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Entrevista

Heber Santana fala sobre diferenças entre bases de ACM Neto e Jerônimo: “O outro foca muito no ganhar” - 19/06/2023

Por Flávia Requião

Heber Santana fala sobre diferenças entre bases de ACM Neto e Jerônimo: “O outro foca muito no ganhar” - 19/06/2023
Foto: Bahia Notícias.

O presidente do Podemos-BA e superintendente da Defesa Civil, Heber Santana, detalhou ao Bahia Notícias a diferença entre trabalhar na base do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), e de Jerônimo Rodrigues (PT) e confirmou que vai apoiar o candidato do governador para a disputa à prefeitura de Salvador nas eleições de 2024.

 

“Eu acredito o seguinte, tem primeiro um aspecto social muito forte do Governo. Há realmente uma preocupação muito efetiva com as pessoas. Eu vendo as vezes do outro grupo há um foco muito grande no resultado, no aspecto eleitoral, no ganhar, não chegar e do lado do Governo do Estado você vê essa sensibilidade maior”, afirmou.

 

Heber também comentou sobre a experiência de liderar o Podemos e falou sobre a união entre o partido e o PSC.

 

Além de política, Heber também citou as ações que a Defesa Civil baiana tem realizado e adiantou as previsões para chuvas e secas no estado para esse ano.

 

Não é mais novidade para ninguém que você deixou de apoiar a base de ACM para apoiar Jerônimo. Eu gostaria de saber como tem sido esses últimos meses integrado com o grupo do governador?

Tem sido extremamente positiva. Ele [Jerônimo] pessoalmente é acessível, ele é atencioso, tem empatia. É um grupo político que valoriza os projetos que estão no entorno do maior projeto que tem sido o Executivo do governo do estado. Tradicionalmente os partidos que estão na base do governo crescem e a gente tem essa expectativa e tem sentido no dia a dia esse tratamento, tanto nas condições de trabalho que a gente precisa ter lá na Sudec, para poder realmente ser efetivo, como também nessa perspectiva do projeto político de sermos ouvidos e trazer uma contribuição para a gestão de Jerônimo.

 

Em relação a essa mudança de lado, qual a principal diferença que você enxerga entre os dois grupos?

Eu acredito o seguinte, tem primeiro um aspecto social muito forte do Governo. Há realmente uma preocupação muito efetiva com as pessoas. Eu vendo as vezes do outro grupo há um foco muito grande no resultado, no aspecto eleitoral, no ganhar, não chegar e do lado do Governo do Estado você vê essa sensibilidade maior. E Jerônimo em especial. Éden esses dias disse que ele reúne as melhores características de Wagner e de Rui, ele tem muito dessa sensibilidade. De de olhar com o olhar daquela pessoa que naquele momento precisa de atenção do Estado. E essa tem sido realmente uma marca, uma grande diferença. Não apenas pelo processo eleitoral, mas por trabalhar porque quer, realmente, fazer entregas à população do estado. Nisso [tratamento do lado de ACM Neto] também, porque como o foco está muito no resultado, você acaba ficando em segundo. Se por algum motivo, eu costumo dizer que não deve ser assim, mas infelizmente na política você vale o mal que você pode causar. Se você naquele momento não for importante para o contexto político no grupo que estava, você acaba não sendo tão valorizado. Se as pessoas entenderem, por exemplo, uma característica positiva, que é a fidelidade, lealdade, se elas se sentem tão seguras, te deixam um pouco de lado. Neste grupo eu tenho percebido que não, há atenção, há disponibilidade de entender, você sabe que eu represento o segmento evangélico, eu venho nessa construção e tenho percebido no governo assim uma atenção muito grande aos pontos que a gente tem colocado, uma disposição muito grande de dialogar com esse segmento, trazer para perto. De novo o registro de Éden, em uma entrevista onde ele reconhece publicamente que o partido errou em virar as costas ao segmento evangélico. E a gente percebe esse desejo de aproximação. Então eu tenho realmente me sentido muito à vontade pra ser quem eu sou e ser respeitada por isso e está construindo um projeto em conjunto.

 

Sobre as eleições ano que vem, tem alguma novidade? Já sabe qual o candidato pretende apoiar?

Não. Preferencialmente nós vamos ficar com as candidaturas do governo. Falo isso em todo estado. Eu digo preferencialmente porque a gente sabe que pontualmente até a federação, hoje PT, PCdoB e PV tem alguns problemas. Então, preferencialmente nós vamos apoiar as candidaturas do Governo do Estado aqui em Salvador de igual modo. Não há ainda uma definição de nome, alguns nomes estão sendo ventilados, o governador colocou que vai, que é o grande condutor do processo, vai fazer ainda uma reunião com o conselho político para tratar desse assunto, a gente está nessa expectativa desta reunião, nessa discussão também para entender melhor qual é o pensamento, qual é o perfil dessa candidatura e como a gente pode estar contribuindo de igual modo a oferecer também ao governo os nossos candidatos, candidatos que venham pelo Podemos, especialmente aí nas demais cidades para que de alguma maneira essa composições possam ser feitas. Vamos sair junto com o governo nessa disposição e caminhar junto, preferencialmente é essa a nossa linha. Repito, digo preferencialmente porque pontualmente pode ter um caso ou outro que não consiga fazer essa junção.

