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Entrevista

Alan Sanches diz que oposição decidirá apoio a recondução de Adolfo Menezes nesta semana - 11/09/2023

Por Anderson Ramos

Alan Sanches diz que oposição decidirá apoio a recondução de Adolfo Menezes nesta semana - 11/09/2023
Foto: Divulgação

O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Alan Sanches (União), disse que a bancada vai se reunir nesta semana para decidir se apoia ou não um terceiro mandato de Adolfo Menezes (PSD) na presidência da Casa. 

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, o parlamentar não quis revelar sua opinião sobre o assunto, mas adiantou que vai seguir o que a maioria dos colegas decidir. O encontro deve contar com a presença dos correligionários Bruno Reis e ACM Neto.

 

"Já marquei uma reunião no dia 14 [quinta-feira] com a bancada da oposição, e uma das pautas é justamente essa decisão. Eu acho que numa decisão tão importante, a oposição deve marchar unida. Toda vez que nós estivemos unidos numa escolha para o membro da Assembleia, nós tivemos um respaldo muito maior. Então, a minha opinião é de que, independente quem seja o presidente, nós precisamos estar unidos e essa é a proposta que eu tenho levado a todos os colegas e tenho inclusive proposto nessa reunião", afirmou. 

 

Durante a conversa, Sanches citou o jeito "afável" do governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas não poupou críticas ao gestor, que segundo ele, faz um governo de continuidade do antecessor Rui Costa. 

 

"Nós tivemos uma expectativa no governo do PT que com Lula e Jerônimo fosse diferente. Eu posso dizer duas coisas que ainda não trouxeram absolutamente nada de novidade, nada de planejamento, que é a segurança pública e a regulação da saúde. Nós ainda não tivemos uma sensação de melhora em nenhum desses dois quesitos. Eu acho Jerônimo uma pessoa muito afável, um ser humano muito bom, mas ainda precisa  mostrar o seu poder de gestor. Isso ele está precisando", provocou. 

 

O líder da oposição na AL-BA ainda comparou Rui a Jerônimo, cobrou o pagamento de emendas, criticou a banalização dos pedidos de abertura de CPIs e ainda projetou que a passagem de bastão para a liderença da minoria deve ser pacífica. Confira a entrevista completa:

 

Sanches ao lado de colegas da oposição na AL-BA. Foto: Divulgação

Qual a sua avaliação do seu trabalho como líder da oposição e da oposição como um todo na AL-BA?

Eu acho que depois que não tivemos êxito na eleição para governador, todos que começaram a legislatura na oposição começaram ressabiados com a derrota. Acho que a oposição teve um trabalho um pouco mais árduo. Primeiro porque tivemos uma renovação muito grande de deputados, algo em torno de 40%. E também a oposição tinha uma outra expectativa em relação a eleição majoritária. Mas a partir dos 100 dias do governo Jerônimo, as coisas começaram a mudar. Nós tivemos uma expectativa no governo do PT que com Lula e Jerônimo fosse diferente. Eu posso dizer duas coisas que ainda não trouxeram absolutamente nada de novidade, nada de planejamento, que é a segurança pública e a regulação da saúde. Nós ainda não tivemos uma sensação de melhora em nenhum desses dois quesitos. Eu acho Jerônimo uma pessoa muito afável, um ser humano muito bom, mas ainda precisa  mostrar o seu poder de gestor. Isso ele está precisando. 

 

Existe uma indecisão no posicionamento de alguns membros da posição. Podemos citar Pancadinha e Luciano Araújo que seguem independentes, mas deram sinais de que podem se aliar ao governo. Você trabalha com expectativa de uma redução na posição?

Hoje nós temos 20 deputados e Luciano Araújo não faz parte da nossa bancada. Tanto é que ele participou da reunião do Conselho Político de Jerônimo, então não é mais independente, ele é base do governo. Pode estar satisfeito ou insatisfeito, mas hoje para mim ele é base de governo. Então, com relação aos outros deputados, a gente sabe que o comportamento difere e muito. Cada um tem seu tipo de ação. Tem os mais combativos, uns menos combativos. Mas eu digo a você que até o momento, nós trabalhamos com os 20 deputados na oposição.  São 10 do União Brasil, três do Republicano, três do PSDB, um do PDT, mais dois do PL, que metade está conosco, e o Pancadinha que é o vigésimo. Pancadinha é muito próximo de ACM Neto, então qualquer mudança nesse sentido pra mim seria uma surpresa. Ele tem encaminhado conosco, tem ido para as reuniões. É participativo inclusive nas votações e vota conosco. Não tenho nada o que falar de Pancadinha. 

 

Como líder de oposição como tem visto esses pedidos de abertura de CPI? Acha que são exagerados ou de fato acha necessário?

