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Entrevista

Transalvador avalia redução de velocidade em mais vias da cidade, diz Décio Martins - 03/07/2023

Por Gabriel Lopes / Anderson Ramos

Transalvador avalia redução de velocidade em mais vias da cidade, diz Décio Martins - 03/07/2023
Foto: Waltemy Brandão / Bahia Notícias

O superintendente da Transalvador, Décio Martins, disse que o órgão estuda a redução de velocidades em mais vias da capital baiana. Em entrevista concedida ao Bahia Notícias, Décio afirmou que a medida ajudou a reduzir acidentes e salvar vidas. 

 

“Temos que destacar que a principal causa de acidentes é a velocidade. E o principal fator dos nossos estudos para readequação de velocidade é o número de acidentes nas vias. Então, nós realizamos já 14 readequações de velocidade. Sendo que, por exemplo, na Avenida Luiz Eduardo Magalhães, nós tivemos uma redução de 50% de acidentes por ano. Passamos de 104 acidentes para 52 acidentes anuais. É uma diferença muito grande”, defendeu Décio.

 

Para o BN, Décio também disse que as blitze estão consolidadas em Salvador e que contam com a compreensão dos motoristas da capital baiana. Além disso, o superintendente comentou sobre a redução de pessoas flagradas bebendo ao volante e as ações permanentes do órgão que buscam dar mais fluidez ao trânsito da cidade. Confira a entevista na íntegra: 

 

Qual o balanço que você faz das ações da Transalvador no período em que você está à frente do órgão? Em relação à blitze, como você avalia o comportamento da população é que você sentiu o comportamento das pessoas? 

Primeiro eu quero destacar aqui que nossa operação São João foi uma operação grandiosa. Nós tivemos no São João no centro da cidade, o samba junino realizado no Tororó, e uma grande operação no Parque de Exposições. Então de fato foi uma grande operação na Transalvador, uma operação exitosa. Em relação à blitz, a operação Respeite a Vida, quero destacar que esse mês nós fizemos 15 anos do advento da Lei Seca e nós observamos ao longo do tempo a diminuição das pessoas que bebem e dirigem. A bebida com a direção é um dos fatores que mais causam acidentes e nós observamos uma diminuição de 12% no quando iniciamos a operação em 2013  para 9%. Então observamos aí de fato uma conscientização das pessoas. Sempre faço uma analogia dizendo que é inimaginável você entrar no carro, a primeira coisa que você faz é colocar o cinto. Então de fato a cultura vai mudando com a nova lei, com a fiscalização, as pessoas passam a adotar com naturalidade a nova realidade. No carnaval desse ano, nós reduzimos aí em 20% em relação ao último carnaval que foi realizado no ano de 2020. Então, nós observamos que as pessoas preferiam muito mais utilizar o transporte público, táxi ou o aplicativo para chegar e sair do Carnaval. Então são fatores que trazem mais mobilidade e também mais segurança para todos. 

 

Mais de 90% dos testes no etilômetro realizados por agentes de trânsito de Salvador dão negativo. A que se deve esses números?

Esse percentual tem se repetido nos últimos cinco anos. Pelo levantamento que nós fizemos é de fato uma mudança de comportamento. São dados expressivos que sempre são tratados com a equipe da Operação Respeite a Vida, que são equipes que fazem suas funções de domingo a domingo. O dia que nós ficaremos mais felizes é o dia que os testes não registrarem nenhuma pessoa ingerindo bebida e dirigindo. Assim, o nosso papel estaria sendo cumprido. Nosso papel não é multar ninguém. Nosso papel é de fato realizar fiscalização e ter a presença massiva. A mensagem que nós queremos passar é essa. Ficamos felizes com esses 90% dos últimos cinco anos de pessoas que fizeram teste dando negativo para ingestão de bebida alcoólica. Mas almejamos uma contribuição, já fazendo um apelo a população que nós possamos cada vez mais ter menos pessoas bebendo no trânsito.

 

Existe alguma dificuldade na atuação da Transalvador em relação as blitze? 