 

No que diz respeito a sua nova trajetória como presidente do Podemos, como tem sido comandar o partido?

É um processo de transição que tem sido muito bom e tem sido bem construído, claro, são dois partidos, duas histórias e a gente está fazendo uma incorporação mais como uma fusão, ou seja, realmente dividindo responsabilidade, dividindo comando, isso tanto nacionalmente como aqui no estado também. Nós aqui no estado recebemos o deputado federal Raimundo da Pesca que foi eleito pelo Podemos, o deputado Laércio do Vando foi eleito pelo PSC. E naturalmente que você vai ali nesse momento fazendo os ajustes e dividindo, repito essas responsabilidades, mas o partido ficou maior o que nos dar realmente uma perspectiva de participação mais efetiva no processo eleitoral, atrair lideranças, um partido que fica equilibrado, que fica leve, tem uma marca jovem e tudo isso eu acho que isso que soma muito para que a gente possa fazer aqui um belo trabalho e ter já nas eleições de 2024 resultados positivos, especialmente nas eleições gerais de 2026, resultados ainda mais expressivos. 

 

Mudando para as discussões sobre a Defesa Civil. Entre os meses de maio e agora em junho , a gente viu um crescimento das chuvas aqui na Bahia. Qual a previsão para o nível de chuva deste ano?

O clima, como a gente pode perceber, ele não tem estado estável, se é assim que a gente pode definir, porque aquilo que acontecia de ano em ano, de dez em dez anos, agora está acontecendo com maior recorrência, então tem sido realmente muito imprevisível. A gente faz obviamente os levantamentos junto com os órgãos federais que nos ajudam nisso na Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, o IMET, mas a informação, o alerta e a condição de previsão ela é realmente mais próxima do evento. Nós temos, neste período agora a gente imagina que as chuvas diminuam um pouco e no final do ano, que normalmente é o período que nos deixa realmente mais alerta. A gente já teve chuvas fortes esse ano, que um pouco diferente do que a gente esperava, foi na região do extremo sul, mas eu acho que vai se manter a mesma média do ano passado pelo menos com as informações que a gente tem até o momento.

 

Quais têm sido as ações realizadas pelas Sudec para prestar suporte às famílias vítimas das chuvas, aqui na capital baiana e no interior?

A Defesa Civil, funciona como um sistema, existe a estadual, municipais e também a federal. A gente tem trabalhado muito com essas COMPDECs que são as municipais no sentido de estreitar um pouco mais este relacionamento, de dar orientação. A cultura de proteção e defesa civil no país é muito recente, a legislação que cria política nacional é de 2012, então tem cerca de 10 anos apenas e a gente tem procurado estimular também com os gestores, prefeitos, secretários este entendimento para que essa estruturação das COMPDECs sejam de fato efetivas e tenham as condições municipais de fazer tanto o trabalho da gestão de risco como da gestão de desastre. A gestão risco é o trabalho anterior, de preparação, de investigação, de prevenção e a gestão de desastres é depois que ocorre o evento adverso, você poder dar a resposta e realizar a reconstrução.

 

Em relação a seca, o que podemos esperar para esse ano? E quais medidas da Sucec tem tomado de curto a longo prazo aos afetados?

Bom, na verdade a gente tem grandes desafios no estado pelo tamanho e pelas condições climáticas, ao mesmo tempo que a gente tem problemas sérios com as chuvas, nós temos também problemas com fogo e com a seca. A gente tem uma estimativa de seca rígida na região do semiárido, o que dificulta o acesso das famílias à água. Temos uma operação chamada Operação Água Potável que é basicamente levar água potável para as famílias que estão em situações de vulnerabilidade, de insegurança hídrica. Este ano nós temos uma expectativa realmente de estiagem severa, especialmente na região do semiárido, isso chega próximo de 200 municípios, então é uma área realmente grande. Estamos fazendo um trabalho de credenciamento dessas cidades, buscando também fazer as vistorias para as cidades que vão declarar ou que tem já tradicionalmente declarada a situação de emergência em função da seca. A gente pode ter respostas mais rápidas através, tanto da Operação Água Potável como também de um trabalho que a gente procura fazer em parceria com a Secretaria de Recursos Hídricos e a CERB até porque essa orientação dá para a gente buscar soluções definitivas. Então onde é possível a gente ter essa solução definitiva, ter essa resposta. Onde não, a gente continuar a intensificar o trabalho da Operação Água Potável.