensão do comercial da marca de lingeries Hope, estrelado pela modelo Gisele Büdchen. O Conar recebeu denúncias encaminhadas por 40 consumidores e por representação da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), chefiada pela ministra Iriny Lopes. O relator do processo afirmou que "os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina". Para a SPM, só pelo fato de admitir a existência de estereótipos na peça publicitária, o voto do relator representou um avanço no debate, assim como o julgamento admitiu a importância da discussão acerca do tema. A peça publicitária ‘Hope ensina’, mostra a top model ensinando a "melhor maneira" de contar más notícias ao marido. Ela aparece em roupas normais para falar, por exemplo, que bateu o carro: o que é considerado "errado". Em seguida, a modelo repete a notícia, só de lingerie, indicando esta como a “forma correta”. O governo federal considerou a propaganda como um reforço do estereótipo da mulher como objeto sexual, ignorando os grandes avanços de desconstrução das práticas e pensamentos sexistas. A assessoria da marca negou qualquer intenção sexista na campanha.