De forma alguma. Eu entendo que a blitz já está consolidada na nossa capital. Ela é volante, não fica no mesmo local. Então, cada dia nós temos um local pré-definido para realização. De fato as pessoas hoje têm um respeito enorme. Todos nossos agentes utilizam a bodycam para própria segurança, tanto dos agentes, como também das pessoas que estão sendo fiscalizadas e são segurança múltipla para todos. A orientação é de que na dupla pelo um dos agentes, utilize a câmera, justamente para a segurança de todos. Quando eu cheguei conversei muito com os agentes e a esmagadora maioria se sentia mais seguro com as bodycans. Então, eu sei que esse é um assunto que traz muito debate sobretudo na Polícia Militar, Guarda Municipal. Não quero entrar nessa discussão, mas, na enquete que fiz lá na TranSalvador, a esmagadora maioria dos agentes se mostrou favorável a utilização.

 

Nos últimos meses tivemos duas vias importantes com redução na velocidade. Eu queria saber se vocês estão estudando essa redução em outras vias importantes aqui da capital?

Salvador tem uma parceria com a iniciativa Bloomberg e nós conseguimos reduzir, com fruto de muito esforço, a velocidade de novas vias com a intensificação da fiscalização. Com a conscientização das pessoas, nós reduzimos em 56% o número de acidentes na nossa capital. É fruto de um pacto que nós temos com a ONU, e renovamos para que na próxima década possamos reduzir em 50% esse número reduzido. Então de fato, temos que destacar que a principal causa de acidentes é a velocidade. E o principal fator dos nossos estudos para readequação de velocidade é o número de acidentes nas vias. Então nós realizamos já 14 readequações de velocidade. Sendo que, por exemplo, na Avenida Luiz Eduardo Magalhães, nós tivemos uma redução de 50% de acidentes por ano. Passamos ali de 104 acidentes para 52 acidentes anuais. É uma diferença muito grande com a readequação e velocidade que nós fizemos. Além disso, tanto na Avenida Pinto de Aguiar quanto a Orlando Gomes, reduzimos de 70 km/h para 60 km/h, sendo que nós já tínhamos a velocidade média na Orlando Gomes de 44 km/h e na Pinto de Aguiar de 40 km/h e no ano passado, nós tivemos na Pinto de Aguiar 17 acidentes, sendo que uma pessoa veio a óbito e na Orlando Gomes nós tivemos 10 acidentes, sendo que uma pessoa veio a óbito. Então essa estratégia de readequação é algo que nós continuaremos estudando e obviamente respeitando também a fluidez do trânsito na nossa capital.

 

Gostaria que você explicasse essa questão da velocidade média. Alguns internautas questionaram que não faz sentido diminuir a velocidade sendo que a velocidade média já era inferior…

As pessoas já estavam andando abaixo desse valor de 70 km/h, inclusive abaixo do valor de 60 km/h. Só para a gente deixar mais claro como é que funciona esse estudo de velocidade média: nós temos os pontos de radares e o radar pega todos os veículos que trafegaram na via e pega uma média. Mas é óbvio que essa média no horário de pico pode pegar o carro andando a 20 km/h. 30km/h. Porém de noite, com a via mais livre, é que a nossa maior preocupação, porque o carro pode estar andando a 100km/h. Então a velocidade média durante a noite é o nosso maior fator de preocupação, que é quando as pessoas às vezes estão com mais pressa de chegar em casa. Também há o problema da segurança pública, que as pessoas às vezes querem andar com maior velocidade, acham que pelo fato da via estar vazia tem maior insegurança.

 

A multa por velocidade é a infração mais registrada por vocês?

Sim. Ela representa cerca de 30% das infrações e eu destaco que nós estamos com o mesmo número de radares já há algum tempo, com os radares nos mesmos locais. Então não é pra dizer que existe algum tipo de pegadinha. Na verdade, vemos os pontos que nós temos maior propensão e incidência de acidentes e falamos nos radares justamente a velocidade. Temos também a questão de celular, que é o segundo maior número de infrações. São 16.705 infrações por conta de utilização de telefone celular no volante. Em 2023, nós tivemos 15.902. Uma diminuição, mas ainda observamos que as pessoas utilizam o celular mais do que deveriam quando estão dirigindo. O apelo que nós fazemos é que a população se  conscientize e utilize não utilize o celular, porque é mais um fator de risco de acidentes.