Eu não estou falando do mérito de nenhuma, mas acho que um pedido de CPI deve pelo menos ser embasada por um partido, não só iniciativa de um deputado. Eu acho que a gente acaba banalizando o instituto da CPI. Então você veja que foram feitas diversas solicitações por iniciativa individual de deputados e até agora nenhuma conseguiu ser instalada. Então a CPI, mesmo ela conseguindo as 21 assinaturas, que na Assembleia precisa de 1/3, precisa de alguns outros argumentos para que a gente consiga instalar. E para isso, precisa uma força partidária no mínimo. Eu acho que é muito melhor quando você já vem com o embasamento ou de uma bancada como a bancada da oposição, ou do governo, ou no mínimo de um partido. Não sendo, eu acho que não deveria ser uma iniciativa de um deputado apenas, mas no mínimo de um partido. Mas a gente sabe também que existe as vezes a vontade de trabalhar, de prestar o serviço à sociedade, e aí o deputado para não perder o momento já faz a solicitação da sua CPI. Na oposição fizemos uma reunião há umas três semanas e decidimos que qualquer solicitação de CPI deveria ser discutida na bancada, para depois dar o andamento. Fora isso quem não quiser aí é carreira solo, vai correr atrás de suas assinaturas.

 

Como é que está a distribuição das emendas? Estão em dia? 

Não. Desde a época do São João que elas estão paralisadas. Nós provocamos Adolpho Loyola há um mês mais ou menos, quando tivemos uma reunião com ele justamente para tratar as emendas, mas não evoluiu. Então desde São João que elas estão paradas. O governador estaria pagando inicialmente a do ano passado que está no orçamento, de 0,33%, e que nós colocamos uma emenda que para o ano que seria de 0,7% e depois 1% do orçamento.

 

O senhor teve a oportunidade de também tratar com o ex-governador Rui Costa. Fazendo a comparação entre os gestores, quem você acha que tem o melhor tratamento entre ele e Jerônimo? 

Pessoalmente Jerônimo é muito afável. Rui é educado, mas, digamos, é um cara menos amistoso. Jerônimo é um pouco mais amistoso. Agora a nível de gestão, eu ainda não não posso discorrer. Para mim é uma continuidade do trabalho. Posso lhe dizer que houve uma promessa do Jerônimo em pagar as emendas e Rui nunca falou sobre isso. Jerônimo abriu o diálogo com a oposição. Rui não tinha diálogo com a oposição. 

 

Um assunto que veio à tona nas últimas semanas é a possível mudança no regimento para possibilitar a reeleição do presidente Adolfo Menezes. Qual sua opinião sobre o assunto? A oposição apoiaria a recondução dele ou colocaria um nome na disputa? 

Já marquei uma reunião no dia 14 [quinta-feira] com o prefeito Bruno Reis e com a bancada da oposição, e uma das pautas é justamente essa decisão. Eu acho que numa decisão tão importante, a oposição deve marchar unida. Toda vez que nós estivemos unidos numa escolha para o membro da Assembleia, nós tivemos um respaldo muito maior. Então, a minha opinião é de que, independente quem seja o presidente, nós precisamos estar unidos e essa é a proposta que eu tenho levado a todos os colegas e tenho inclusive proposto nessa reunião. Para ter uma mudança na PEC o governo não precisa da oposição, o candidato possivelmente será do governo, porque eles hoje têm 43 deputados, então se precisam de 39 para mudar a PEC eles não precisam da oposição. Adolfo vai ficar quatro anos. Nós tivemos uma experiência com Marcelo Nilo que ficou 10 anos, ficou cinco mandatos como presidente. Então, se as pessoas acham que isso é positivo ou se acham que é negativo, vamos discutir. Eu ainda não vou externar meu juízo de valor pessoal, vou externar nessa reunião, mas a decisão que for tomada na bancada da oposição será a minha decisão independente de ser a minha escolha pessoal ou não.

 

Com essa experiência na liderança da oposição, pretende continuar no cargo ou vai dar lugar a outro membro?

Acho que qualquer um dos 20 deputados da oposição que queiram estar assumindo essa posição estão preparados. Eu particularmente não vejo o menor problema. Eu tenho feito a contribuição da minha forma, da forma que eu acredito, representando a oposição, representando Bruno, representando ACM Neto porque acredito na oposição. Qualquer um dos 20 a gente estará muito bem representado. Cada um traz a sua contribuição, da sua forma, com a sua personalidade. Eu acho que eu tenho uma personalidade combativa. O que precisa é só o líder que sentar naquela cadeira da oposição, fazer esse trabalho de oposição realmente. Porque você acaba se expondo, tem que colocar as opiniões necessárias. Você viu como fomos combativos agora na votação precatórios, então o líder precisa saber que ele vai expor sua figura pessoal e a figura de líder, não tem outra forma.

 

A sua escolha como liderança da oposição está condicionado a um apoio a Samuel Júnior na próxima eleição para a liderança do bloco? 

Não, mas eu não tenho o menor problema. Na verdade isso é construído. Não me lembro de ter batido chapa e nem esse tipo de acordo para um ou para outro, mas se for Samuel ou se for qualquer outra a gente vai estar muito bem representado. Estou falando sem demagogia, porque quem for assumir um cargo desse sabe dessas condicionantes. Uma delas é a exposição que tem para o bem e para o mal. Quem tiver algum receio de se expor nas tratativas de críticas contra o governo tem que repensar se quer ou não. Agora quem estiver assumindo sabe que vai ter esse papel e que vai ser cobrado pela bancada. Então isso é muito da pessoa, da personalidade da pessoa de querer liderar um processo desse ou não. Então isso é muito relativo, mas quando a pessoa vai se colocar num cargo desse de liderança, ele sabe que vai ter que cumprir essa meta e vai ter exposição.